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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
A.C.S.E.S. MOCIDADE CAMISA VERDE E BRANCO - CARNAVAL 2004
Enredo: No Reinado da Folia o Povo Quer Ver: Minha História, 50 Anos de Glórias Brindando a São Paulo

Carnavalesco
Carnavalesco: Armando Barbosa

 

Divagando o colorido 2004 que retrataria somente o nosso jubileu de ouro, compartilhamos desse momento marcante da nossa história, para que juntos brindemos também os 450 anos da nossa cidade desvairada. Para tanto, tomamos como ponto de partida os fatos marcantes da cidade, em 1914, ano da fundação do do Grupo Carnavalesco Barra Funda

 

A expansão da Classe Operária

Partimos do período durante a primeira guerra e dos efeitos que surtiram em São Paulo através de seus bairros operários, ao redor das fábricas, que seguiam geralmente o traçado das ferrovias, como Lapa, Barra Funda, Vila Prudente, Pari... Em virtude da guerra, entre 1914 a 1917, se acelera a industrialização, mas o aumento da população e das riquezas é acompanhado pela degradação das condições de vida dos operários que sofrem com salários baixos, jornadas de trabalho longas e doenças. Só a gripe espanhola dizimou oito mil pessoas em quatro dias, fazendo o coração do Brasil parar.

 

Sindicatos anarquias lideraram uma paralisação contra os baixos salários e melhores condições de trabalho e, em resposta o governo ordenou abrir fogo em quem ficasse parado nas ruas. Nesse mesmo ano, o governo e os industriais inauguraram a exposição industrial de São Paulo no suntuoso Palácio das Indústrias, especialmente construído para esse fim. O otimismo era tamanho que motivou o prefeito, de então, Washington Luís, a afirmar, com evidente exagero: "A cidade é hoje alguma coisa como Chicago e Manchester juntas".

 

Cenário de Grandes Construções

Barra funda, o nosso quartel general do samba era tido um bairro operário devido a presença de imigrantes e colaborou muito para o crescimento da cidade, pois era também um "armazém regulador", que regulava os estoques para serem encaminhados ao porto ou para o interior. Também atendia aos passageiros e ao redor da estação, vários armazéns da ferrovia e particulares eram atendidos pelas composições de cargas. Com a modernidade construíram o metrô e, sem função, o terminal do antigo trem passou a ser utilizado para o embarque dos passageiros do "Trem de Prata", rumo a cidade maravilhosa como um trem noturno. Mas, na barra funda não havia somente se consolidado os elementos do gigantismo, porque ali no Largo da Banana, antiga várzea, o ordenado era pequeno e o soldo pequeno provinha da venda de tantos cachos de bananas que, naquele cenário, convidava os amigos a formar as rodas da tiririca, de serestas e dos sambas de roda, gerando num ambiente familiar.

 

No mesmo bairro construído por comerciantes portugueses, em 1917 está o Teatro São Pedro que funcionou até o final dos anos 50, quando foi convertido em cinema. As peripécias do destino parecem reservar grandes surpresas ao nosso querido quartel, posto que, a antiga várzea deixaria de ser um "point" regional para se tornar um cartão postal latino americano. Hoje, o memorial da América Latina está situado no antigo Largo da Banana.

 

O samba está organizado, criando raízes e se consagra

A história da escola está relacionada à própria história de lutas do cidadão paulistano em busca de horizontes promissores. Em 1914 não só a cidade, mas o mundo vivia à guerra e, numa mesma atitude com propósito diferente, Dionísio Barbosa, junto com a população negra da cidade que se sentia excluída da Festa de Momo e não queria participar apenas como espectador da farra das elites trava batalhas; funda o primeiro Cordão Carnavalesco Paulista, o Grupo Carnavalesco Barra Funda que mais tarde se tornaria Camisa Verde e Branco. O grupo teve de lutar para ir às ruas e no final da década de 30 e toda a década de 40 parou as suas atividades por problemas políticos.

