AO SOM DA MATA ATLÂNTICA O CÉU SE ABRIU
SE OUVIU A SINFONIA ASSIM SELVAGEM
E NA DANÇA DAS ÁGUAS DO IGARAPÉ
CARDUMES DE PEIXES ENCENAVAM O BALÉ
EMBALADOS AO VENTO, VINHAM OS TANGARÁS
NO BALANCÊ, NO ‘BALANÇÁ’
ÍNDIOS NA IMENSA FLORESTA CANTAVAM
ENTOANDO SEU CANTO, DANÇAVAM
RITUAIS, CATERETÊS
EM SEUS TORNOZELOS TRAZIAM CHOCALHOS
EM CADA PASSO UM COMPASSO
CANINDÉ, CANINDÉ
TROPEIROS TAMBÉM BATIAM OS PÉS
FANDANGOS, CATIRAS, O Ô O
NEGRO DANÇOU PELA LIBERDADE
NO BATUCAJÉ
UM CISNE POUSOU NA COMUNIDADE
PRO REI DO CONGO AXÉ
SALTIMBANCOS IRREVERÊNCIA MULTICULTURAL
FEIRA DA VILA, BRINCANTE
BLOCOS INVADEM AS RUAS
FESTA JUNINA, VEM DANÇAR NO ARRAIAL
“PULA FOGUEIRA IAIÁ, PULA FOGUEIRA IOIÔ
CUIDADO PARA NÃO SE QUEIMAR”
ONTEM WOODSTOCK HOJE É VILA MADÁ
QUE VILA É ESSA? (AH QUE VILA É ESSA)
QUE REPRESENTA O BRASIL NA COPA DO MUNDO
ATÉ BALANÇA ESQUELETO
GIRAMUNDO, GIRA VIDA EM MEU PAVILHÃO
A MADALENA QUER GRITAR É CAMPEÃO
A MINHA VILA VEM AÍ
É GRANDIOSA A EMOÇÃO
DESFILANDO O BAILADO
NESTE SOLO SAGRADO
PÉROLA NEGRA FAZ PULSAR MEU CORAÇÃO
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