BANNER 468X60
::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. ERMELINENSE - CARNAVAL 1999
Enredo: Anastácia, A Princesa Negra de Olhos Azuis

O Grêmio Recreativo
Autores: Vera Lúcia Rosa Leite e Marco Antonio Batista

 

Anastácia, a princesa do reino Bantu, foi trazida junto com outros nativos de vários países do continente africano. Eram pessoas vindas da Guiné, Angola, Congo e, como ela, sequestradas para o trabalho escravo em terras distantes e estranhas.

Vendida a nobres portugueses, viveu sua infância prestando serviços como escrava de luxo, ou seja, longe das pesadas tarefas que as plantações impunham, talvez devido a uma característica que a destacava entre outros negros, seus olhos azuis, o que a tornava uma escrava diferente, boa para servir como atração doméstica.

Mas sua "sorte" mudou na juventude. A bela escrava negra, agora com um corpo perfeito e um rosto lindo, composto por dentes alvos e uma boca sensual, além dos olhos claros, foi negociada por seus donos, que estavam retornando a Portugal, para um rico proprietário de terras.

Levada a uma grande fazenda no Rio de Janeiro, sua vida sofreu uma enorme transformação. De acompanhante de luxo passou a ser escrava de engenho, plantando, cortando, colhendo e carregando a cana para o feitio do cobiçado açúcar.

Se antes seus dotes físicos lhe trouxeram algum benefício, agora despertavam a cobiça dos homens, entre eles o feitor de escravos da fazenda. Porém igual ao tamanho da paixão do feitor era a indiferença de Anastácia para com ele, o que causou a ira do amante não correspondido. Mais do que o corpo ele queria o amor verdadeiro de Anastácia. Levado por sentimento de mágoa, o homem a violentou cruelmente num ato de estrema covardia.

Como se não bastasse a própria escravidão, e a convivência diária com o feitor, durante a noite recebia a "visita" dos donos de fazenda da região, que a disputavam para satisfazer seus desejos sexuais.

Certo dia, lhe veio a vontade de provar um torrão de açúcar, quando foi vista pelo malvado feitor. Este querendo vingar-se colocou-lhe uma mordaça de couro na boca. Na verdade aquilo foi um pretexto para castigar aquela que nunca havia lhe beijado, mesmo na brutalidade dos atos de estupro.

Até para um escravo aquilo era um castigo tão infame que chamou atenção inclusive dos donos da fazenda. Infelizmente para ela, isto agravou ainda mais sua situação, pois a esposa do fazendeiro ao invés de apiedar-se, ficou com medo que o marido desviasse seus olhos para a escrava, famosa por sua beleza. Sinhá Moça, como era chamada a vaidosa e ciumenta dona da fazenda, temente por seu casamento, para humilhar ainda mais a escrava que nunca mais poderia mostrar seus lábios, ordenou ao feitor apaixonado que colocasse uma grossa e pesada gargantilha de ferro em volta do pescoço da escrava de olhos azuis, para lembrá-la da sua condição de submissa. Tal objeto, com o passar do tempo causou ferimentos gravíssimos, que infeccionaram até gangrenar e causar-lhe a morte.

A notícia da morte trouxe um tardio sentimento de culpa ao feitor e a dona da fazenda. Tentando redimir-se permitiram que o corpo sem vida de Anastácia fosse velado na capela particular dos proprietários das terras. O dono da fazendo, também com remorso por nada ter feito, permitiu que os restos mortais fossem sepultados na Igreja construída pelos próprios escravos, que tinham por Anastácia um profundo respeito, pois apesar dos sofrimentos nunca deixou de ajudar com conselhos e no que fosse possível seus irmãos de cativeiro.

Esta é a história e morte de Anastácia, a princesa negra de olhos azuis, que o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Ermelinense vem, com muito orgulho, mostrar na avenida para o carnaval de 1999.

 


HISTÓRIA ::..::DADOS ::..:: CARNAVAIS ::..:: HINO ::..:: CURIOSIDADES
 
 
 


:: SASP - SOCIEDADE DOS AMANTES DO SAMBA PAULISTA ::
WWW.CARNAVALPAULISTANO.COM.BR
SASP - UMA ENTIDADE COM DIFERENCIAL !!

Copyright ©2000-2024 | Todos os Direitos Reservados