::.. CARNAVAL 2012 - G.R.C.S.E.S. UNIDOS DE SANTA BÁRBARA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  20/02/2012
Ordem de entrada:  3
Enredo:  A fé é a minha bandeira. Sou Santa Barbara, da Pedra Pequena a guerreira, num afro canto de festas e devoção. Com o axé dos orixás vou conquistar seu coração
Carnavalesco:  Anderson Paulino, Jair de Souza, Hugo Passos e Anderson Rodrigues
Grupo:  1A
Classificação:  1º
Pontuação Total:  259,7
Nº de Componentes:  1500
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  19
Presidente:  Manoel Messias de Souza Costa - "Nel Costa"
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre Rodrigo Chinelão
Intérprete:  Jorginho Soares
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  Cibele
Mestre-Sala:  Welson Roberto
Porta-bandeira:  Waleska Alves
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

Nova pagina 2
COMPOSITORES: EDSON PIRES/ JORGINHO SOARES/ TONINHO OLIVEIRA/ PERICLES ORNELAS


NO BATUQUE FORTE DA MÃE áFRICA
SEU MENSAGEIRO, ABRE O CAMINHO PROMISSOR
VENCI TODA REPRESSÃO
COM A ESPADA DE OGUM MEU PROTETOR
OKê ARô! OXÓSSI é CAÇADOR
A SUA MATA É FONTE DE ENERGIA
DA TRIBO DE SEU CANINDE, MEU GUARDIÃO
TRAGO A FLEcha DA SABEDORIA

O ZAZIê! KAô! XANGô!
A TEMPESTADE DO SAMBA CHEGOU
COM A FILHA DE YANSã
SE CHEGUEI AONDE CHEGUEI
A BENÇA OYá CIRã


ê ORO MIMá
NAS áGUAS CLARAS EU VI BRILHAR
LINDO ARCO íRIS LEVANDO TESOURO PRO MAR
SALVE YEMANJá
UM DOCE SORRISO DE CRIANÇA FAZ EMOCIONAR
NA LAVAGEM DO BONFIM A PAZ DE OXALá
MEU TOQUE BALANÇA o SEU CORAÇÃO
RITA RIBEIRO DO MARANHÃO
LIBERDADE MANTéM A tradição
na GINGA A DANÇA DO AFROXé
AXé NO MEU RITUAL
ORGULHO NEGRO NESTE CARNAVAL


VAI ECOAR O SOM DO TABOR
UM CANTO DE FÉ MINHA BANDEIRA
SOU SANTA BáRBARA DE PEDRA PEQUENA

A MINHA ESCOLA É PAIXÃO VERDADEIRA.
 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Não Informado

INTRODUÇÃO
 
Nada pode traduzir mais a existência do nosso pavilhão do que o amor e a fé. Primeiro porque somos parte de um sonho da nossa Mãe Helena (conhecida como OYÁ CIRA) e de suas respeitosas entidades espiritual desde os tempos da casa de candomblé Santa Bárbara. O amor também se faz marca maior, pois a união entre a filha de Mãe Helena e um carioca sambista, (Nel Costa e Cássia Lima) resultaria na fusão de dois apaixonados pelo samba e pelos festejos do povo do santo. Dispostos a vencer, surgiu assim em nossa Pedra Pequena (nome indígena de Itaim, o Itaim Paulista) o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Unidos de Santa Bárbara, já bastante treinada pelos seus anos de Bloco Carnavalesco.
 
Agora retornando ao palco principal (Sambódromo do Anhembi), a comunidade mostra que o poder da crença vai muito além da sua força de vontade. Somos filhos da fé e temos em nossa africanidade e humildade, a consciência de que sem os ORIXÁS não somos nada.
 
Surge a partir daí um enredo temperado com amor, festas e devoção expondo as mais populares divindades do candomblé e enaltecendo sua importância nos cultos, assim como a sonoridade musical das cantigas que inspiraram e difundiram em repertório para vários artistas brasileiros desde a mais profunda raiz do samba até abrilhantar a mente de grandes compositores e intérpretes nacionais sob a vibrações dos tambores africanos.
 
Para este projeto buscamos a energia da cantora maranhense Rita Ribeiro, a qual dedicamos nosso desfile afirmando a riqueza da música ritual no gosto popular brasileiro. A Tecnomacumba de Rita (obra que virou disco, DVD e espetáculo apresentado por mais de sete anos nos palcos do Brasil e Europa) vai transformar nossa alegria numa grande festa de terreiro, assim como aconteceu em nossos ensaios durante um ano de preparativos.
 
Avante comunidade preto, vermelho, azul e branco. O Itaim Paulista está de volta ao seu devido palco, desta vez com a proteção da Dama da Noite (entidade espiritual que pediu uma escola de samba), de Seu Canindé (Caboclo guardião da agremiação) e de todos os orixás. Axé.
 
ENREDO
 
Quando ecoar o som dos tambores na passarela do samba, o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Unidos de Santa Bárbara deve anunciar num canto de fé carnavalizado que "A FEE A SUA BANDEIRA".
 
