::.. CARNAVAL 2017 - G.R.C.E.E.S. BOÊMIOS DA VILA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  26/02/2017
Ordem de entrada:  3
Enredo:  Ariano Suassuna - o rei, o palhaço e o profeta
Carnavalesco:  J. Ivo Brasil
Grupo:  2
Classificação:  5º
Pontuação Total:  267,9
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  não consta
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

Samba Enredo

COMPOSITORES: ROGÉRIO PAPA/ RODRIGO LOPES/ CHICO MANEIRO

E NA LEVADA DA BOÊMIOS SOU CABRA DA PESTE,
CANTANDO SUASSUNA FILHO DO NORDESTE,
ORGULHO BRASILEIRO, ARIANO É SEM IGUAL,
UM ARTISTA GENIAL!

SE "ACHEGUE" QUE EU VOU CONTAR...
EM VINTE SETE ELE VIROU MANCHETE,
NA PARAÍBA ELE NASCEU E O MUNDO CONHECEU,
O MENINO SABE TUDO O GRANDE MESTRE,
HISTÓRIAS DE VAQUEIROS AO SOM DE VIOLEIROS,
NOS MAMULENGOS RELUZIU A INSPIRAÇÃO,
E DA HERANÇA QUE O PAI LHE DEIXOU,
POR SERTÕES SE ENCANTOU,
E PELA ARTE DO TEATRO SE APAIXONOU...

O ALTO DA COMPADECIDA,
NOSSA SENHORA ABENÇOOU,
FERNANDO E ISAURA,
VIXE MARIA! QUANTO AMOR!

O ROMANCE DA PEDRA DO REINO,
COM SEUS CAVALEIROS  ETERNIZOU,
GÊNIO, NA CULTURA ESSENCIAL,
UNINDO A ARTE, MOVIMENTO ARMORIAL,
IMORTAL NA ACADEMIA, ARIANO É ARUEIRA, E MADEIRA QUE CUPIM NÃO RÓI,
RUBRO NEGRO SPORT É PAIXÃO,
FILHO DA PARAÍBA, PERNAMBUCANO DE CORAÇÃO,
SUASSUARIANO MINHA VILA FAZ A FESTA,
ELE É O REI, O PALHAÇO E O PROFETA!

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: J. Ivo Brasil

Nasceu em João Pessoa
No ano de vinte e sete
Lá em 16 de junho
Fato que se fez manchete
O menino então cresceu
E pro mundo, apareceu,
Esse nosso grande mestre

O grande mestre nasceu em 16 de junho de 1927 em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba. Perdeu seu pai, então deputado federal, que foi assassinado no Rio de Janeiro em decorrência de episódios da Revolução de 1930 e por causa disso a família se transfere para Taperoá, sertão da Paraíba.

Em Taperoá viveu
Fez seus primeiros estudos
Viu peças de mamulengos
O menino sabe-tudo
Assistiu a violeiros
E as histórias dos vaqueiros
O formou em dramaturgo

Importante, também, para a formação do mestre Ariano, foi a herança que ele recebeu: a biblioteca do seu pai. Lá ele encontrou livros que foram importantes para isso, e dentre eles, o mais marcante foi “Os sertões”, de Euclides da Cunha, pois esta obra lhe apresentou um dos personagens que mais marcaram sua vida: Antônio Conselheiro, profeta e líder de Canudos.

Os estudos secundários, bem como sua formação de bacharel, acontecem em Recife/PE e é lá que sua grande paixão pelo teatro floresce. Tanto é que, junto com um grupo de jovens escritores e artistas, ajudou a fundar o Teatro do Estudante de Pernambuco – TEP, o que o levou a escrever “Cantam as harpas de Sião”, reescrita depois como “O Deserto de Princesa”, montado pelo mesmo teatro que ajudou a fundar. A partir daí muitos outros textos foram surgindo e outras investidas também, dentre elas, em companhia de Hermilo Borba Filho, a fundação do Teatro Popular do Nordeste.

O castigo da soberba,
Casamento suspeitoso,
Também O Santo e a Porca
De enredo maravilhoso,
Auto da Compadecida,
Essa santa tão querida
Eita! Livro glorioso!

A peça Auto da Compadecida projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sendo traduzida e representada em espanhol, francês, inglês, alemão, polonês, tcheco, holandês, finlandês e hebraico.

No romance se destacam
A História de amor
de Fernando e Isaura,
Obra de grande valor,
Romance, A Pedra do Reino,
Esse livro foi um treino
Desse grande criador.

Apesar do sucesso do Auto da Compadecida, sua obra mais importante, até agora é O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, levou dez anos para ser concluída, quando o autor percebeu o que o levou a escrever o romance: a morte do seu pai.

