Arabutã,
terra onde o azul do céu é mais azul.
O sol brilha
mais forte e desponta no horizonte anunciando um novo dia.
O Uirapuru
canta despertando "índios" de todas as tribos que aparecem aos milhares
como que brotando da terra. Caminham em direção ao rio para pedir a Yara
fartura na pescaria que vai durar o dia todo.
Sente-se no
ar um aroma agradável, plantas e flores criam um cenário exótico, onde
uma infinidade de borboletas voando em todas as direções iniciam um
bailado de sonhos. Os animais caminham pela floresta em busca de
alimento.
É como se a
vida estivesse a orquestrar a natureza!
Com a
chegada da noite, as estrelas no céu fazem da escuridão um espetáculo de
rara beleza, tornando-se completo com o surgimento da luz, banhando a
natureza com sua luz prateada.
O ambiente
apresenta um clima de mistério. É aí que o "índio", no centro da aldeia,
ao lado do fogo, aproveita para contar histórias de magia, de guerras e
de heróis místicos. Elas envolvem o bem e o mal, vida e morte, dia e
noite, água e fogo, sol e lua, terra e infinito, estrelas e cometas,
além de florestas, trovões, relâmpagos, chuvas, homens, animais,
pássaros, insetos, peixes, sonhos e espíritos.
Esses
elementos fazem parte de seus rituais, suas criações artísticas e
festivas em que se pode observar a forma, a cor, movimentos e sons.
Desse jeito
o gentio da terra (indígena), manifesta seus mais puros sentimentos.
O "índio"
festeja a liberdade refletindo a própria natureza, com a qual vive em
completa integração. Por isso é feliz.
E sempre foi
assim ano após ano, século após séculos... Até a data cristã de 22 de
abril de 1.500.
- Um bravo
guerreiro avistou treze "canoas grandes" invadindo seu território. Ao
ver aqueles homens brancos e barbudos imaginou que eram seres
sobrenaturais e gritou: Caraíba (mesma designação dada a profetas
indígenas ou de um ser mitológico).
O "índio"
mitificou o português como se fosse uma divindade.
O português
mitificou o "índio" como um ser sem alma.
Este momento
para o português ficou marcado como o descobrimento de uma nova terra,
batizada com o nome de Brasil.
Para os
indígenas - reais donos da terra, foi marcado como uma invasão que levou
a sua civilização à escravidão, ao genocídio e ao extermínio.
|