O Brasil não é como
desejam os ideólogos das classes dominantes, um país
branco, europeizado, mas um país essencialmente
mestiço, com uma grande população negra e uma
cultura em grande parte influenciada por suas
origens negras e indígenas.
Do ponto de vista
étnico, grande parte da população brasileira e
negra, mulata - mestiça do negro com o branco; e
cafuza - mestiça do negro com o índio. Há uma grande
concentração de negros e de mestiços com sangue
negro nas áreas em que houve, nos períodos colonial
e imperial, maior concentração de escravos devidos a
intensa atividade econômica voltada para a
exportação.
Após a abolição, os
negros e seus descendentes, atraídos por melhores
oportunidade de trabalho, migraram para diversas
partes do país, sendo encontrados até em áreas de
domínio da colonização européia e japonesa dos
séculos XIX E XX.
A influência da
cultura negra no Brasil, é grande e expressiva na
música, na dança, no esporte, na religião, nos
instrumentos musicais, na alimentação, nas ervas,
nos utensílios, etc...
Com o samba, o blues,
a grande influência negra. Os maiores espetáculos do
carnaval, a maior festa do nosso país, são
elaborados grande parte por negros e mulatos, e os
desfiles feitos pelas escolas de samba glorificam a
raça negra, a sua contribuição à civilização
brasileira.
Na dança, também é
muito grande a influência negra como: o samba no pé,
a gafieira, o jongo, o caxambu, o frevo, a congada,
o maracatu, o bumba-meu-boi, a dança afro que fazem
parte do folclore brasileiro; E também o funk, o rap
e o break, influencia do negro americano.
Por ser uma raça
resistente, os negros tem grande destaque nas
diversas competições esportivas como: nas maratonas,
salto triplo, etc... destaque especiais para o
basquete americano, onde a maioria dos jogadores são
negros. E também o futebol, cujo seu rei é negro, o
Rei Pelé.
Na religião a sua
influência se manifesta através dos Orixás, deuses
africanos que os negros associavam com os santos das
igrejas católicas. Com isso, é comum que pessoas
sejam ao mesmo tempo católicas e membros de seitas
africanas (umbanda e candomblé), como é a lavagem
das escadarias da Igreja do Bonfim da Bahia, que se
realizam através de um ritual bastante africanizado.
Também nos
instrumentos musicais, os negros dão sua
contribuição, principalmente nos instrumentos de
percussão, usados nas baterias das Escolas de Samba
e Blocos Carnavalescos. Destaque para o atabaque,
que tem o som tipicamente africano, juntamente com o
ganzá e agogô.
Há também o berimbau,
instrumento tocado para jogar capoeira. A capoeira é
um jogo que envolve todo o corpo, principalmente as
pernas, que servia como defesa pessoal dos negros,
chegando até mesmo a matar o inimigo.
Hoje a capoeira que
também faz parte do folclore brasileiro às vezes é
encarada como dança.
Na culinária a
influência negra também se faz notar. Em algumas
regiões brasileiras a alimentação no uso de óleo
como dendê ou no excesso da pimenta e de condimentos
orientais bem ao gosto dos africanos. Da África
vieram alimentos antes desconhecidos no Brasil e
hoje de grande aceitação pela maioria da população.
A cozinha baiana com
suas comidas típicas resulta de uma forte influência
africana; o vatapá, caruru, acarajé, canjica, a
banana, o inhame e o cara de São Tomé.
Um dos costumes que os
negros também trouxeram foram as ervas que eram
usadas como tratamento medicinal. Os negros
cultivavam-nas como se fossem algo muito valioso e
sagrado são: arruda, guiné, comigo ninguém pode,
alecrim, manjericão, etc...
Na arte os negros
trouxeram, as carrancas, as máscaras aonde dão um
colorido todo especial. Os enfeites como búzios,
plumas, miçangas.
Esculturas, potes,
moringas feitas de argila, na madeira faziam lindos
trabalhos artesanais.
Os negros usavam
cascas de árvores para colorir os tecidos, hoje a
razão dos tecidos estampados, sendo os que vem da
África os mais belos.
No uso e costume,
trouxeram utensílios como: colher de pau, pilão,
panelas de barro e ferro, a palha da costa na
confecção de chapéus, cintos esteira, enfeites e a
peneira.
Há também alguns
amuletos trazidos pelos negros, o patuá, a figa de
guiné, a fitinha colorida destinada a cada santo
protetor usada no punho, etc...
Essa conotação
africana influência até na linguagem, na forma de
falar o português no Brasil, manifesta através da
colocação e utilização de diminutivos pronomes e de
uma série de atentados a sintaxe portuguesa
ortodoxa.
Hoje um grande
interesse se desperta pelo estudo de línguas
africanas de maior difusão como o Iorubá falado na
Nigéria.
Apesar de numerosos
estudiosos afirmarem que o Brasil é uma democracia
racial e que os preconceitos raciais não existem
aqui, sabemos que há um forte preconceito contra os
negros e mulatos com um maior percentual de sangue
negro.
O negro e sua cultura
foram se evoluindo a dada dia, muitos negros
enfrentando barreiras a ferro e fogo, se
conscientizaram do direito de ter seu espaço dentro
da sociedade.
Hoje 500 anos depois
da morte de Zumbi, nos orgulhamos de ter tido
pessoas iguais a ele como: Henrique Dias, Chico Rei,
Anastácia, Luiz Maria, João Candido, Luiz Gama,
Maria Firmina, José do Patrocínio, Lima Barreto,
Cruz e Souza, Teixeira Souza, André Rebouças,
Teodoro Sampaio, Esmeraldo Tarquino, Candeia,
Geraldo Filme, Solano Trindade, Clementina de Jesus,
e outros como: Pelé, Martinho da Vila, Alcione,
Vital Noiasco, Tereza Santos, Benedita da Silva,
Zezé Mota, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Antonio
Pitanga, Raquel Trindade, etc...
Temos também as
Entidade de Movimentos Negro por todo Brasil, Grupos
de dança Afro, Blocos e Bandas Afro, destaque para
os Filhos de Ghandi, Banda Olodum, Bloco Ile Aye da
Bahia.
Bahia... Estado
brasileiro que tem a maior população negra.
Axé ao Bloco Niagara.
Axé raça negra.