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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
A.C.S.E.S. MOCIDADE CAMISA VERDE E BRANCO - CARNAVAL 1998
Enredo: Fotografia aos Olhos do Mundo, Nas Lentes da Verde e Branco

O Grêmio Recreativo
Autor: Alexandre Bernardo Costa

 

Histórico

Dom Pedro II foi o primeiro fotógrafo brasileiro. Ele ainda não tinha 15 anos quando começou seus estudos e dedicação a esta arte, a qual, manteve uma estreita e jamais desmentida relação, como praticante, colecionador e mecenas, foi ele mesmo que trouxe as primeiras câmeras fotográficas, sendo, responsável pela preservação de grande parte da nossa memória fotográfica do século XIX, admiravelmente resumida, na coleção Teresa Cristina, que ele doou a Biblioteca Nacional, quando de seu dispensável banimento, e que constitui até hoje, o mais completo acervo dos primeiros tempos da fotografia no Brasil.

Nosso imperador era uma figura interessante e estudiosa. Acompanhava de perto a evolução das ciências tão em moda em seu século, comparecendo as feiras internacionais e muitas vezes mantendo estreitas amizades com inventores, ajudando-os inclusive financeiramente, como no caso do telefone e do gramofone. Desembolsava sem pestanejar, polpudas somas para alimentar sua biblioteca, a coleção de fotografias ou até mesmo para ajudar algum fotógrafo ou artista, em alguma dificuldade financeira. Atribuía títulos e honrarias a diversos fotógrafos, sendo inclusive, o primeiro monarca a oferecer seu real patrocínio a um fotógrafo, dois anos antes que a rainha Vitória - outra grande apreciando da fotografia.

A febre do retrato fotográfico

A exemplo dos demais países do mundo, foi o "boom" do retrato fotográfico, que solidificou a fotografia no Brasil, propiciando aos estúdios e itinerantes que adentravam os estados em busca dos ricos latifundiários, uma fonte de renda segura e estável, a nova e prodigiosa técnica da fotografia, que mostra a realidade sem disfarces, encanta a burguesia da época, aguça o lado narciso de cada indivíduo. Posar diante de um fotógrafo significa, tornar-se imortal em uma imagem autêntica e real, muito mais positiva, enfim, que a estampa numa tela a óleo.

Em 1854, Disderi anuncia ao mundo sua nova descoberta no campo da fotografia. Uma foto no tamanho 6x9 cm, a que ele chama de carte-de-visite - o retrato fotográfico. Vira uma mania e uma febre mundial, pois a fotografia passa a não ter o fundo, destacando, simplesmente a figura que está posando. Multidões correm aos estúdios para serem fotografadas ou até mesmo, comprar imagens de personalidades da época que acabavam nos álbuns particulares, numa forçada intimidade com os anônimos das famílias burguesas.

A fotografia toma cor e a febre da foto-pintura

Democrática e acessível. A carte-de-visite, não poderia de forma alguma satisfazer aqueles que desejavam utilizar a fotografia como símbolo de status. Porém em 1863 é lançada a fotografia sobre tela. Um processo simples que, constituía na impressão fotográfica de uma imagem sobre uma tela, emulsionada com material fotossensível, e num posterior recobrimento desta imagem com tinta a óleo. Esta técnica tinha a vantagem de dispensar um pintor de um talento apurado para o difícil gênero do retrato, transformando-o num simples colorista, ao mesmo tempo que liberava o modelo das fastidiosas sessões de pose da pintura.

No Brasil, esta técnica gozou de maior aceitação e produziu resultados pictóricos muito interessantes - de um lado, porque contou com o trabalho de bons pintores e pintores e de outro, porque a inclusão de exuberante vegetação tropical, no segundo plano desses quadros, lhe conferiu um sabor todo especial. Reflexo perfeito da sociedade brasileira de então, dividida entre a importação dos padrões culturais europeus e o convívio com a vigorosa natureza tropical. No Brasil, a voga da foto pintura teve uma duração inigualável em outras paragens, ultrapassando as duas décadas e contando com o talento de alguns dos mais conceituados fotógrafos da época.

Os cartões postais

Vários foram os daguerreotipistas (assim eram chamados os homens que operavam as câmeras de daguerreotipos-máquinas essas, foram as primeiras no campo da fotografia) que vieram ao Brasil, foram muitos como o abade Louis Compte, que dava demonstrações constantes ao imperador, registrando alguns aspectos da fachada do paço em 21 de janeiro de 1840. E já no final do mesmo ano, em novembro, formato que viabilizava a inserção das figurinhas nos maços de cigarro. Esta portanto é um dos primeiros marcos em que a fotografia invade a propaganda no Brasil. Cabe aqui informar que a manufatura de fumos e cigarros José Francisco Correia & Cia, foi absorvida pela hoje conhecida Cia de Cigarros Souza Cruz.

Em 1882, aparecem os primeiros modelos portáveis. O filme já é produzido em rolo e permite tirar cem fotografias consecutivas; mas depois de utilizar todo o rolo, o aparelho tem que ser enviado aos estúdios de Eastman (seu inventor) em Nova York, onde o filme será revelado e substituído por outro. Mas tarde o próprio inventor fabrica um rolo que pode ser trocado pelo próprio fotógrafo em plena rua. Surge a Nikkon e com ela o fotógrafo amador. Simples, fácil de carregar, o novo aparelho é, no entanto, suficientemente complicado para dar a seu dono a ilusão de que está cumprindo um ritual reservado e especialista.

