Quem diz "eu não jogo" é parente de quem diz "não quero saber de
política". Porque quem diz que não liga para política acaba de assumir
sua "posição política", assim como quem diz que não joga vive apostando
em novo emprego, ou até mesmo, no bairro para morar, aposta na próxima à
direita para fugir do engarrafamento de trânsito, nos jogos do amor, no
parceiro para se casar, e quer aposta mais alta do que por um filho no
mundo?
Por
pura sorte um pedaço de matéria a que chamamos de Terra originária da
Teoria do Big Bang ou a Grande Explosão, ocupou a terceira posição em
relação ao Sol, graças a tal circunstância configurou-se um ambiente
propício para o surgimento de seres "animados", o fascinante jogo da
vida, propiciando o aparecimento de nós os "humanos". Desde então não
temos feito outra coisa senão tentar entender as regras que comandam
esse cassino fantástico.
Os
Jogos surgiram antes mesmo da genial invenção do zero, atribuída ora aos
indianos, ora aos árabes. Em civilizações primitivas, adivinhos atiravam
gravetos, conchas, flechas, ossos, para cima e conforme sua disposição
em que caíam prever fatos ou influir sobre eles. Até hoje tem gente que
recorre à esses jogos, como o jogo de búzios.
Com
o tempo flechas viraram cartas, e ossos, dominós. Arqueólogos
descobriram dados e muitos artefatos de jogatina em escavações no Egito,
Ásia e América. Os mesopotâmicos criaram jogos de habilidade e
inteligência, antepassados do xadrez. Os lances desenvolviam-se sobre
tabuleiros, com peças feitas de ossos, às quais eles atribuíam
diferentes valores. Passamos a usar o jogo como forma de nos divertir,
disputar, ganhar dinheiro ou até mesmo resolver pendenga.
Modernamente, não há jogo mais difundido no mundo do que loteria, com
mil variações. O "jogo de chance" chegou ao Brasil no século XVIII,
introduzido pela Igreja Católica, D. João VI chegou ao Brasil em 1808 e
foi o fundador do Monte Socorro, percussor da atual Caixa Econômica
Federal, nascido com o Banco Social que administrava os serviços
lotéricos.
Jogo é matemática, diz um jogador. É
arte, diz outro. É inteligência. Pura sorte. Bem, é tudo, é a vida. Rico
arrisca três milhões em Las Vegas, pobre arrisca um real na loteria. Não
poderíamos deixar de falar do jogo do bicho, criado por certo Barão de
Drummond. Brasileiríssimo, único no mundo. Com 25 pules em ordem
alfabética, águia, borboleta, burro, águia, etc... Trata-se da loteria
dos bichos ou, para não escaparmos à verve nacional, zooteca. Se você
quiser podemos apostar em qualquer coisa, política, cartas, corrida de
cavalo, briga de galo, loteria, etc... mas jamais poderemos dizer dessa
água não beberei. Podemos afirmar que nossa vida será um eterno jogo,
pois sabemos que uma chuva de espermatozóides apostou uma corrida e olha
no que deu; estamos aqui, e quais são as probabilidades de ganharmos o
prêmio maior e chegar lá, aos 86 anos, realizado e famoso? Fique sabendo
que, segundo o filósofo, essa loteria depende de uma coisa só: "É
sorte". Então, cada um por si e Deus por todos.
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