A história, baseada na cultura popular nordestina e inspirada na literatura de cordel, nos repentes e nas emboladas, é dedicada ao pai do autor e a mais doze “cavaleiros” (entre eles Euclides da Cunha, Antônio Conselheiro e José Lins do Rego).

Sua vida, sua obra,
Tem um tom bem genial
Criou na nossa cultura,
O Movimento Armorial,
Na cultura nordestina
Sua arte nos ensina
Ariano é imortal.

Como membro fundador do Conselho Federal de Cultura, defensor ferrenho da cultura nacional e fazendo jus ao nacionalismo da sua linhagem, Ariano idealiza o Movimento Armorial. Movimento esse interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras. Tendo como traço comum a Literatura de Cordel com a Música de viola, rabeca ou pífano e com a Xilogravura que ilustra suas capas. Valorização da cultura popular do Nordeste brasileiro através da cultura erudita (estudo, pesquisa, experimentação, produção de conhecimento).

Da Academia de Letras
Foi o sexto ocupante
Na Cadeira 32
Tua história foi marcante
Em 3 de agosto eleito
Em 89 aceito
Como um escritor brilhante

Além da 32, da Academia Brasileira de Letras, ele também ocupou a 18, na Academia Pernambucana de Letras, em 90, e a 35 na Academia Paraibana de Letras, em 2000, e como imortal, Suassuna continuava cobrando a valorização da literatura de cordel. “O folheto é o único espaço literário no qual o povo brasileiro se expressa sem imposições nem deformações que lhe viessem nem de cima nem de fora”, afirmava ele.

Sua arte nos fascina,
Sua obra nos constrói,
Ariano diz bem alto,
Que a injustiça dói,
Suassuna é aroeira,
Ariano é a madeira
De lei que cupim não rói.

Enquanto defensor da cultura popular, o Carnaval era recordado frequentemente pelo dramaturgo. A prova disso é que ele e o amigo Antônio da Nóbrega resolveram resgatar o frevo-de-bloco Madeira que Cupim não Roi, do compositor Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba (1963).

Madeira do Rosarinho
Vem à cidade sua fama mostrar
E traz com seu pessoal
Seu estandarte tão genial

Não vem pra fazer barulho
Vem pra dizer e com satisfação
Queiram ou não queiram os juízes
O nosso bloco é campeão

E se aqui estamos, cantando essa canção
Viemos defender a nossa tradição
E dizer bem alto que a injustiça dói
Nós somos madeiras de lei que cupim não roi

Este frevo é a canção mais famosa do Bloco Carnavalesco Madeira do Rosarinho – Recife/PE, e o mestre Ariano ressaltava: “As letras de Capiba mostram a beleza das composições e dos antigos carnavais”,

Suassuna é a lenda
Suassuna é nordestino
Professor, advogado,
Rubro-negro foi destino
Na arte ele encantou
Dançou, escreveu, cantou
Como se fosse um menino

Além do amor pela literatura, e por vários outros segmentos da cultura popular, na vida de Suassuna havia espaço para o futebol: seu time do coração era o Sport Club do Recife, que o homenageou em 2013, colocando a frase: "Felicidade é ser Sport" em seu uniforme. Suassuna tinha fama de pé quente (o rubro-negro também o homenageou em 2015 dando seu nome a Taça Ariano Suassuna).

Ele costumava dizer: “A Paraíba é a minha mãe; Pernambuco, o meu pai”, como forma de agradecimento a sua longa permanência na cidade do Recife, onde viveu até seus últimos dias, e a generosa hospitalidade do povo pernambucano que o adotou.

Dar adeus a este gênio
De fama internacional,
É momento de tristeza,
Uma perda sem igual,
Porém ele vai morar
Na arte, no poetar
Da cultura nacional.

Morre o cabreiro (alusão ao carinho que Ariano tinha pelas cabras), em 23 de julho de 2014. Entretanto, seu universo suassuniano, vai morar pra sempre na cultura nacional e seus arquétipos: o Rei (aquele que dá visibilidade às opções políticas e éticas da obra e da vida dele. Sendo também uma evocação mágica do pai assassinado quando o autor era menino); o Palhaço (é o contador de histórias, uma virtude de Ariano não só como escritor, mas também como professor e até mesmo como conversador) e o Profeta (aquele que encarna a religiosidade arraigada do autor e sua visão barroca do universo. Provocando o diálogo ou a tensão criativa entre erudito e popular, religioso e profano, universal e particular), ainda vão florear muitas mentes ávidas pelo conhecimento por este mundão afora.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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