É bom lembrar que até esta data só se podia fotografar com luz natural. Somente em 1887 inventaram um flash. Um relâmpago que se produz no momento da foto, pela queima de pó de magnésio. O pó é colocado numa bandeira metálica. Um pavio queima lentamente. Ao atingir a bandeja, ocorre a explosão, que enche o recinto não apenas de luz, mas também de fumaça. Mas esse método embora muito conhecido por todos nós, não dura muito tempo. Logo o pó passa a ser condensado em ampolas ou lâmpadas, que impedem ao produto em combustão escapar para o exterior. Pouco a pouco esses flashes serão cada vez mais aperfeiçoando até a eletrônico.

A fotografia invade a imprensa nas mãos de malta

Sem dúvida alguma Augusto César Malta foi o primeiro foto-jornalista de nossa história, viveu na capital federal de uma jovem república recém liberta de escravidão e do império. Foi convidado por Pereira Passos para ser o fotógrafo mundial. Mas o valor de malta não se resume a história do Rio de Janeiro. Senhor de uma grande sensibilidade, mais interessado em documentar a vida urbana do que congelar as fachadas do Rio de Janeiro, Malta fotografou grandes eventos, personalidades importantes, mas foi principalmente o fotógrafo da gente comum: seu lazer, sua profissão, seu cotidiano. Malta com sua câmera portátil podia estar onde as coisas aconteciam e fixar as imagens.

Em mais de 400.000 fotos, muitas das quais transformadas em postais distribuídos por todo o mundo, Malta fez mais que a crônica de uma cidade em mudanças: Foi o primeiro fotojornalista de nossa história fazendo que a fotografia tivesse ingresso na imprensa e continuasse o sonho do primeiro fotógrafo brasileiro. Surgiam os primeiros anúncios da venda do equipamento de daguerreotiopia numa casa da Rua do ouvidor, 90-A. Outro também importante daguerreotiopia que devemos ressaltar, foi Marc Ferrez que notabilizou-se como excelente paisagista. Fotografou vários locais do Rio. Integrou a comissão geológica do império, foi agraciado com título de fotógrafo da marinha imperial recebendo também do imperador a ordem da rosa. O acervo de Ferrez é grande em fotos tipo postais, que retratam vistas de aspectos interessantes não só do Rio de Janeiro como de outras cidades brasileiras sendo um importante marco para a difusão dos cartões postais de nosso país para o mundo. E com o advento das fotos pinturas, nossos postais, puderam mostrar em cores, os aspectos tropicais brasileiros.

Os nus artísticos

Mas nem só de álbuns de família, fotos de personalidades famosas paisagismo viveu a fotografia no Brasil. Havia também as fotos de nus, embora artísticas, consideradas obscenas. Eram vendidas camufladamente nos estúdios fotográficos por quantias razoavelmente altas a título de satisfazer aos mais variados gosto masculino da época como o próprio imperador cita em anotações suas de 22 de dezembro de 1851. ..."Notei fotografias obscenas para estereoscópio; deviam ao menos tirá-las do mostrador"... . A propósito, o estereoscópio era um grande avanço também do campo da fotografia datada de 1844, cujo seu inventor Sir David Brewster, desenhou seu famoso Brewster Stereoscope, e perdura até hoje numa versão modernizada no brinquedo View Máster, sendo esse aparelho inclusive uma base para a iniciação do cinema.

A fotografia invade a propaganda

Afixionado pela fotografia, o conde de Agrolango, trouxe de suas freqüentes viagens a Europa cerca de uma dezena de máquinas de todos os tipos e marcas, mantendo-se freqüentemente atualizado em relação aos constantes avanços da arte fotográfica em todo o mundo. Consumia constantemente centenas e centenas de chapas, fixando especialmente paisagens brasileiras. Seus trabalhos eram distribuídos gratuitamente nos produtos de marca Veado, tinham apenas 3x7 cm reproduzindo vistas espereoscópicas, Os temas variados, vistas urbanas do aqueduto da carioca, das praias, estações de bonde, Copacabana, do alto do Corcovado. Estes figuras traziam no verso a seguinte inscrição rodeando uma cabeça de veado: "Grande manufatura de fumos e cigarros José Francisco Correia & Cia - Rua 7 de Setembro, 74 - Rio de Janeiro - Distribuidora gratuita".

E a fotografia passou a fazer parte de jornais e revistas que antes eram apenas ilustrados. E dessa maneira não só a imprensa notificava os fatos, aliado com a fotografia ela registrava os momentos decisivos da reportagem.

A fotografia nos momentos atuais

Sem perder a característica inicial de registrar, a fotografia tornou-se importantíssima quando de sua ligação com a imprensa. Ela é o registro de fatos e personalidades que de uma maneira ou de outra influenciaram o mundo.

Hoje a fotografia não só cumpre o papel de seu início. Ela está em toda parte onde a notícia se faz necessário. Ela registrava descobertas nos campos da medicina. Não fica somente sobre o terra, vai ao fundo do mar e ao espaço sempre com a mesma função - registrar.

A fotografia nunca perdeu a característica de moda, ela sempre foi moda. Lança as grandes modelos - vende marcas e na mão do paparazis ela é alcoviteira seguindo as grandes personalidades a fim de tornar pública cenas particulares.

Sem dúvida alguma a fotografia terá sempre a sua função: a de parar o tempo e eternizar o momento. Como ela mesmo faz no carnaval registrando através dos jornais e revistas os momentos marcantes dos desfiles registrando em nossas mentes cenas de eterna recordação a exemplo de Isabel Valença representando Chica da Silva que com certeza, daria tudo para ser fotografada.

O avanço da fotografia é contínuo. Basta entender que a 180 anos atrás a primeira fotografia realizada por Niepce exigiu um tempo de cerca de oito horas de exposição para transformar-se em uma imagem reproduzida, e hoje, com o surgimento da fotografia instantânea em questão de um simples minuto, você pode ter o seu momento registrado.

 


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