É carnaval novamente e a alegria do
brasileiro se renova a cada ano quando chega esta data, apesar dos
pesares, com algumas dificuldades, a falta de emprego, o pouco caso com
a educação, segurança, mais escolas para as nossas crianças e com a
saúde do nosso povo.
A nossa entidade volta outra vez à
passarela, trazendo o samba como o maior veículo que transmite alegria,
seja no Brasil, ou outro país, de norte a sul, o povão brasileiro o
aplaude, reivindica o nosso samba.
Onde este ritmo contagiante nasceu é uma
das mais grandes dúvidas dos pesquisadores para saber sua real origem.
Será que foi na Bahia? ou foi no Rio de Janeiro? Mas segundo consta, sua
semente foi plantada na África. Lá se ouviu os primeiros sons com a
força mágica dos rituais religiosos, o ritmo encantador dos rústicos
tambores, o canto forte dos negros que entoavam canções.
Hoje ele é sedutor, arrastando multidões
em sua esteira, aplaudido, acarinhado. Foi mencionado pela primeira vez
na imprensa brasileira em 1838. Atualmente a mídia escrita, falada e
televisada dedica a ele um super espaço.
Teve um grande período na Festa da Penha,
no Rio de Janeiro. Na sua batalha acabou conquistando o Disco e
Radiofonia, todos os salões abriram as portas para o samba, o cantor
Silvio Caldas, levou pela primeira vez para o palco do Copacabana, um
conjunto de ritmistas da Mangueira, liderado pelo grande compositor
Cartola. A mesma Mangueira, exibiu-se no Palácio do Itamaraty, para a
Duquesa do Koset, em visita ao Brasil.
O samba da Beija-Flor deixou o Príncipe
Charles da Inglaterra maravilhado, que rendeu-se aos encantos da negra
Pinah, destaque principal na grande Escola de Nilópolis, que desceu do
alto de sua nobreza, para ensaiar uns passos de samba ao lado da
maravilhosa negra.
Os sambistas das Escolas de Samba e Blocos
Carnavalescos, passaram a ser figuras obrigatórias nos grandes shows
brasileiros, nos maiores espetáculos musicais do mundo inteiro. Na
última Copa do Mundo, na França, até uma Escola de Samba foi montada com
ritmistas, passistas, cantores com a direção de Joãozinho Trinta, para
desfilar na capital francesa. É a força do samba, ligando rádio ou a
televisão, onde todos vêem e ouvem que o samba dominou geral.
Já foi proscrito, perseguido, confiscado
em séculos passados, no Rio de Janeiro era considerado coisa de "Ralé",
só tinha um lugar onde era respeitado na época, era na Praça 11, casa de
Tia Ciata, que junto com suas amigas, as Tias Baianas (Perpétua,
Veridiana, Bebiana, Prisciliana, Amélia e Carmem), formavam grandes
rodas de samba, que eram freqüentadas por grandes nomes da época, como
Dunga, Sinhô, Heitor dos Prazeres e Pixinguinha. As festas duravam no
mínimo três dias, eram aquelas divinas madrugadas. Era o samba dito no
pé e na palma da mão.
Ele reina no Brasil, mas anda pelo mundo
inteiro, como um ser extra-terreste, nos satélites artificiais, nas
madrugadas, sob a chuva ou sob o sol, nos campos abertos, nos estádios
de futebol, nas rádios e televisão, nos livros, nas revistas e jornais,
na arte dos artistas. Admirado por Reis e Presidentes, chamado para
qualquer evento e comemoração, se comunica não só pelo telefone, mas até
pela internet. Estamos chegando ao fim deste século, novo milênio se
anuncia. É o samba, retrato musicados meu país, é samba de rosa, de
partido alto, samba de terreiro, dizendo no pé e na palma da mão.
Pedimos licença aos Srs. Jurados, imprensa escrita, falada e televisada
com o tema "O Samba Dominando o Mundo".
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