INTRODUÇÃO
Neste enredo viajaremos por um Brasil
dançante e folclórico, o que podemos considerar uma das culturas mais
belas de nosso país. Veremos em todas as regiões brasileiras o que mais
se destaca em termos de danças folclóricas.
PARTE I
Na Região Norte conheceremos no Pará, a
tradicional Dança dos Pássaros, que é festejada na chegada do frio. "Os
Pássaros", pequenos dramas, musicados e bailados, representados por
crianças e adolescentes, mostram uma caçada, a morte e a ressurreição de
um pássaro.
Passando por Amazonas encontraremos o Boi
Amazonense, uma das variações do Bumba Meu Boi, bailado largamente
praticado nas nossas terras. É uma das mais antigas formas de distração
popular. Foi sem dúvida introduzida pelos colonizadores europeus; sendo
a primeira expressão de teatro popular brasileiro.
PARTE II
Passaremos pelo Nordeste e não poderemos
deixar de passar pela Bahia para mostrar a famosa capoeira. Hoje existem
muitas escolas e academias que mostram e ensinam a dança em todo o país.
Famosa por ter sido introduzida pelos escravos africanos, o primeiro
estado a ser difundido foi a famosa Bahia.
No Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba,
conheceremos a Marujada, um belo bailado muito antigo, é a dramatização
das lutas portuguesas, da tragédia que foi a conquista marítima. Na
marujada nota-se a fusão de várias tradições portuguesas. As
representações renovam a vitória sobre o Mouro Invasor.
Em Pernambuco, o Frevo é que se destaca
como filho legítimo do estado, pois em nenhum outro estado é tão
praticado como em Recife. No carnaval o frevo sai dançando na frente dos
cordões e bandas de música, executando passos e maneios semelhantes aos
da capoeira. O frevo é uma dança de alucinação coletiva do carnaval
pernambucano, nos salões, nas ruas, o povo se entrega ao frevo de corpo
e alma.
E da região Nordeste não poderíamos sair
sem falar da famosa "Quadrilha de São João". Tradicional dança caipira,
comemorada na época de festa junina, na verdade em todas as regiões do
país. Mas é no Nordeste que no mês de junho as comemorações de São João
mobilizam toda população atraindo turistas do Brasil inteiro.
A quadrilha é formada por pares (damas e
cavalheiros), que representam os convidados e padrinhos de um casamento
caipira, além dos figurantes que fazem o papel de noiva, noivo, padre e
delegado. A dança faz do casamento uma verdadeira bagunça: é noiva que
foge com padrinho, ponte quebra e cobra que aparece no meio do caminho.
E por aí vai.
PARTE III
No Centro-Oeste regiões de Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, vamos conhecer a incrível dança Rito de Uruá,
principalmente utilizada no ritual de purificação da aldeia indígena
Javari. O ritual de purificação da aldeia é chamado de Uruá e ocorre na
época do jogo do Javari. No final da festa ao entardecer, antes que o
sol se ponha, saem dois índios tocando flautas e duas índias virgens
atrás acompanhando.
Ainda no Centro-Oeste em Goiás
encontraremos a Dança do Tambor, que foi derivada talvez do batuque ou
do samba. Participa dela quem quer. Era antes usada nas festas do
Rosário e do Divino (é a dança que Nossa Senhora dançou). Hoje em Goiás
é um divertimento para qualquer ocasião e comemoração, não tem
figurantes especiais, dança-se individualmente no meio de um circuito
formado por quem quer dançar, cantar ou apenas ouvir. O ritmo é marcado
por um ou mais tambores, e pelo canto coletivo.
PARTE IV
Na Região Sudeste entraremos em Minas
Gerais e Espírito Santo e observaremos a cavalhada. No passado
constituía em uma grande festa da qual participavam os grandes senhores
da terra e os fazendeiros que podiam apresentar os seus animais
ricamente vestidos. Era uma festa de sedas e veludos. Hoje poucas
cidades brasileiras conservam a cavalhada com o mesmo esplendor de
antigamente.
Já no Rio de Janeiro não poderemos deixar
de falar do carnaval que é considerado uma das maiores festas
folclóricas do mundo. Quando chega a época do Carnaval, chegam também
milhares de turistas do mundo todo para prestigiar e dançar pelas
avenidas, salões e ao redor dos trios-elétricos. Mas a festa maior
acontece na famosa "Marquês de Sapucaí", uma das mais conhecidas
avenidas da cidade, onde ocorrem os luxuosos desfiles das escolas de
samba do Rio de Janeiro. Por isso consideramos o carnaval como a mais
conhecida dança folclórica carioca.
Em São Paulo, na zona rural, uma das mais
famosas e folclóricas danças é o samba de lenço. O samba uma dança de
origem africana, no meio urbano, é sambado, sem segredo.
Já no meio rural, principalmente na cidade
de Piracicaba, o samba de lenço sempre foi a sensação, duas filas se
defrontam, nas filas ficam homens e mulheres com um lenço na mão, com a
qual o acenam para o cavalheiro, ou para a dama. O instrumento musical
fundamental para acompanhar a dança é a caixa. Infelizmente hoje em dia
poucas pessoas ainda conservam essa tradição.
PARTE V
Para finalizar visitaremos a Região Sul no
Paraná e em Santa Catarina, onde a dança predominante é a tradicional
dança de fitas, uma tradição milenar. Para começar a dança, fazem um
pau-de-fitas, cujo mastro é sustentado no centro da dança por um menino.
Da ponta dos mastros saem pares de fitas que são seguradas por outros
figurantes. A música que acompanha é em geral, tocada por sanfona,
violão e pandeiro.
No Rio Grande do Sul, conheceremos a dança
desafio a famosa Chula. A Chula Gaúcha é caracterizada pela disputa. A
música, geralmente uma polca, inicia a disputa dos dois dançarinos. A
dança é improvisada, cada dançarino realiza suas figurações e sapateados
complicadíssimos, que o adversário deve repetir.
Vale a pena lembrar que como quem canta,
quem dança também seus males espanta.
De Norte à Sul, de Leste à Oeste, por onde
passarmos e onde pararmos, encontraremos uma dança: por mais estranha ou
diferente que ela possa parecer, cada uma tem o seu brilho, seu encanto
e sua história; como surgiu, porque surgiu e como resistiu ao passar dos
tempos. E é isto que mostraremos nesta dançante e encantadora viagem
pelo nosso tão rico Brasil.
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