
INTRODUÇÃO
Sob a proteção e as bênçãos dos Deuses do Carnaval, a Associação Recreativa Estação do Samba Paulistanos da Glória engrandece a história de uma das maiores e mais premiadas Porta Bandeiras da história de nossa Pátria, em forma de enredo. Com a incumbência de prestar um tributo em exaltação à Lídia Aparecida Oliveira de Paula, uma joia preciosa da arte de mestre sala e porta bandeira, nascida em Santos e consagrada em São Paulo, nossa agremiação celebra a cultura Nacional e reverencia a grande dama “Majestosa”, com toda a nobreza de uma escola de samba.
O primeiro contato de um indivíduo ao nascer é com a mãe... Aquela que dá a Luz... que traz a vida. Muitas vezes esse contato se dá ao longo da vida, com pessoas especiais que o sagrado nos presenteia, fazendo esse importante papel de mãe. Que acolhe, aconselha, abraça e nos ensina os caminhos a seguir pela vida.
Lídia nasceu em família humilde e teve em sua mãe o espelho de sua vida, sua maior inspiração! Trouxe consigo a energia dos ancestrais em sua trajetória, brilhou “Majestosamente” pelas passarelas do samba... Onde foi estrela, arrancando sorrisos e aplausos de quem a contemplava, fez delas um palco iluminado por onde rodopiou e desfraldou seu talento! Foi uma mãezona a todos aqueles que tiveram a honra de desfrutar de sua presença, nossa “Mãe Preta Majestosa”.
A ela, querida e amada homenageada que encantou - se e hoje brilha na Passarela Divina da Constelação dos Grandes Baluartes, lá no céu, elevamos toda nossa devoção e respeito: “Glória à mãe Preta Majestosa”.
A sirene já tocou, os portões irão se abrir. Reservem seus lugares nas arquibancadas, nosso show vai começar... A Paulistanos da Glória vai passar!
SINOPSE
Trago para esse carnaval, a mais linda homenagem à Flor mais bela e formosa que o jardim do carnaval viu brotar! Nossa querida e amada Lídia... Foi uma pessoa extraordinária, uma verdadeira mãe... Que acolhia a todos em seus braços... Nos embalou e deu o calor do amor. Era a mais pura fonte do mais sublime dos sentimentos. Foi um espelho aos nossos corações e hoje continua sendo espelho para nossas almas! Fazemos em devoção a essa grande mulher uma singela homenagem as suas “Glórias”.
Lídia foi mãe, deu luz a vida de todos que a rodearam, foi um nascimento divino e por ser tão iluminada, foi abençoada com o sagrado momento criado por Olodumaré (Deus Supremo criador de todas as vidas) o dom de gerar vidas, trazendo a essa Terra seus filhos carnais.
Era uma divindade carnal que herdou de sua ancestralidade vinda de “Mãe África” o dom da “Fertilidade”, o poder de gerar vidas em seu ventre, o fruto que brotava de seu amor como “Ya Odu”, a primeira Ya-Mi (mãe) a vir do Orun (Céu) ao Ayê (Terra). Assim nasceram Débora e Júnior, seus filhos.
Tinha uma missão em seu destino, recuperar dentro das pessoas o amor, o respeito e o carinho através de sua dança, de sua humildade... Pode-se dizer que foi uma das Eleiés (Lendárias mulheres feiticeiras donas dos pássaros, representadas por Corujas), semeou como um Eíé (Pássaro)através da Associação de Mestre Sala e Porta Bandeira “Cisne do Amanhã” o seu legado. Assim deixou-nos o ensinamento em suas aulas a cada ano, florescendo em cada um de nós “um novo Alvorecer”!
Seu maior ensinamento além do amor, foi o respeito aos que vieram antes, através de uma “Divina Saudação”, a qual repetimos aos nossos mais velhos, o beijo na saia, que representa o a gratidão e respeito aos nossos precursores e inspirações na arte do mestre sala e porta bandeira.
Não era devota às Yabás, mas carregava consigo as características delas, as quais em alguns de seus desfiles nas escolas de samba onde fez parte, pode representar e saudar as nossas mais belas Orixás: Saluba Nanã, Ri-Ro Ewá, Odoyá Yemanjá, Eparrey Oyá, Ora Ye Ye Oxum e Obá Xirê Obá, teve também oportunidade de representar sua gratidão à vida através de cânticos de candomblé(Orin) que demonstravam seus valores como ser humano, representados nos sambas enredo que ecoaram e embalaram os desfiles que participou.
Tinha uma crença muito grande nos milagres de “Nossa Senhora Aparecida”, a mãe milagrosa de nosso País, realizadora de muitos milagres... Como a multiplicação dos peixes, Milagres que também alcançaram nossa homenageada, que por muitas vezes enfrentou situações difíceis antes ou durante seus desfiles, como chuvas torrenciais e quedas, mas as superou e mostrou sua força e fé! Sentimentos que vinham de sua Raiz familiar, de sua base... sua mãe! Nos ensinou a curvar aos pés de “Santa Mãe Aparecida” e elevar nossa fé até que a graça que desejamos seja alcançada sem perder nunca a esperança!
“Oh mãe preta do fundo do peito, a ti dedicamos todo o nosso respeito!”
Um de seus maiores amores foi o carnaval, onde desfilou como Porta Bandeira, por 50 carnavais em diversas agremiações..., mas em toda sua carreira, foi na capital onde encontrou sua devoção incondicional em dois pavilhões em especial: Unidos do Peruche, apelidada de Filial do Samba e Tom Maior, onde passou mais da metade de sua vida como Porta Bandeira Oficial, viveu grandes emoções, deu oportunidades e foi inspiração a grandes nomes de nosso carnaval hoje.
Teve carreira vasta em Santos, sua cidade natal, onde surgiu no mundo do samba e passou por escolas diversas, dentre elas Império do Samba, onde iniciou sua trajetória, Brasil, União Imperial, Unidos dos Morros, Bandeirantes do Saboó e Sangue Jovem.
Chegou a São Paulo através de seu marido e Mestre Sala Serginho (In Memoriam), com o qual dançou por longos anos... Defendendo as Cores da Renascença da Lapa.
Ao longo dos 50 anos que esteve presente no Carnaval recebeu honrarias... Em sua cidade de origem, foi batizada pelo “Estado Maior do Samba” com a alcunha de Lídia “A Majestosa”. Também teve a oportunidade de ser eleita Cidadã Samba, pelo Conselho do Samba de Santos, onde além de Embaixadora era a Porta Bandeira que tinha a Honraria de ostentar o pavilhão da entidade.
Defendeu o pavilhão oficial pela última vez na escola de samba União Imperial, de seu grande amigo Valdevino, o Mestre Divino, na cidade de São Paulo.
Foi em todos os sentidos “A Majestosa de 50 carnavais”, tendo como marca seu sorriso contagiante, sua postura, sua elegância e humildade!
A A.R.E.S. Paulistanos da Glória assim homenageia e traz para o palco dos sambistas, “Glória à Mãe Preta “Majestosa!”.
Glória a Negritude! Viva a grande Mãe Preta! Salve a nossa Majestosa!
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