"IRACEMA GUERREIRA
VEM DEFENDER A MATA ATLÂNTICA
PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE”
Poucos lugares na Terra abrigam tantas formas de vida como a Mata Atlântica Brasileira. Milhares de espécies de animais, plantas e microorganismos, muitas delas ainda nem descritas pela Ciência, vivem nas encostas das montanhas, nos rios, nos mangues, nas restingas, nas ilhas, nas cavernas, nos campos de altitude e nos outros ambientes que formam a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados. É tanta riqueza de vida que a Mata Atlântica brasileira é apontada como um dos mais importantes refúgios da biodiversidade em todo o planeta e dada como Reserva da Biosfera, um Patrimônio da Humanidade.
O grande destaque da mata original era o pau-brasil, que deu origem ao nome do nosso país. Alguns exemplares eram tão grossos que três homens não conseguiam abraçar seus troncos. O pau-brasil hoje é quase uma relíquia, existindo apenas alguns na Mata Atlântica convivem lado a lado desde árvores grandiosas como o jequetibá, figueiras e guapuruvas e até líquens, musgos e minúsculas hepáticas.
Um dos motivos para preservar o que restou da Mata Atlântica é a rica biodiversidade, ou seja, a grande variedade de animais, plantas e vitória régia.
Na floresta temos plantas que emitem odores atraentes ou até mesmo simulando uma fêmea de algum animal com a função de atrair polinizadores, tais como abelhas,vespas, moscas, besouros, borboletas, mariposas, aves ou até morcegos.
Uma cumplicidade tão extrema que a perda de qualquer uma das partes é uma ameaça para o conjunto.
Calcula-se que nela existam dez mil espécies classificadas em plantas, palmeiras, mamíferos, aves, marsupiais, roedores, anfíbios, répteis e primatas. Dos símios destacam-se o muriqui corpulenta forma de e o sauí-preto que é o mais raro dos símios brasileiros. Habitam também a mata diferentes sagüis, os sauás, os macacos-prego e o guariba que está se extinguindo. Dos canídios, o cachorro-do-mato é um dos predadores mais comum juntamente com o guaxinim, o coati, o jupurá, os furões, o cangambá, e felinos, como gatos-do mato que se alimentam de animais como o tapiti, diferentes ratos-do-mato, caxinguelês, cotias, ouriço-cacheiro, o raro ouriço-preto, etc.
Mico-leão-dourado,garça branca, onça-pintada, bicho-preguiça, capivara. Estes são alguns dos mais conhecidos animais que vivem na Mata Atlântica. Mas a fauna do bioma onde estão as principais cidades brasileiras é bem mais abrangente do que nossa memória pode conceber. São, por exemplo, 261 espécies conhecidas de mamíferos. Isto significa que se acrescentássemos à nossa lista inicial o tamanduá-bandeira, o tatu-peludo, a jaguatirica, o gato e o cachorro-do-mato ainda faltariam 252 mamíferos para completar o total de espécies dessa classe do reino animal na Mata Atlântica.
Devido a grande devastação dessa mata quase 200 espécies estão ameaçadas de extinção fora aquelas que já se extinguiram, metade das espécies vivas hoje poderá estar extinta até o final do próximo século. Dados recentes apontam que 38 milhões de animais brasileiros são retirados de seus habitats para abastecer o mercado ilegal. A maioria dos animais traficados da Mata Atlântica é enviada para as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, onde são vendidos em feiras ou lojas.
Cerca de 40% do volume total de tráfico destinam-se ao mercado internacional. Entre os consumidores, estão pessoas que mantêm animais silvestres como bichos de estimação; a indústria química e farmacêutica, que usa a fauna na pesquisa científica e na produção de medicamentos; e os colecionadores particulares e zoológicos ilegais, que priorizam as espécies mais ameaçadas.
