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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.S. IMPÉRIO DE CASA VERDE - CARNAVAL 1995
Enredo: Trajes, Jeitos e Trejeitos

O Grêmio Recreativo
Autor: Raul Diniz

 

Desde a antiguidade o carnaval tem como objetivo, extravasar com alegria os dissabores da vida cotidiana. Festa profana onde as pessoas se comportam mascarando a realidade, querendo ser reis, rainhas, príncipes e princesas, piratas, palhaços, jardineiras enfim, cada um deixa sua personalidade de lado e incorpora as mais diversas fictícias. A alegria do comportamento se faz pela irreverência e por uma conduta animada, dissoluta na figura do folião.

O carnaval é uma grande festa, com o povo saindo às ruas, descontraído, mostrando que a folia pode e deve ser de todos, sem qualquer distinção de raça ou credo, onde o pobre e o rico são as mesmas pessoas, é a própria sagração da alegria. Brincando com sol ou chuva, gozamos a falta de dinheiro, debochamos da morte e da tristeza, sofremos o ano inteiro sem reclamar, a vingança chega em fevereiro, no carnaval. É um sonho etéreo e anormal, a vibração é de fora pra dentro.

Na origem o carnaval elimina a distância entre o ator e o público. Todos são ao mesmo tempo, personagens, foliões e espectadores, sereias e navegadores, recriando a distinção entre o palco e a platéia.

Para alguns, o termo carnaval é um desdobramento da expressão latina "Carrum Novalis", uma espécie de barco alegórico com o qual os romanos abriam alguns festejos. Para outros, o carnaval origina-se nas alegres festas pagãs como as de Ísis (Lua) e de Ápis (Boi Sagrado) entre os egípcios, os bacanais (festas em homenagem à Baco), as Lupercais (festas anuais em honra ao Deus Pã) e as Saturnais (oferecidas a Saturno) da Roma Antiga. Estas últimas, eram consagradas à farra destemperada e a capital do Império se transformava num local de esbaldamento libertino.

Na Europa, o carnaval consistia em batalhas de flores, desfiles de mascarados e acompanhamento instrumental, sendo muito interessante as formas musicais do carnaval da Idade Média. No final do século XIX o carnaval europeu entrou em decadência. O brilho dos festejos começou a se ofuscar nas cidades momescas, restando apenas a chuva de confetes e o desfile alegórico de Nice. Inversamente o carnaval brasileiro se arraigava, cresciam sua euforia, seu luxo e a sua importância na vida cultural do país.

Portugal introduziu no Brasil o que se tornaria posteriormente uma espécie de símbolo nacional brasileiro, orgulho da terra: O Carnaval com seus trajes, jeitos e trejeitos.

Quando não havia um motivo especial de comemoração, a festa carnavalesca se transformava numa espécie de vale-tudo, conhecida como entrudo. O crescimento da população durante o século XIX, contribuía para uma acentuação da rebeldia carnavalesca, com a participação de escravos negros e de mulatos.

A decadência e a repressão do entrudo, começa a se desenvolver o gosto pela máscara, para a qual seria canalizada a imaginação popular. O carnaval deixava de ser uma simples brincadeira, sendo hoje com seus trajes, jeitos e trejeitos o maior espetáculo da Terra.

 


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