Sou negro e o primeiro da civilização
Fui torturado, desprezado, escravizado...
Mas meu orgulho ninguém quebra não.
Se você “ver” seu DNA, você vai me encontrar lá.
Deus me criou e me tornou berço da humanidade
Você migrou, se transformou, mas é da minha cara a metade.
Oh! Minha nação Yorubá! Banzô! Que saudade que me dá...
Achanti, Songai, Zimbábue, Tomboctu, Benin e Daomé,
Djennê, Gana, Gao, Ilê Ifé, Maracatu, Samba, Umbanda e Candomblé.
Papa Nicolau mandô mal e permitiu ao rei de Portugal
A segregação geral e a desigualdade social
Foi pelo ouro, marfim ou pelo sal ou pelo que estava na bula papal.
Aleijadinho com sua obra genial mostrou que o negro não é só carnaval
Quem dá mais, negro era vendido no leilão;
Quem dá mais, negro sadio com perfeita dentição...
No Quilombo dos Palmares, a orelha cortada acabou...
Como se voltassem pro’ seus lares, lá o negro se refugiou,
Ganga Zumba e Zumbi, o negro não tem mais o “F” na testa.
E hoje aqui Rosas de Ouro a cultura manifesta.
João de Deus se desculpou, pediu perdão,
Por um crime contra a humanidade e a segregação
Mas foi com a Rosas de Ouro, que acabou a escravidão.
O tempo passou, passou e a pele da menina clareou,
Foi a melanina que mudou e o preconceito imperou
Mas a branquinha, a ruiva e a loirinha,
Não podem negar que tem o pé na cozinha.
Se você “ver” seu DNA você vai me encontrar lá...
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