O Século Vinte e Um é o século das biotecnologias, e o Brasil é o símbolo histórico da biopirataria.Piratas eram bandidos, ladrões saqueadores que atacavam as cidades portuárias como Santos. Hoje, os Biopiratas chegam disfarçados de turistas, ecoturistas , missionários religiosos e pesquisadores cientistas.Biopirataria é o roubo descarado de recursos naturais biológicos e processos ou técnicas de produção envolvendo formas de vida vegetal ou animal.O Brasil tem as maiores reservas de biodiversidade do mundo, plantas e animais que produzem uma infinidade de lucrativos remédios, alimentos, cosméticos, etc…cobiçados e roubados pelas indústrias biotecnológicas biopiratas.
A Mata Atlântica é considerada atualmente um dos mais importantes conjuntos de ecossistemas do planeta, e um dos mais ameaçados. As pouquíssimas ilhas de floresta que restam não podem desaparecer.
A destruição da biodiversidade e o desmatamento elimina de uma só vez grande contingente de espécies muitas vezes desconhecidas.
As variações dos ecossistemas da Mata Atlântica em diferentes regiões do país ajudaram a estimular o aparecimento de inúmeros grupos culturais, que acabaram por construir uma grande sociodiversidade entre os atuais 110 milhões de habitantes do bioma. Praieiros, jangadeiros, caipiras, sitiantes, pescadores artesanais, caiçaras, açorianos, ribeirinhos, quilombolas e índios são os personagens mais conhecidos desses grupos que têm uma ligação íntima com o meio ambiente em seus modos de vida e culturas.
Quilombolas
Comunidades rurais negras descendentes dos quilombos formados originalmente por escravos fugidios, alforriados e ex-escravos do período da abolição
Índios
Os grupos indígenas mais numerosos no bioma são os Guarani e os Kaingang. Mas existem muitos outros grupos habitando a Mata Atlântica, como os Krenak, os Pataxó, os Terena e os Xocleng.
Caiçara
Ocupando áreas da faixa litorânea, os caiçaras constituem um dos primeiros grupos culturais que surgiram do processo de miscigenação no Brasil, originados de índios que fugiram dos conquistadores europeus e portugueses excluídos do processo oficial de ocupação.
Destaca-se o desmatamento como fator agravante da crise hídrica, já que a supressão da vegetação, principalmente em áreas de mata ciliar, acarreta no assoreamento dos cursos d'água e até desaparecimento de mananciais. Como se não bastasse, a poluição por esgoto, lixo e agrotóxicos afeta a vida dos rios, podendo levá-los à morte e tornando a água imprópria para uso.
A destruição do solo e a retirada da floresta rompe com o sistema natural de ciclagem de nutriente. A remoção da cobertura vegetal fará com que a superfície do solo seja mais aquecida. Esse aquecimento aumentará as oxidações da matéria orgânica que se transformará rapidamente em materiais inorgânicos, solúveis ou facilmente solubilizados. O solos deixam também de ser protegidos da erosão pelas chuvas. se degradaram num intervalo de tempo , além das queimadas e carvoeiros instalados.
O objetivo é a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
A humanidade estava apenas iniciando seu despertar para o desenvolvimento com respeito aos direitos das futuras gerações, mas as primeiras respostas para garantir o cuidado e a proteção ao meio ambiente já começam a serem feitas e que marcaram a história da Mata Atlântica, suas lutas e principais conquistas.
O ser humano é parte integrante da natureza.
Que a humanidade só garantirá a qualidade de vida quando souber conviver em harmonia com o ambiente em que vive.
Que a responsabilidade da preservação é de toda a sociedade, com ações praticadas no seu dia-a-dia.
Que a sensibilização de um indivíduo é a base da mobilização coletiva.
Que a nossa luta é hoje, agora e deve ser renovada a todo momento.
Não podemos deixar para agir amanhã.
É urgente convocar nossa comunidade para o exercício de uma cidadania ambiental, responsável e comprometida com o futuro do nosso território, o bioma Mata Atlântica, patrimônio da humanidade.
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