Essas maravilhosas 
							mulheres ousadas, fugindo do tradicional, 
							ousadamente, escolhemos esse tema, dividindo o 
							carnaval em atos. Gostaríamos de salientar que 
							poderíamos estar falando de muitas personagens 
							femininas brasileiras, porém algumas já homenageadas 
							em outros carnavais, mas achamos por bem ousar e 
							diferenciar, falando da criação e de algumas famosas 
							ousadas mulheres que se destacaram durante o século 
							em gral. A cada ano, nos surpreendemos com a 
							evolução feminina; as mulheres adquiriram ao longo 
							dos anos, direitos e deveres e devido a sua ambição, 
							coragem, inteligência e audácia, isso nos deu a 
							inspiração para fazer o Carnaval de 98. Levaremos ao 
							Sambódromo, muita ousadia e mulheres que se 
							destacaram pelas suas realizações e conquistas que 
							influenciaram nossa cultura, direta ou 
							indiretamente, abrindo espaço para o mundo e 
							conquistando seu respeito e sua plenitude e 
							dignidade.
							
							No primeiro ato 
							exaltaremos a Eva - A primeira mulher que surgiu no 
							mundo, criada por uma costela, e que teve a audácia 
							de contrariar a ordem do criador, persuadida pela 
							serpente, levando o seu companheiro a comer o fruto 
							proibido. Representa o amor, pois seu companheiro 
							não resistiu a seus apelos e comeu o fruto proibido, 
							contrariando a ordem suprema. Eva representa a 
							primeira mulher que surgiu no mundo, sua maior 
							ousadia, seu universo com a beleza e o encanto do 
							Paraíso e do verde, a capacidade da mulher em gerar 
							vida em outra vida, destacando a sensibilidade 
							feminina, com capacidade, e poder de entender o 
							homem, a sociedade e o mundo.
							
							No segundo ato 
							exaltaremos a Princesa Isabel; representa o poder da 
							mulher, a ousadia de enfrentar um Império e abolir 
							com sua lei a escravidão. Isabel Cristina Leopoldina 
							Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança 
							(1846-1921), filha de D. Pedro II, nascida no Paço 
							de São Cristóvão, Rio de Janeiro. Em 1847 foi 
							herdeira do Trono do Brasil, casada com o Marechal 
							do Exército Gastão de Orleans, Conde D'Eu, teve três 
							filhos (D. Pedro, D. Luis e D. Antonio). Governou o 
							Brasil como regente de 1871 à 1872, assinou a Lei do 
							Ventre Livre em 18.09.1871, libertando as crianças 
							negras nascidas a partir de 1876 à 1888. Em 
							13.05.1888, assinou a Lei Áurea, declarando extinta 
							a escravidão no Brasil. Por este ato recebeu do Papa 
							XIII a Rosa de Ouro, e foi posteriormente 
							cognominada a Redentora. Destacou-se também pelos 
							seus decretos de naturalização do estrangeiro no 
							país. O primeiro recenseamento do Império, o 
							desenvolvimento das estradas de ferro, a solução das 
							questões dos limites territoriais e o 
							estabelecimento das relações comerciais com os 
							governos vizinhos, são atos de sua autoria.
							
							No terceiro ato 
							exaltaremos a Maria Bonita, com a Saga do Sertão, a 
							seca e o folclore nordestino: representa força e a 
							coragem da mulher ao lutar contra a fome, e a 
							miséria do seu povo. Apelido dado por Lampião, seu 
							verdadeiro nome é desconhecido. Nordestina, pobre, 
							cresceu e se fez mulher, chocou-se com os conflitos 
							da fome, falta de trabalho e seca, e o contraste da 
							vida dos Senhores de Engenho e Fazendeiros. Casou-se 
							com José sapateiro; em Paulo Afonso, do lado baiano. 
							Porém pelo seu estado de espírito, apaixonou-se por 
							Lampião e foi viver com o Cangaceiro, e teve uma 
							filha chamada Maria Expedita. Caminharam juntos, 
							procurando acabar com a desigualdade social, com 
							coragem e ousadia. De armas em punho afrontavam e 
							desafiavam os poderes, roubavam alimentos e 
							distribuíam com aqueles que nada tinham. Nas 
							batalhas, se escondiam no mato, passavam dias sem 
							dormir e sem comer, e quando defrontava-se com seus 
							opositores, fazia deslizar o gatilho de sua 
							espingarda, com precisa pontaria, matando e 
							espantando-os. Contudo, sabiam eles que tropeçavam 
							com a morte, a cada esquina que era uma questão de 
							tempo, que com habilidade escapavam, e cada dia era 
							um desafio de vida. O destino estava traçado, morte, 
							questão de honra daqueles que não aceitavam e não 
							toleravam suas opções. Em 1938, cravejada de balas, 
							tomba morta, juntamente com Lampião, terminando 
							assim, toda a história do cangaceiro no Brasil, 
							escrita e manchada de sangue.
							
