Muitos séculos antes de Cristo, afirmam os historiadores, os povos primitivos praticavam entre si um sistema de trocas chamado escambo . Este sistema proporcionava a cada povo, a possibilidade de obtenção de várias mercadorias que supriam suas necessidades básicas. Entre os produtos obtidos da natureza que eram utilizados como moeda de troca, podem ser citados a carne de caça, peles, peixes, conchas, lenha, frutas, mel, dentre outros. Esse processo vingou até o século XV A.C e a prática do escambo foi largamente utilizada entre os fenícios, gregos, romanos, asiáticos, ameríndios e outros povos.
No século VII A.C, os lídios, povo descendente dos hititas, que habitavam a Lídia, país que possuía abundância em ouro e prata, localizado na costa do Mediterrâneo da atual Turquia, cunharam a primeira moeda e construíram, também, a primeira casa da moeda. Este acontecimento foi o marco inicial da saga monetária, e porque não dizer, o nascimento do capitalismo.
Antes deste fato os povos trocavam tudo, árabes usavam camelos, sal e cabras como moedas de troca; astecas, cacau; chineses, arroz , sal e seda; os aborígines da Oceania, dentes de animais; habitantes da África Negra, cauris (búzios), argolas de metal, etc.
Com o surgimento da cunhagem vários povos implantaram seu próprio sistema financeiro, a moeda adquiriu várias formas e vários materiais foram usados em sua confecção, porém, o material dominante foi o metal, ouro, prata, cobre e bronze.
Na antiguidade era prática de governantes, reis e imperadores cunharem nas faces das moedas símbolos mitológicos, imagens religiosas, de conquistas em batalhas, de animais ou de sua própria figura retratada como soberano absoluto ou como um deus.
Durante séculos tesouros habitaram e ainda habitam a imaginação humana, alguns se mostraram reais como os tesouros encontrados nas pirâmides do Egito ou nos navios naufragados que transportavam fortunas, outros se tornaram lendas como As Minas do Rei Salomão.
O cifrão, símbolo mundial do dinheiro é conhecido desde o ano 711 D.C, foi idealizado pelo general árabe Táriq, O Conquistador, em homenagem a sua tortuosa viagem rumo a Espanha e ao mitológico Hércules que teria rachado uma montanha separando-a em duas colunas, daí o S com duas colunas sobrepostas simbolizando o dinheiro.
Na religião e no misticismo o dinheiro também tem fortes influências: Alguns exemplos podem ser encontrados na Bíblia, o mais marcante seria a traição do apóstolo Judas (as 30 moedas), citemos também as moedas papais, cunhadas quando os soberanos da Igreja Católica desejam registrar fatos marcantes de seu papado; os talismãs, feitos de dinheiro e para atrair dinheiro; os patuás, usados para proteção; as fontes dos desejos, onde moedas são atiradas com pedidos, dentre outros.
Moedas, não importando sua forma, sempre aguçaram a cobiça humana, piratas, corsários e bucaneiros sempre estavam atrás das riquezas que poderiam ser obtidas com saques aos navios e pilhagens em cidades durante as guerras. São famosas as histórias desses mercenários em busca de dobrões, pérolas, pedras preciosas e qualquer outra mercadoria que fosse valiosa.
Mas a modernidade começa a surgir, um forte sistema financeiro mundial é instituído, na cidade de Gênova, Itália, nasce o primeiro sistema bancário organizado do mundo, surge aquela que seria a segunda revolução monetária. Em toda a Europa o sistema é disseminado rapidamente, logo as colônias conquistadas nas Américas, África e Ásia também começaram a serem impulsionadas por este sistema. No Brasil, colônia de Portugal, o escambo se dava entre europeus (portugueses, holandeses e franceses) e os índios nativos, quinquilharias eram dadas em troca de animais e frutas, mas principalmente pelo valioso e cobiçado pau-brasil.
Em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, foi criada no país a primeira instituição bancária federal, o Banco do Brasil. Em 1835 surge o primeiro banco comercial no Brasil, no estado do Ceará, e com isto também chegou à inflação, o monstro devorador que assola principalmente os mais pobres.
Com a 3ª revolução financeira começaram a aparecer às moedas fortes no mundo, como a Libra inglesa e o Dólar americano, notas promissórias e cheques fazem às vezes do dinheiro como garantias bancárias, surgem as bolsas de valores, que colaboram com o crescimento econômico das nações e com a valorização do dinheiro.
Na modernidade a maior invenção do universo financeiro foi o dinheiro virtual, transações bancárias são realizadas em fração de segundos, os cartões de crédito e débito (dinheiro de plástico), proporcionam conforto e segurança aos usuários.
Com a criação do mercado comum europeu, criou-se uma moeda única para os paises da Europa, o Euro, que disputa, com o Dólar americano, diariamente na guerra do mercado financeiro, a posição de ser a moeda mais forte do mundo.
Muitas das conquistas conseguidas pelo homem com a evolução do sistema financeiro vieram para ajudar e melhorar a vida das pessoas. Hoje não é preciso portar dinheiro em espécie. Com um simples cartão de plástico paga-se tudo que o dinheiro pode comprar, usando-se a Internet podemos obter de financiamentos a aplicações nas bolsas de valores.