A fundação São Miguel
foi marcada pela presença de José de Anchieta, em 1560, quando o
"Apóstolo do Brasil" iniciou o trabalho de cristianização dos índios
guaianazes, chefiados por Piqueribi, irmão de Tibiriçá.
Uma pequena igreja foi
levantada para indicar a presença de Cristo nas terras conhecidas pelo
nome de Ururai, uma referência ao trecho do Rio Tietê no trajeto por
esta parte da região leste da vila de São Paulo.
Devido a sua posição
estratégica, a aldeia indígena destacou-se como um posto avançado na
vigilância e defesa da vila de São Paulo contra os ataques inimigos
através do Rio Tietê.
Em 1622, foi inaugurada
a nova igreja construída pelos índios sob a orientação do Padre João
Álvares e conforme o desejo do bandeirante Fernão Munhoz. O seu tamanho
era comparável ao da Igreja então existente no Pátio do Colégio.
Os acontecimentos mais
significativos da História do Brasil no período colonial contaram com a
participação dos índios de São Miguel, desde a expulsão dos franceses do
Rio de Janeiro até as guerras contra os espanhóis no sul do Brasil para
a delimitação do território.
Além de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, tombado em 1938, este templo representa
o esforço de uma comunidade indígena para presentear o futuro com o
trabalho que ainda hoje é possível admirar. Também fazemos parte desta
história e como cidadãos nos compete garantir que este patrimônio seja
preservado e conhecido pelas próximas gerações.
A Capela de São Miguel
é um marco de São Paulo, é exemplar único de arquitetura colonial
brasileira e a construção, mais antiga da cidade de São Paulo que
conserva suas formas originais. Além disso, foi o ponto inicial da
expansão do extremo leste da cidade, promovendo a ocupação de bairros
vizinhos e municípios limítrofes: o Itaim, Ermelino Matarazzo,
Guaianazes, Itaquera, Penha, Guarulhos e Itaquaquecetuba.
A partir de então, a
Velha Capela assiste o novo impulso de desenvolvimento de São Miguel.
Segue imóvel, apesar das depredações constantes, por essência
inviolável. Imponente na missão de lembrar a sua gente, que as
experiências passadas nos preparam para um futuro melhor.
O entorno da Capela, conhecida como Praça
do Forró, sempre foi palco não só de apresentações de grupos
folclóricos, como também de manifestações populares reivindicando saúde,
moradia, educação, meio ambiente, segurança e outros.
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