							No quarto ato 
							exaltaremos Carmem Miranda - O tropicalismo 
							brasileiro em seu momento áureo, enaltecendo a nossa 
							cultura. Nascido em Portugal, iniciou sua vida de 
							cantora no Rio de Janeiro. Excepcional intérprete da 
							marchinha e do samba de caráter brejeiro, foi levada 
							para o EUA, pelo empresário Lee Shubert, estreando 
							com o conjunto vocal "Bando da Lua", na revista 
							Streets of Paris. Passou então a se apresentar numa 
							série de filmes, como Serenata Tropical e Uma Noite 
							no Rio. Fez numerosas excursões pelos EUA e pela 
							Europa, adaptando nossa música popular ao gosto das 
							platéias internacionais. Com o seu canto e gingado, 
							foi a maior expoente de todos os tempos que elevou o 
							nome do nosso país ao mundo. Faleceu em Hollywood, 
							depois de uma filmagem. Seu corpo veio para o Rio de 
							Janeiro, onde foi sepultado no Cemitério de São João 
							Batista.
							
							No quinto ato 
							exaltaremos Chiquinha Gonzaga - A mulher pioneira na 
							luta a favor da libertação dos escravos e grande 
							compositora em sua época.
							
							No sexto exaltaremos 
							Luz Del Fuego - O poder da sedução, a ousadia e 
							coragem por ter sido a primeira mulher a introduzir 
							o nudismo no Brasil. Vivo despida de preconceitos e 
							ilusões à luz da verdade, frase dita por ela, 
							ousada. Dora Vivácqua era o seu nome, de família 
							tradicional, nasceu em 1930 em Cachoeira de 
							Itapemirim, ES, vedete das cobras, bailarina do 
							povo, taxada como uma prostituta. Perfume do 
							escândalo, ovelha negra da família, mas nada mexia 
							com a sua grande sensibilidade. Teatro de revista, 
							escândalos, nudismo e cobras lhe eram peculiar: 
							falava tudo que vinha em sua mente, era polêmica 
							quando se via esquecida pela comunidade. Seu sonho 
							era ter uma grande serpente, dominá-la e dançar em 
							público. Descobriu o serpentário do Instituto 
							Ezequiel Dias, consegue chorar com a morte de seu 
							pai em 29.08.32. Expulsa da aula de religião por 
							falar mal das missas, não aceitava o casamento por 
							tratar-se de contrato ridículo que fazia da mulher 
							um objeto de compra e venda. Solitária e amante da 
							natureza, fugia da tristeza do ceticismo. Fundou o 
							Partido Naturalista Brasileiro. Em 1967 numa 
							situação de emergência, acorda com sua ilha sendo 
							bombardeada. Luz com o caseiro Edgar fugiram na sua 
							pequena lancha o motor direto para o Braço Forte em 
							busca de socorro. Desaparece misteriosamente 
							juntamente com o seu empregado; deixou a seguinte 
							frase: "Muita vida é minha mais aperfeiçoada defesa. 
							Elaboro asas nos braços, perfaço meu vôo sem o peso 
							da discórdia ou do arrependimento. Se não me 
							entenderam, se em todo esse longo tempo ainda não me 
							entenderam, paciência. Luz Del Fuego".
							
