Nossa escola volta ao passado para retratar nesse carnaval, um grande acontecimento Histórico do Brasil. Tudo começou em 1530.
Em 1530 o rei D.João III efetivou a colonização do Brasil. Para viabilizar a ocupação e povoamento da Colônia, a Coroa portuguesa recorreu ao cultivo da cana de açúcar para sustentar a colonização.
Levado da Ásia para a Europa, por Árabes e Cristãos engajados nas cruzadas durante a Idade Media, o açúcar era uma das especiarias mais valiosas no inicio do século XV.Era um produto raro e muito procurado,fazendo parte até mesmo de dotes de rainhas e princesas.
Portugal já conhecia a agricultura da cana de açúcar desde o século XIII, porem foi só na metade do século XVI com o infante D.Henrique o navegador, que a atividade açucareira ganhou amplitude deixando de ser uma produção limitada e isolada.
Nessa época foram instalados alguns engenhos na Ilha da Madeira com melhorias técnicas e grande utilização da mão de obra escrava de negros capturados e trazidos da África. Assim as lavouras de cana de açúcar se espalharam pelos Arquipélagos Atlânticos, alem da Ilha da Madeira, os Açores, São Tomé e Cabo Verde.
Para a implantação da indústria canavieira na Brasil, o projeto colonizador luso precisava contar com a mão de obra compulsória e abundante, dado a extensão de território.
Inicialmente foram utilizados os índios, mas em seguida passou-se a usar os negros Africanos. Dois fatores explicam o emprego do trabalho escravo Africano; em maior escala quando comparado ao indígena;
O primeiro deles envolve os intereces ligados ao trafico negreiro, um empreendimento altamente lucrativo para a Coroa; o segundo refere-se ao simples desaparecimento da população indígena da área açucareira.
As primeiras mudas de cana de açúcar foram trazidas por Martim Afonso que instalou o primeiro engenho em São Vicente.
Inauguravam assim a base econômica sobra a qual se assessoria a colonização portuguesa na Brasil. A multiplicação dos engenhos pela costa brasileira foi bastante rápida.
Coube a região nordeste destacadamente o litoral da Bahia, mas foi em Pernambuco que encontrou as melhores condições para o plantio, por ter um clima quente e úmido. Em pouco tempo Pernambuco se tornou a terra do açúcar.
Assim a produção do açúcar voltava-se exclusivamente para a exportação, e por gerar elevados lucros, comandava a economia colonial. A produção canavieira destinava-se as melhores terras, grandes investimentos de capital e a maioria de mão de obra.
O responsável pela produção (o Senhor do engenho) ocupava um papel de destaque e usufruía de enorme prestigio social. O engenho era construído por áreas extensas de florestas, plantação de cana de açúcar, a residência do proprietário (casa grande) a (capela) e a (senzala) normalmente um grande barracão onde se alojavam os escravos.
A fabrica de açúcar era formada pela moenda, a casa das caldeiras e a casa de pulgar. Na moenda a cana era esmagada extraindo-se o caldo, na casa das caldeiras o caldo era engrossado o fogo em grandes tachos, finalmente na casa de pulgar o melaço da cana era colocado em formas de barro para secar e atingir o ponto do açúcar.
Apos algum tempo esses blocos eram desinformados, colocados em caixas e mandados para Portugal, a seguir era despachado para a Holanda onde passava pelo processo de refinação ficando pronto para a comercialização e consumo.
Havia engenhocas e molinetes dedicados à produção de aguardente como elemento de troca de escravos e para o próprio consumo.
Com a implantação do domínio Espanhol sobre Portugal desde 1580, a inimizade Holandesa estendeu-se também sobre o império luso.
A guerra entre Holanda e Espanha terminou em 1648 quando esta ultima reconheceu a independência dos paises baixos. No inicio do conflito, o rei da Espanha Felipe II proibiu o comercio entre a Holanda e suas colônias, o que incluía o embargo e a participação flamenga no empreendimento açucareiro do Brasil.
Encerrada a trégua, os paises baixos retornaram a ofensiva militar fundando em 1656 ha . companhia daí Índias Ocidentais, empresa destinada a garantir o controle sobre o comercio do açúcar brasileiro, e ao mesmo tempo, tentar se apossar dos domínios ibéricos na costa americana e africana.
Três anos depois, a companhia patrocinou a invasão de Salvador na Bahia. A invasão só não obteve sucesso graças a forte resistência dos colonos encabeçados pelo (Bispo D. Marcos Teixeira), que impediu o seu avanço para o interior da capitania.
A produção de rapadura e aguardente apesar de reduzida, era muito importante para a obtenção de escravos africanos, sua principal área de fabricação era o litoral de São Vicente. Na zona da plantação da cana de açúcar, os negros eram maltratados com açoites em troncos, os quais tentavam fugas, e os que conseguiam acabavam organizando comunidades negras livres, chamadas de quilombos.
O mais importante foco de resistência negra contra a escravidão foi o Quilombo dos Palmares que se formou na serra da barriga em Alagoas, que produzia cana de açúcar, e que durante certo tempo chegou a comercializar seus excedentes com as regiões vizinhas.
Em 1694 depois de um longo cerco, o paulista Domingos Velho, a serviço dos senhores de engenho invadiu e destruiu Palmares.
Em 1698 foi descoberto ouro em Vila Rica hoje (Ouro Preto) Minas Gerais, terminando assim, a era da cana de açúcar como grande comercio, até o final do Imperialismo no Brasil.
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