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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.C.C. CAMISA 12 - CARNAVAL 1999
Enredo: Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores

O Grêmio Recreativo
Autor: Cláudio Faria Romero

 

Corria a década de 60...

Tempos agitados aqueles. O mundo "gritava". O povo queria ser ouvido, incluído nas metas e prioridades, conseguir a sua condição de cidadão.

Desgovernos são contestados. Surgem slogans, se luta contra instituições que governam para as elites minoritárias, abominando a participação popular, pré-determinando uma situação de exclusão social.

Em Paris (França), os estudantes se organizam e barricadas são levantadas. Grandes manifestações ocorrem, com reflexos em várias partes do mundo. Simultaneamente temos a Primavera de Praga e a Revolução Cultural Chinesa.

No Brasil, os estudantes saem a luta, organizam grandes passeatas, com destaque à realidade no Rio de Janeiro, com 1 milhão de pessoas gritando por liberdade, em tempos de ditadura, censura e perseguições políticas. Opositores são caçados, taxados de subversivos, presos, torturados, desaparecem.

O ideal de igualdade da Revolução Cubana embala a juventude Latino-Americana junto à luta contra a dominação do Imperialismo Americano.

Paralelamente, surgiu o Movimento Hippye que aproximou com seu canto de paz e amor a juventude mundial, com o surgimento de ídolos musicais, políticos e artísticos.

Ao lado da falta da Democracia, no Brasil foi o tempo dos Grandes Festivais, onde os compositores encontravam "espaços" para contestar a situação vigente (status quo), o tropicalismo aflorava como versão brasileira do Movimento Hippye, que pregava a convivência pacífica e o fim das guerras.

Nessa época, o Continente Sul-Americano era dominado por Ditaduras Militares e os soldados serviam e viviam "pela pátria" e sem razão, enquanto conviviam latifúndios e a fome, com o povo acreditando ser capaz a vitória do amor sobre os canhões.

Mas, "esperar não é saber", e para obter uma sociedade melhor, tanto nas ruas, campos e construções, todos somos soldados, armados ou não, aprendendo uma nova lição. Afinal, "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer".

Nem todos os ideais daquela época de 1968 foram alcançados. Se voltamos a ter direito ao voto, estamos longe de atingir a Democracia Social. Os latifúndios continuam predominando, o desemprego cresce, e os baixos investimentos em educação, saúde e moradia conduzem o Brasil à triste condição de campeão das desigualdades, onde os ricos concentram cada vez mais as riquezas da nação e a grande maioria está cada vez mais longe da condição de cidadãos.

No esporte o Corinthians, clube que rompeu com a Elite e preconceito racial, sendo o primeiro clube popular brasileiro, une operários e estudantes, levando amor e ideologia aos estádios, mesmo nas atuais condições, quando o preconceito dos dirigentes impedem a festa das arquibancadas, hoje sem bandeiras, baterias e sem camisas.

Enfim, fica a certeza de que a luta precisa continuar. As conquistas sociais não são dádivas fornecidas pelos poderosos, e sim, conquistadas com perseverança e muito amor: "Pra Não Dizer Que Eu Não Falei das Flores".

 


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