							No sétimo ato 
							exaltaremos Marilyn Monroe - A grande estrela norte 
							americana considerada o maior símbolo sexual do 
							século, do cinema e o momento de uma forma ousada em 
							que cantou Parabéns ao Mr. Presidente. Com sua 
							sensualidade, deixou sem dúvida, transparecer um 
							possível romance. Norma Jean Martensen, nasceu em 
							Los Angeles E.U.A., em 01.06.1925, filha de mãe 
							solteira, criada em orfanatos e adotada por duas 
							famílias (Lower e Van Nuys). Casou-se com Jim 
							Dougherty, que durou até 1946. Trabalhou em uma 
							fábrica de munições, ambiciosa e com ousados 
							talentos, resolveu pousar como pin-up, com isso foi 
							contratada pela Fox em 1947, originando o famoso 
							nome. Voltou ao cinema nos anos 50, com sucesso e 
							jóias. Em 1952 consagra-se mulher sexual com o filme 
							Niagara Falls, em 1953 consagra-se atriz favorita; 
							casa-se com Arthur Miller em 1956. Brilhou tanto que 
							acabou filmando "Os Homens Preferem as Loiras". 
							Infeliz com o marido se divorcia, e teve vários 
							amantes. Consagrou-se por ser eleita o símbolo 
							sexual do século XX e pelo seu caso com o Presidente 
							John F. Kennedy e supostamente com seu irmão Robert. 
							Em 1962 de overdose morre, perdurando sua imagem 
							como a estrela de Hollywood.
							
							No oitavo ato 
							exaltaremos Evita Peron - Maria Eva Ibarguren, 
							nascida em 09.05.1919 em Los Toldos, filha ilegítima 
							de Juan Duarte e Juana Ibarguren, família humilde, 
							aos 15 anos partiu para fazer sucesso como artista, 
							após algum tempo de luta, tornou-se famosa como 
							atriz de novelas de rádio e gostava de ser chamada 
							de Evita. Em outubro de 1943, com o surgimento da 
							Secretaria do Trabalho e do Bem-Estar Social, 
							instituída por Peron, e com o terremoto em 
							15.01.1944, na cidade de San Juan, num show 
							beneficente, Evita conheceu Juan Peron, que acabaram 
							se envolvendo, casando-se em 21.10.1945, mudando o 
							curso da história argentina. Eva participa 
							ativamente na formulação das medidas do coronel, e 
							foi responsável pela sua popularidade, escrevendo 
							novelas sobre tema da Revolução Peronista, e não 
							sendo aceita no meio dos oficiais, por ser 
							considerada anarquista. O carisma pessoal, e a 
							devoção de Eva Duarte a Peron, foram fundamentais na 
							carreira política do líder argentino. Uma de suas 
							frases conhecidas: "Se como o senhor diz, a causa do 
							povo, é a sua causa, não importa qual o tamanho do 
							sacrifício, não me afastaria do seu lado até morrer" 
							Evita Peron.
							
							No nono ato 
							exaltaremos Madonna - O erotismo, os desejos e acima 
							de tudo muita luxúria, sem desprezar a sua 
							sensibilidade de ser mulher. Nascida em Detroit, 
							Estado de Michigan em 26.08.1958, seu nome é Madonna 
							Luise Veronica. Família pobre de oito filhos, seu 
							pai filho de italianos lutou para educar os filhos. 
							Acreditava que a transa era uma coisa sagrada. 
							Perdeu a mãe aos 6 anos, teve aulas de piano, mas 
							gostava da dança. Ao término do segundo grau, ganhou 
							uma bolsa para estudar dança na Universidade de 
							Michigan. Conheceu o Prof. Christopher, seu mentor, 
							amante imaginário e irmão. Mudou-se para Nova York, 
							atraída pela música pop, foi vocalista numa banda de 
							rock e cantava canções de Donna Summer. Tocou 
							bateria na banda Breakfast Club, na segunda banda 
							Emmy foi mais profissional. Numa de suas 
							apresentações foi ouvida por Michal Rosenblat que 
							trabalhava na Warner e a chamou para teste. 
							Tornou-se uma artista capaz de fazer parte dos 
							mercados de música branca e negra. Tornou-se famosa 
							em 1983 e não parou mais; de visão extravagante 
							passa a explorar nas músicas o sexo, uma polêmica 
							para sociedade americana. Milhões de discos 
							vendidos. Tornou-se estrela de primeira grandeza, um 
							fenômeno. Casou com um ator de 24 anos, com duro 
							relacionamento, agressivo Jean não suportava a idéia 
							de viver permanentemente sob luzes dos spots lights, 
							o casamento chega ao final. Hoje Madonna é 
							considerada a maior "Super Star" da Música Pop do 
							mundo, irreverente seus "Mega Shows", atingem em 
							média cerca de 40 a 50 mil fãs. O CD com o Clip "Na 
							Cama Com Madonna", foi o mais vendido da década de 
							noventa; ousado e maravilhoso.