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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. TRADIÇÃO DA ZONA LESTE - CARNAVAL 2008
Enredo: Brasil-Nigéria, Do Elo da Escravidão ao Laço de União

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

A Escola de Samba Tradição da Zona Leste, vem par ao carnaval 2008, contar a história de resistência, luta e amor de um povo, que através da escravidão foram obrigados a abandonar a sua Terra Mãe África, para trabalhar em condições desumanas e privados de completa liberdade em terras brasileiras.

Trazidos pelos Colonizadores Portugueses, ocuparam inicialmente as regiões da Bahia e Pernambuco. Estabelecendo grande influência em nossa formação sócio-cultural. Que atualmente revela uma forte ligação entre os Nigerianos e Brasileiros.

Religião, dança, música, esporte, educação, economia, cultura...

Nigéria: é um dos grandes países da África Ocidental, no Golfo da Guiné, com mais de 133 milhões de habitantes, o 9º país mais populoso no Mundo, tem o inglês como língua oficial é uma república federal composta por 36 estados e o Território de Abuja é a Capital Federal do país. As cidades mais importantes são Lagos, Ibadan Kano.

O ELO DA ESCRAVIDÃO

Elo: Anel que faz parte de uma cadeia, cada uma das argolas da corrente.

O Elo da Escravidão, marcada pelo domínio que uma raça exerce sobre a outra, força e obrigação. Todo escravo, homem, mulher ou criança, eram presos e acorrentados, obrigados a usarem argolas nos pescoços, pulsos e tornozelos.

A Nigéria, uma das principais portas de saída de escravos para a América, onde eram levados em sua maioria para Salvador, na Bahia.

O Brasil era um dos maiores compradores de escravos. No auge do tráfico, no século XIX, o país recebia por ano, cerca de 10 mil escravos vindos da Nigéria.

Composta por vários grupos étnicos, a Nigéria passou por intensos movimentos migratórios, os Haussás ao norte, os Fulanis, os Ibos e os Yorubás ao sul.

As diversidade e as oposições entre as mais importantes etnias marcaram a história da Nigéria por inúmeras disputas, guerras e revoltas raciais e religiosas.

Com uma característica social dividida entre dominados e dominadores, estabeleceram relações comerciais com os Árabes, Portugueses e Ingleses, centradas fundamentalmente no tráfico de escravos (prisioneiros dos conflitos tribais).

Com a vinda forçada ao Brasil, herdamos várias heranças religiosas culturais.

O candomblé, em sua essência Yorubá foi sofrendo transformações com o passar dos séculos, desde a chegada dos primeiros negros escravos oriundos da África, em particular da Nigéria, e com a separação ardilosa de suas famílias, clãs, nações e etnias, muitas religiões e cultos Animistas se fragmentaram. Mas os negros criaram uma unidade nesta diversidade e pluralidade, compartilhando os conhecimentos, os diferentes rituais e segredos de sua religião e cultura. E desta nova maneira de ser e viver, aberta a todos, surgiu o candomblé.

Os grupos Yorubás eram os povos de cultura mais adiantados, falavam nagô, língua que deixou numerosas palavras no português que falamos no Brasil. Também influenciaram na culinária, especialmente nos pratos da cozinha baiana, como o vatapá, o caruru, o acarajé e o uso do azeite de dendê.

Como os escravos Yorubás já conheciam o emprego dos metais, sua contribuição foi muito importante na atividade mineradora e participaram ativamente na resistência e na luta contra a escravidão.

O LAÇO DE UNIÃO

Laço: Nó que se destaca sem esforço, aliança ou vínculos que unem duas ou mais partes.

A Lei Áurea, além de abolir a escravidão, consolidou a união entre estes dois países. A nação nigeriana faz parte de nossas raízes. Compartilhamos a experiência da colonização, o sofrimento da escravidão e o desafio de construir sociedades forjadas na diferença, mas que avançam em busca do bem comum.

Superando divisões, encontrou na democracia a melhor forma de expressão. Nigéria, o país mais populoso da África, caminha entre o progresso trazido pelo petróleo e o pesadelo da guerra civil.

Com a aproximação política e econômica, intercâmbios e acordos bilaterais, há um sentimento de confiança que unem os Governos do Brasil e Nigéria.

Hoje, unidos pelo Atlântico e pela história, o povo nigeriano atravessa o mar, agora livre em busca de novas aspirações e oportunidades.

Essa é nossa homenagem ao 120º aniversário da Lei Áurea, aos negros e a todos os povos que fazem parte da nossa história.

 


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