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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.B.C. MANCHA VERDE - CARNAVAL 1999
Enredo: Vinho, o Néctar dos Deuses

O Grêmio Recreativo
Autor: Raul Diniz

 

Quem pensa que o champanha é a única bebida associada à paixão e ao romance, então é provável que nunca tenha tomado uma taça de vinho ao lado da sua amada, gerando sentimentos calorosos e alegres.

Através dos milênios a uva sempre foi o símbolo da abundância. Seus cachos nos fornecem um líquido precioso, quase tão antigo quanto o homem e sumamente apreciada entre os povos, conquistando gregos e troianos, nobres e plebeus e transformou-se em um insubstituível elemento de prazer e alegria.

A origem do vinho é muito remota. Os estudos de fósseis indicam que na Europa, na era Terciária, já existiam plantações de uvas selvagens. No entanto, os especialistas admitem que a espécie atual tenha se propagado naquele continente há mais de cem mil anos, oriunda da Cólquida, região do Mar Negro. Essa espécie, sobrepondo-se às plantas selvagens já existentes e com elas mesclando, originou a grande variedade de videiras que constituí o patrimônio da vinicultura européia. Assim não se pode fixar uma data em que o homem começou a utilizar a videira.

Com toda segurança, a uva já era cultivada no Egito e o primeiro a cultivá-la, ou o fruto da parreira, foi Osíris, como testemunham os cálices com os quais se oferecia vinhos aos deuses. Além disso, foi descoberto um relevo em Tebas no qual estão representados dois escravos colhendo cachos de uva do mesmo modo como fazem os viticultores atuais.

O vinho era bem conhecido pelas civilizações cretenses, como demonstram os vasos de cerâmica descobertos nos subterrâneos do Palácio de Cnossos, onde eram conservados os vinhos e azeites.

Para os hebreus a vide também é uma bebida milenar: o Cântico dos Cânticos, livro da Bíblia atribuído a Salomão, louva o perfume das vinhas reais ao mesmo tempo que lamenta os danos que as raposas lhes causavam. Além disso, a Bíblia conta como o patriarca Noé, que era agricultor, trabalhou a terra, plantou uma vinha, extraiu vinho da uva, bebeu o seu vinho e embriagou-se.

Na Roma Antiga, a videira e o vinho eram de tal modo difundidos que à península itálica chamavam Enotria, que significa "terra do vinho". Adotando e adaptando a religião e os mitos gregos, os romanos transformaram o helênico Dionísio, Deus do Vinho, da embriagues, da colheita e da fertilidade, em Baco, uma das divindades mais cultuadas e prestigiadas da Roma Antiga.

O cristianismo, por sua vez, também honrou o vinho como símbolo do sangue de Jesus Cristo.

Um dos períodos áureos do cultivo da videira situou-se entre os séculos XVIII e XIV, quando muitos senhores feudais obtiveram grandes fortunas com a viticultura, que era então uma das mais rendosas atividades agrícolas.

Ao lado da atividade agrícola existe a industrial. Há pequenos e grandes produtores. No Brasil, foram os italianos os introdutores da festa da uva em nosso país. Eles revivem nesta festa o culto ao Deus Baco romano e a Dionísio grego, festejado intensamente na primavera, pelos romanos e pelos gregos de antigamente.

Quando as belas mocinhas vestidas a caráter servem nas barracas os cachos de uvas, quando as garrafas são abertas ou das pipas jorra o vinho saboroso... poucos conhecem o trabalho que está atrás da efusão da vitória.

Foram os alemães os primeiros a produzir vinho em Santa Catarina. Mas a viticultura, apesar dos cuidados com a produção em pleno verão, está em franco desenvolvimento em São Paulo, Santa Catarina e principalmente no Rio Grande do Sul. Bem dizem da terra dadivosa e boa do Brasil... que em se plantando tudo dá.

Embora seja o vinho uma bebida deliciosa e sumamente apreciada, devemos nos precaver contra os excessos e sua conseqüências.

 


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