É grande o alvoroço na
colméia de Itaquera porque, mais uma vez, é chegada
a hora da folia.
Ninguém chora e tudo é
alegria; ao menos, essa é a ordem expressa de "momo"
para o carnaval zunzuniano deste ano de 96, onde
"exorcizar" é preciso. Exorcizar toda e qualquer
tristeza com muito samba, suor e sorvete.
Sorvete para refrescar
a nossa folia tropical.
Sorvete para energizar
os filhos do carnaval.
Assim, é que o "mel do
samba de Itaquera" vem este ano para a passarela da
folia, brincar com muita alegria à sombra dos
precursores de tão nobre iguaria.
Nas asas da folia,
voar dos mais remotos tempos para os dias de hoje, a
lembrança de persas, egípcios e romanos, criadores
da refrescante iguaria que, com suas cores e
sabores, Catarina de Médici encantou.
Hoje, tanto quanto
fizeram os confeiteiros da corte francesa de
outrora, fazem os nossos mestres sorveteiros por nos
deliciar refrescantemente com os "cornetos" de sabor
de romance e poesia da velha Itália, que desde
sempre foi detentora da folia e da fantasia dos
arlequins.
Então, viva à folia.
Vivas ao Rei Momo, seu
expoente maior, que mais uma vez vai imperar em
nosso tríduo de carnaval, energizando-nos e
refrescando-nos com muitos sorvetes que, graças ao
"Tio Sam", se popularizaram, tornando-se, assim, um
privilégio de todos e não somente da fidalguia.
Salve o "Tutti-frutti";
Salve o "Caramelo";
Salve o
"Maracujá";
Esses três sabores,
tanto quanto três serão os dias de nossa tórrida
folia tropical, irão por certo se metamorfosear em
muitos mais, para refrescar toda a colméia
itaquerense no tríduo momesco de mais um carnaval.