Por que, "ALMÔNDEGAS DE OURO"
Porque a Verde e Branco, presta uma singela homenagem à um dos Estados mais ricos de nossa pátria, Minas Gerais.
Na época da revolução industrial (século XVIII) a aldeia de Catas Altas, no interior de Minas Gerais, através das minas de Congo-Soco, pois, o ouro dali extraído fazia com que nosso Brasil se tornasse internacionalmente conhecido (Tratado de Methem 1703 entre Portugal e Inglaterra) através da força e inteligência de um sacristão.
Seria por demais triste não relembrar este feito de nossa história, pois a astúcia deste mineiro fez com que o monarca de Portugal (D. Pedro I) fosse a Minas Gerais para conhecê-lo e participar de um de sues mirabolantes banquetes, todo servido em baixelas de ouro e ao final de cada banquete os convidados levavam para casa toda baixela do qual haviam tocado. Muitas foram as festas, e toda ascendência e descendência deste sacristão você irá conhecer na passarela iluminada pelo Camisa Verde e Branco.
Enredo
No início do século XVIII, no interior de Minas Gerais, na aldeia de Catas-Altas, havia uma pequena igreja, cujo sacristão João Batista ferreira de Souza Coutinho casou-se com a filha do Capitão-Mór, proprietário das minas de Congo-Soco.
Maneirosamente, o antigo sacristão de Catas-Altas, conquistou toda a fortuna das minas, após a morte de seu sogro, criando-se o seu "Mundo de Maravilhas". Torna-se legendário o tesouro de João Batista Ferreira de Souza Coutinho, pelas construções de sintuosos palácios em Catas-Altas, Caeté, Brumado, Santa Luzia e Sabará, onde também iria ostentar sua opulência em banquetes principescos com iguarias exóticas. O ouro estava deixando de ser novidade. Já não satisfazia Souza Coutinho em sua ânsia de aparecer, estarrecer os seus comensais que saíam de sua mesa a espalhar a sua fama rutilante de milionário excêntrico. Para tal, o nosso personagem prosseguia em seus feitos magnânimos, exigindo à todos os seus convidados, que, ao acabar de beber os vinhos finíssimos em suas taças de cristais, quebrassem-nas ruidosamente. Outras extravagâncias iam surgindo ante os olhares atónitos de sua legião de "papa-jantares". A fisionomia do dono da casa denotava algo estranho, um semblante de ansiedade incontida. No decorrer do banquete os criados servem almôndegas ao molho, cujo aroma era estonteados.
O anfitrião, em sua poltrona, fixa o olhar inquieto na fisionomia dos presentes. Neste momento algo assombroso acontece. Um dos comensais tenta espetar uma das almôndegas, as quais resistem a pressão dos afiados dentes do garfo. Souza Coutinho, com os olhos molhados de prazer, solta uma gargalhada estrondosa, vê realizado mais um de seus feitos exóticos, as almôndegas eram também de ouro maciço.
E o delírio prossegue em seu "Mundo de Maravilhas". O palácio em Congo-Soco, bem como as herdades do milionário continuavam a viver do brilho de noitadas indescritíveis. Apesar de possuir uma vida nababesca, sua grande aspiração era o de ter um brazão, não resgataria dinheiro para consegui-lo. Com suas liberalidade fez que chegasse a corte notícias de seus gastos mirabolantes. Sua Majestade D. Pedro I resolveu ir a Minas Gerais, conhecer o milionário. Fazia parte de sua comitiva a Imperatriz Amélia de Leuchtenberg.
D. Pedro, foi prestigiado com mais de um de seus faustosos banquetes e durante o jantar o imperador jovialmente pergunta-lhe o nome:
João Batista Ferreira de Souza Coutinho, responde o anfitrião: - "É maior o nome que a pessoa", disse D. Pedro, em tom de gracejo.
A estrutura do milionário de Catas-Altas, era menor que a mediana. Seu busto tinha proporções regulares, mas as pernas, de tão curtas tornavam-o uma figura nanica. A fisionomia do milionário contraíra-se! A pilhéria não lhe agradara e D. Pedro diz-lhe sorrindo:
O senhor é baixinho e precisa de um título que o torne grandioso...
... e nomeou-o BARÃO DE CATAS-ALTAS. O banquete prossegue, assumindo um aspecto de festividade maior. O monarca surpreende-se ao ser presenteado com uma "baixela de ouro".
O novo barão sabedor de que o monarca, dentre as frutas brasileiras, apreciava muitíssimo a banana, determina que tragam à mesa várias espécies, dentre as quais, amais apreciada e deglutida pelo monarca foi a banana ouro.
Catas-Altas, cala-se, prepara mais uma das suas originalidade. D. Pedro já no Rio de janeiro, recebe de presente um cacho de "Banana Ouro", em ouro maciço.
Souza Coutinho envaidecido com o título de Barão, manda vir da Europa, seis cavalos para atrelar em sua carruagem, feita toda em ouro extraído de suas minas. Em um de seus castelos manda erguer um chafariz todo em ouro. Seus escravos, todos de nações africanas, saem dos palácios com frutas e comidas para ofertar junto ao povo. Souza Coutinho, pensando ter exaurido a mina de Congo-Soco, resolve passá-la adiante. O dinheiro foi gasto, a fortuna teimava em embalar nos braços do antigo sacristão. Pela quantia de treze contos de réis, o Barão de Catas-Altas, compra a mina de Macaúbas, voltando a nadar em ouro. Volta a vida de extravaganciais. Souza Coutinho estava positivamente a abusar da sorte, resolver vender a mina de Macaúbas, continuando sua vida de perdulário. Anos depois, caíram-lhe em cima seus credores, e nada mais restava em seu redor para vender a recuperar suas dividas. Adoece, quando nada mais restava-lhe a ser as lembranças de suas excentricidades, de seu pomposo título, e dos fantasmas que se escravizaram na extração do preciso metal, e morre no decorrer de maio de 1839, o nosso personagem "BARÃO DE CATAS-ALTAS".