ARGUMENTO
O G.R.C.E.S. Unidos de São Miguel pede
passagem para exaltar a heróica resistência cultural do povo negro
brasileiro.
Ao longo da história, Estado, Igreja,
mídia, combateram sua identidade cultural, suas origens para adequá-las
a um padrão cultural supostamente superior. Entretanto o negro tem
encontrado maneiras de afirmar seus valores, ora de modo velado, ora de
um jeito mais explícito. Mas, sempre resistindo ou mesmo recriando suas
manifestações em meio a essas condições adversas.
Trataremos, pos, dessa resistência através
das festas de origem negra (provenientes de ritos, rituais ou
celebrações africanas, em contato com um novo meio); ou das festas
impostas pelos colonizadores / dominadores, porém, transformadas em
manifestações novas e autênticas.
É nestas festas que o negro, "livre do
açoite da senzala; preso na miséria da favela" muitas vezes é coroado,
como no maracatu, na congada, ou é professor, como na escola de samba,
ou seja, "eles que no mundo diário vivem aprendendo nossas regras e
ocupam nossas oficinas, surgem agora como professores, ensinando o
prazer de viver atualizado no canto, na dança e no samba".
Um ótimo carnaval a todos!
SINOPSE
O rei, a rainha do congo e sua corte
desenvolverão a congada abrindo passagem para a bela Baiana da Lavagem
do Bonfim que abençoa a avenida a qual, em seguida é purificada pelo Mar
de Flores de Iemanjá. A folia é sagrada, é de Reis, é do Divino ou de
Cosme e Damião.
O Boi-bumbá abre alas para o carnaval, a
festa que não é de ninguém porque é de todos. Nela cabem todas as
festas, cabe o ritmo do Afoxé, em um Ilê Ayê orgulhoso; a corte do
Maracatu, o gingado do frevo.
Cabem, também, todos os blocos, dos
mascarados inocentes e brincalhões ao misterioso Clóvis.
E por fim, o Cordão gênesis das Escolas de
Samba, quilombos onde a nossa cultura resiste e se renova todo ano. Viva
o Grêmio Recreativo e Cultural Escola de Samba Quilombo Unidos de São
Miguel.
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