 

Com a extinção do grupo e por ser um bairro vizinho à Barra-Funda, os Campos Elíseos de cujo título na mitologia grega significa o destino dos espíritos de heróis e homens virtuosos, após a sua morte, tornou-se o reduto desses sambistas. Mesmo sendo um bairro ligado à educação e ao governo de São Paulo, o Largo Coração de Jesus, no centro do bairro, abriga um dos mais significativos conjuntos arquitetônicos: o Liceu Coração de Jesus e o Santuário do Sagrado Coração de Jesus. Mas o avanço da riqueza produzida nas fazendas do interior colaborou para a decadência do bairro, construído justamente para abrigar as residências dos fazendeiros, a construção da Estação Ferroviária Júlio Prestes, inaugurada em 1938. A beleza e funcionalidade do edifício não foram capazes de conter a proliferação de depósitos, pensões e hotéis, por outro lado, colaborou com o grupo Carnavalesco Campos Elíseos porque se tornara uma das boas referencias do bairro. Esse grupo era liderado pelo baliza Odilon, o elementar, que a exemplo do grupo barra-funda também sofria as resistências políticas. Devido à morte do baliza Odilon num desfile pelas ruas do bairro às atividades se encerraram, entretanto, nessa época, um integrante da bateria dos Campos Elíseos, Inocêncio Tobias, decide reorganizar um novo grupo e dar vida novamente ao extinto Camisa Verde.

 

O cordão, a exemplo do grupo também sofre com problemas políticos, agora, no Governo Vargas por ser confundidos com simpatizantes do Partido Integralista de Plínio Salgado, em conseqüência das cores usadas no uniforme que era composto de calça branca e camisa verde. Então, o apelido "Camisa Verde" se mantém por ser tão popular já tinha virado nome, mas, surge um impasse; com o advento do integralismo. Assim, a cor branca que já era parte integrante do uniforme entra no nome oficial sendo registrado o "Cordão Camisa Verde e Branco".

 

Diante tantas batalhas vieram as merecidas vitórias: 1954, em nosso primeiro desfile saímos nas ruas comemorando o IV Centenário de São Paulo e o nosso primeiro título. Nesse ano a cidade contou com diversos eventos, inclusive a inauguração do Parque do Ibirapuera, principal área verde da cidade. Nessa época o ginásio do Ibirapuera abrigava grandes disputas carnavalescas, onde cada escola apresentava a sua bateria com diferentes breques e o mais criativo assegurava-lhe a vitória.

 

Em 1988 fizemos um convite para amar, retratamos a história da noite paulistana: a vida boêmia, as serestas, os funcionários da "noite" e seus diferentes clientes. Enfim, a nossa metrópole contrastante que regida sob os raios do astro rei revela com nitidez a poluição, o transito caótico, a violência, a pobreza, enquanto, aos encantos do luar de prata faz desses problemas, no mínimo, passarem despercebidos; à noite, que só aqueles que vivem na terra da garoa descrevem com fidelidade os seus encantos enigmáticos.

 

"O Samba é o nosso ideal" e por essa razão a escola colabora com a criação de movimentos expressivos: Verde e Branco Bar, São Paulo Chic, Rua do Samba, Clube do Pagode e Botequim do Camisa as saudáveis loucuras do nosso comandante que sempre buscava alternativas de integrar o samba à comunidade como lazer gratuito na cidade. De promessa à consagração: Zeca Pagodinho, Negritude Júnior, Grupo Sensação, Reinaldo, Boca Nervosa, Carequinha, Reinaldo Zacarias...

 

Papel social - Criamos o primeiro programa Mobral aos nossos integrantes porque temos o lema de que a escola de samba não é apenas voltada ao lazer, pode e deve ser também uma oportunidade de formar opiniões.

 

São Paulo, nossa terra! Sua gente: luta, trabalho, coragem e determinação. Parabéns grande metrópole!

Regozijados de orgulho retratamos não só a nossa história, mas a mesma pulsação literária da História do Progresso da Cidade de São Paulo, contrariando a definição de cidade túmulo do samba e revelando o quão o poeta não possuía tais conhecimentos dos fatos.

 

Qual a idade de São Paulo? São Paulo tem as idades de cada pessoa, a partir do nascimento até sua morte, vivendo na cidade ou tendo se mudado, fugindo dela. São Paulo são as idades das culturas dos seus moradores: nordestinos, europeus, asiáticos, africanos...

 

Amar essa cidade é conhecer seus espaços, "os bons e os maus" em qualquer tempo. Parabéns minha cidade querida! Viva as nossas histórias repletas de Lutas, Conquistas, Ações, Amor e Samba.

 

Somos verde e branco até a morte! Amantes fiéis da nossa cultura popular, onde o samba é enraizado na Barra-Funda: o berço do nosso carnaval. Você é o nosso convidado! Vamos brindar a cinqüentona deslumbrante e mais querida da terra da garoa, Camisa Verde e Branco.

 


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