INTRODUÇÃO
A arte é o
poder que o engenho humano permite exercer sobre a natureza humana e
determina o estado de cultura de cada grupo social.
Por maior
que seja sua independência, o homem não pode se libertar do meio e da
tradição.
E é nesta
terra brasileira que se encontra o nativo, povo livre, dourado pelo sol,
caçador e pescador, que tem sua cultura e mitologias próprias.
A
civilização invade o Xingu e o nosso objetivo é prestar uma singela
homenagem ao homem nativo do território brasileiro, os verdadeiros donos
da terra.
Desde o
descobrimento ou a invasão das Américas, o homem branco vem impondo seu
modelo de civilização aos índios.
Poucas
populações nativas ainda resistem, dentre elas a dos indígenas do Xingu,
cujas terras são cobiçadas por fazendeiros, garimpeiros e vendedores de
bugigangas.
E esta
"civilização" que está invadindo pouco a pouco o Xingu, e o nosso samba
enredo tentará com a ajuda da fantasia, mostrar quais seriam os
resultados.
Segundo os
habitantes das nações indígenas que povoam aquela área, foi exatamente
ali, onde as águas dos rios Luluene Batovi e Ronuro se juntam para
formar o Rio Xingu, segundo a lenda foi aí que o mundo começou.
Contam que
em vinte de maio de 1951, os Kalapalos juraram ter visto um disco
voador, o que na verdade era apenas um eclipse solar. A partir deste
fato verídico, imaginamos que ocorreu uma chuva cósmica, causando uma
metamorfose em seus habitantes.
Vislumbramos
um shopping center, e ao seu redor, 10% de casas e 90% de favelas
construídas pelos índios da região para sua morada.
Os índios
usam óculos escuros italianos, calça jeans da moda, tênis importados, e
com suas torcidas organizadas, participam de quebra-quebras nos estádios
de futebol.
Imaginem
então o resultado da união de nossos índios, mais o G.R.E.S. Colorado do
Brás juntos; loucura total. Por isso insistimos em dizer que: Deu a
Louca no Xingu.
SINOPSE
1º
QUADRO: A ALDEIA
Como todos
os índios do Xingu, eles não tem um Deus, tem um herói. E segundo os
habitantes das nações indígenas que povoam aquela, foi exatamente ali,
onde as águas dos rios Kuluene, Batovi e Ronuro se juntam para formar o
Rio Xingu que o mundo começou.
Contam que
em 20 de maio de 1951, os Kalapalos juraram ter visto um disco voador, o
que na verdade era apenas um eclipse solar. Imaginamos que uma Chuva
Cósmica, caiu sobre o Xingu, causando uma metamorfose em seus
habitantes.
2º
QUADRO: XINGU SHOPPING
E os povos
do Alto e Baixo Xingu estão nas ruas explodindo de alegria. No Xingu
Shopping, "templo de consumo", os índios de várias tribos se esbarram,
afim de adquirir toda espécie de produtos e agitam no Café Tucano,
Lanchonete Tucunaré e Perfumaria Vitória-Régia, todos a consumir as
novidades de Miami.
3º
QUADRO: ZONA FRANCA DO XINGU
Enquanto
isso, no outro lado da aldeia, índios de baixa renda não podendo comprar
no shopping, consomem os similares na Zona Franca do Zingu, que já sob
influência do homem branco, este tipo de comércio passa a funcionar na
aldeia. Através das divinas muambeiras, tudo e todo tipo de muambagem
circula pelas tribos. São rádios carajás, relógios kuikuros, atraindo
assim os turistas tupiniquins.
4º
QUADRO: ESTÁDIO OLÍMPICO DO XINGU
E um grande
tumulto congestiona as ruas da aldeia. É a concentração de índios
torcedores se deslocando para o Estádio Olímpico do Xingu. São torcidas
organizadas e uniformizadas para vibrarem com os atletas da Kuluene
Volleyball, Ronuro Basketball e o Xingu Football Club. Numa alegria
ímpar, independente de serem perdedores ou vencedores.
5º
QUADRO: XINGU DISCO CLUB
Perdendo ou
ganhando, todos vão ao Xingu Disco Club, uns para afogar suas mágoas,
outros para comemorar a vitória. É um profusão de cores: os Curumins
Lambadeiros se unem aos Tupinambás Samba, juntamente com os Caraiba'a
Punks, para brincar, pois ninguém resiste aos ritmos quentes do samba,
funk e rock'n roll. Imaginem então o resultado da união de nossos índios
mais o G.R.E.S. Colorado do Brás juntos. Loucura total. Por isso,
insistimos em dizer que: Deu a Louca no Xingu!
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