
São muitas ao certo as favelas brasileiras, principalmente em São Paulo e Rio, as duas maiores capitais do Brasil. Mas você sabia que esse número monstruoso de favelas não surgiu a tanto tempo assim? Foram precisas cerca de duas ou três gerações para que as coisas chegassem ao nível em que estão. No Rio de Janeiro, por exemplo, as primeiras favelas surgiram logo após a Guerra de Canudos, no início do século passado, já em São Paulo, as primeiras favelas surgiram na metade do século passado. Ainda assim, quando surgiram, as favelas não eram tão numerosas, alguns fatores contribuíram para que elas crescessem e se multiplicassem tão rapidamente: a abolição da escravidão em 1888, a vinda de imigrantes italianos e japoneses logo após esses acontecimentos e juntamente com o crescimento da indústria em São Paulo e Rio, principalmente durante a primeira e a segunda guerra mundial foram estes fatores que contribuíram para a origem e crescimento das favelas no Brasil. Os latifundiários, aproveitaram a mão de obra estrangeira especializada na lavoura, e ao invés de empregarem os ex-escravos, agora libertos, empregaram os italianos e os japoneses.
Este fenômeno contribuiu ainda mais para a marginalização do negro na sociedade, e com o desenvolvimento da indústria no Brasil, São Paulo e Rio tiveram um grande crescimento populacional acelerado, devido ao êxodo rural. Ao chegarem nessas capitais, os ex-escravos se depararam com as fábricas, e como nunca haviam tido a experiências que os italianos e japoneses tiveram anteriormente em seus países já industrializados, foram substituídos nas fábricas também. Ou seja, o negro não teve lugar tanto no campo quanto na cidade, e então foi no morro onde se instalou.
A violência com que o povo negro foi tratado no processo de surgimento das favelas ainda é parte da vida do morador da favela e a cultura foi fator essencial de resistência, atualmente o funk é um grito, é a expressão da favela, é a forma que tem de mostrar ao mundo o que acontece naquele espaço tão invisibilizado.
É preciso escutar o funk com outros ouvidos, com os ouvidos que depois de tantos anos escutaram o samba e perceber as críticas sociais ali presentes, funk também é música de protesto, é resistência pra quem nunca teve voz.
Além de todos os problemas sociais que identificamos em favelas, a questão do péssimo saneamento básico é vista com preocupação como questão de saúde pública. As favelas não possuem o mínimo de saneamento.
Somente com o investimento do poder público e a redução nos níveis de desigualdade social e investimentos em educação e cultura, poderemos nos ver livres do fantasma das favelas violentas.
Assim é o meu sertão: uma tela em tons de barro, uma saga de ir e vir, uma vida de retirante emoldurada com galhos secos e retorcidos. Ah o meu sertão, de conselhos e conselheiros, de beatos e "padins", da flor, favela, que nasce em terra seca, cresce sem água e resiste as adversidades suplantadas por aqui.
Somos a favela, essa de um povo rico daquilo que o dinheiro não compra. Somos a esperança, filhos da pátria que não se cala, a alegria da criança que mesmo na dificuldade sorri para a vida.
Sim, ainda há esperança. somos fruto da planta nascida em terra seca e que cresce sem água, somos assim. uma metamorfose dessa pátria mãe gentil.
Somos cultura, pois é do morro que saí samba, nos becos e vielas tem bambas, são malandros e mulatas que riscam o chão com a arte de sambar, nossas mães do samba, herdeiras de Ciata á nos emocionar, são nossos baluartes que não fazem nossa cultura agonizar.
A Principe Negro, escola de samba da maior Cohab da américa latina quer mostrar o nosso valor.
Somos história, somos cultura, somos vida... Nós somos a Favela!
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