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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. FOLHA AZUL DOS MARUJOS - CARNAVAL 2008
Enredo: No Tabuleiro da Baiana Tem: Tem Quitutes Tem, Tem Cultura, Feitiço e o Acri-doce Sabor de Uma Abolição Inacabada Também

O Grêmio Recreativo
Autor: Artur Dias (Raey)

 

A prática do comércio escravagista iniciada no século XV, não se baseava em uma guerra política como no tempo de Roma, Egito, este tinha como base apenas o comércio e lucro almejado pelas nações envolvidas neste.

Ao falarmos de escravidão imposta aos negros africanos de etnias diversas, trazidos a duras penas ao Brasil, país estranho aos mesmos, nos vem a mente que o negócio com escravos pela Coroa Portuguesa com a permissão da Igreja Católica, e juntamente com a Inglaterra e Espanha. Data-se em 1531 seu início (oficialmente em 1559) com seu término em finais do século XIX.

Em 1888 o mesmo finda com a assinatura da Lei Áurea pela então Princesa Isabel. Sabemos da lei assinada na Inglaterra chamada de Aberdeen, que proíbe o tráfico de escravos, da Lei Euzébio de Queiroz que declarava o mesmo ato feito pelo Brasil, da Lei do Ventre Livre datando de 28 de novembro de 1871, sexagenários de 1885 e em 1888, como já citado anteriormente acima, a Lei Áurea.

Atentamos aqui para o fato de que a cultura de cana-de-açúcar introduzida no país necessitava de mão-de-obra, pois a existente que era a indígena não dera resultado esperado, então o tráfico de negros foi adotado, trazidos e levados depois de vendidos às fazendas de cultivo de açúcar, ali sofrendo de várias maneiras o suplício imposto por seus senhores, capitães do mato, etc... Buscavam estes alternativas, como foram proibidas de cultuar seus orixás, associavam os mesmos aos do catolicismo, criaram a dança luta, chamada de capoeira, e quando podiam fugiam para o mato. Destas fugas resultaram o florescimento de vários quilombos pelo Brasil, tendo sido o mais famoso o Quilombo dos Palmares, que tinha como líder Ganga Zumba que fora destituído de seu posto por seu sobrinho Zumbi, que continuou a luta contra a capitania de Pernambuco, só que pagando um preço alto por sua determinação; foi traído, morto por seu captor, o capitão Furtado de Mendonça, tendo o mesmo lutado e vencido o bandeirante Domingos Jorge Velho anteriormente, o que resultava na vinda para o seu extermínio por Furtado, tendo sua cabeça exposta em praça pública no Recife, datando com sua morte 20 de novembro de 1695 (hoje nesta data é comemorado o Dia da Consciência Negra).

Em retorno à época da abolição atestamos que os negros, agora livres ficaram à margem da sociedade, sem direitos, e saindo em baixa de sua sobrevivência, rezando aos seus orixás e saindo à uma nova luta, comercializando peixes, frutas, legumes, que aos mesmos eram entregues, quitutes e salgados, sendo estes dois últimos que permitiram o surgimento das baianas quituteiras e seus famosos tabuleiros. Senhoras detentoras de axé, com mãos boas para a culinária, mãos estas que conhecem a "manha" do dengoso caruru, que quebram e amassam no pilão o feijão fradinho, senhoras cheias de saber, de etnias diversas, vestindo em suas festas suas saias de várias anáguas e balangandãs mil.

Com estas se aprende muito da culinária africana e é importante ressaltar que neste mesmo tabuleiro se encontra talvez a primeira miscigenação aceita pela população brasileira, pois a culinária negra e de brasileira retêm em seu caldeirão a mistura de vários elementos culinários não africanos, pois a mesma é fruto da mistura de ingredientes indígenas, portugueses e africanas combinadas para criar sabor exótico e irresistível, fora os ingredientes encontrados em solo brasileiro como o amendoim, castanha de caju e feijões.

Desta mistura internacional mais o talento para a culinária que só uma negra possui, é que temos o prazer olfativo e palatal de nos deliciarmos com os inúmeros pratos salgados e quentes como o vatapá, mungunzá, caruru, bobó de camarão, moquecas diversas e doces como bolos de variedade infinita, que são verdadeiros "manjar dos deuses" citando aqui alguns como bolo de aipim, milho com coco, cocadas diversas, baba de moça, quindins de ovos, etc.

Torna-se de bom gosto explicar aqui que a feijoada brasileira ao contrário do que é amplamente divulgado, não tem origem entre os escravos e sim pelas mãos de negros libertos, que para saciar a fome dos seus buscavam nos mercados de carne por sobras de animais ali comercializados, sobras estas de porco e boi, como orelhas, rabos, pés, que foram ao cozimento acrescentados por cubos de alhos, pimenta, sal e outros ingredientes, resultando assim no prato que é carro chefe do Brasil, tendo a feijoada já abrilhantada a mesa da realeza internacional e políticos famosos, e artistas de renome e quando estes estiverem em vista ao país.

Ficamos por aqui explicando a todos o enredo de nosso próprio, que no fundo é uma exaltação a mãe, rainha, anciã, a quituteira, a baiana e seu poderoso tabuleiro, que entre bolos e acarajés nos ensina que ainda existe uma dívida social dos senhores detentores do poder sócio-econômico deste país para com os negros deste mesmo país, cidadãos brasileiros que mesmo não estando a ferros "visíveis" ainda sofrem pelas condições a eles impostas pela sociedade vigente permanecendo assim a real sensação de uma verdadeira abolição inacabada que já soma em 120 anos.

 


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