Já clareou, é novo dia
Cruzei o mar eu vim de outro continente
Na pele negra
trago a cadência
A ginga, a malemolência
No meu Bixiga as origens encontrei
Deitei e rolei no Cai – Cai dei olé
Com samba de bamba no pé
De um Cordão nasce a Escola do meu coração
Mas veio a guerra e trouxe a opressão
E a Copa teve sua paralisação
Rompi mil barreiras, racismo, fronteiras
E o mundo consagrou assim o grande Rei
Sacudi a poeira eu dei a volta por cima
Fracasso do “Maracanaço” superei
Lembranças da retranca do passado
Taça que foi derretida, futebol robotizado
Na ofensiva, a democratização
E o artista vê a sua globalização
Heróis são baluartes geniais e se tornaram imortais
Em preto e branco a Velha-Guarda é raiz
O bom no samba e bom no couro aqui sou eu
É de carvalho o duplo jubileu
Na África, a festa, a celebração
E o Brasil, que é o país do carnaval
Será da Copa o futuro anfitrião
Aplaude meu povo da arquibancada
Na Bela Vista, a festa é da comunidade
A cor dessa raça é minha verdade
Vai-Vai no sangue eu sou Africanidade.
|