A minha negra tem o Dom de amar
Eu tenho esse Dom também
Itaquera o Dom de cantar
Que sou Dom Bosco e não tem pra ninguém
Mãe
África, berço onde a mão do criador
Fez brotar, a vida num jardim com flores
Até aportar, um navio sem compaixão
E carregou, despetalandorumo a escravidão
Flores foram colhidas sem clemência
Jogada a sorte sem
decência
Para saciar toda
ganância
Quizomba ê, sofrendo em outras terras sem amor
A negra não se entregou a dor
Se agarrou a sua crença, sue orixá, sua fé
Sua beleza, seu axé
Foi
mãe sem querer, IÁIÁ
Amante sem prazer, Iyaô
Foi ama de leite, avó parteira
Mãe de santo, preta velha rezadeira
O
ZAmbi, ao som dos tantãs
Meu quilombo está em festa
E a negra guerreira, reclama igualdade
Liderou quilombo, pela liberdade
Oh! Maria
Sob o manto azul de anil
Rogai em Aparecida
A Santa Negra do Brasil
Vem minha rosa negra
Me deixa amar você
no meio desse buquê.
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