Revelando o clamor da Mãe África e todo o seu povo sofrido aliado ao seu cantar de lamento que resultou na resistente força da negritude guerreira por séculos de escravidão principalmente no Brasil, se faz presente agora em ritmo de um grande afro carnaval para o povo do Itaim Paulista (pedra pequena, em tupi Guarani). Um desfile marcante para a sua própria história totalmente vinculada ao culto do Candomblé como base principal da existência da agremiação, nascida e criada por seus fundadores dentro da religião.
 
Devotos aos orixás mais populares em cultos, a comunidade Santa Bárbara vem desta forma enaltecer maior parte do xirê (ordem e apresentação de todos os orixás) em alas destaques de chão casais de mestre sala e porta bandeiras e alegorias. Alguns com mais detalhes e outros de modo mais reservado por devido respeito às tradições da fé candomblecista.
 
A importância musical desde o bater das mãos até o soar dos tambores se acrescenta ao valor ritual e popular das cantigas em dialetos ou traduzidas em língua portuguesa acrescentada ricamente na cultura do povo brasileiro, e ganha aqui a temática principal para este projeto de carnaval. A MÚSICA É O ELO ENTRE OS ORIXÁS E SEUS FILHOS.
 
A música ritual do candomblé tanto em cerimônias públicas quanto privadas ultrapassa o valor meramente estético ou mesmo de elemento propiciador a atmosfera religiosa, para exercer a função de elemento constitutivo em todas as instâncias do culto. Além disso, ela tem função de ordenação bastante claras, sendo também um dos elementos através dos quais as identidades dos adeptos e dos terreiros (nações) são construídas e se comunicam.
 
Não é sem motivo que na década de 30 e por muitas outras décadas depois, os jornais e a sociedade preconceituosa, pediam "providencias contra a atuação dos terreiros, chamando a atenção para os estrondosos ruídos dos atabaques dos chocalhos e a vozearia dos devotos, que perturbavam o sossego e o silêncio público com vergonhosos espetáculos".
 
Assim aos tempos de perseguição religiosa, quando a música do candomblé era tida como ruído estrondoso, seguiu-se um tempo de intolerância e um de valorização da música de origem africana em geral (jazz, blues, reggae, samba, as escolas de samba, gospel) que num processo dialético contribuiu para a melhor compreensão tanto do candomblé quanto da sua estética musical enfrentando também o preconceito de culto e racial.
 
Seja através da macumba de terreiro, dos afoxés ou dos blocos de candomblé de rua, das festas de santos católicas que se misturaram aos orixás, resultando em festas ecumênicas de grande valor e reconhecimento nacional (Lavagem do Bonfim, Festa de São Cosme e Damião, Festa de Iemanjá, Festa de São Jorge, Festa de Santa Bárbara), enfim, até chegarmos à força da nossa própria existência quando de dentro de um terreiro no final da zona leste de São Paulo nasceu pelo pedido da DAMA DA NOITE a nossa agremiação carnavalesca, numa noite de muita FESTA E DEVOÇÃO.
 
Para esta celebração dançam as divindades e assim como num Xirê, Exu abre os caminhos de forma promissora como mensageiro e representante maior da comunicação juntamente a Dama da Noite anunciando entre flores vermelhas e perfume a chegada festiva da Tempestade do Samba (um dos apelidos da agremiação).
 
Ogum guerreiro se manifesta representando toda a sua imagem de batalhas com ferramentas, ao mesmo tempo presente nas festas de São Jorge e na fé católica todo dia 23 de abril, com muita reza, candomblé, danças e feijoada, dedicadas carinhosamente a um dos santos mais amados do Brasil. Ogum dança e guerreia em defesa do nosso enredo afro religioso que contesta os longos tempos de repressão e preconceitos ao culto negro.
 
No bailar das folhas de Ossaim, orixá dono da sabedoria das folhas, respeitosamente cultuado, se anuncia presente nesta festa trazendo a presença de Oxóssi, o caçador (Okê Arô), o Rei de uma flecha só, certeira entre as matas, dança como guardião das florestas o cavaleiro de Aruanda como é citado na obra de Rita Ribeiro, traz coragem e determinação ao som da nossa batucada.
 
Poderoso em sua tribo aparece o guardião mestre da nossa história existencial, Seu Canindé, o Caboclo da Casa de Oyá Cira (nossa fundadora Mãe Helena), lançando a flecha da sua sabedoria.
 
Xangô, o vencedor, viril e justiceiro reina em nosso carnaval. Com sua presença de Rei lendário de Oyó - (O ZAZIE - KAO XANGO), para saudá-lo com devido respeito e devoção ao passar do afro cortejo do carnaval.
 
Evidentemente que lansă que no sincretismo religioso representa SANTA BÁRBARA, tem forte presença de yabá neste ritual. Tanto pela presença das preces oferecidas a Santa Católica que deu origem ao nome da nossa agremiação carnavalesca, como pela força das tempestades de lansă positivamente agindo em nossos destinos.
 
Também conhecida como Oyá, a grande mulher guerreira por vocação, rainha dos raios e dos ventos que foi casada com Ogum e depois com Xangô e talvez tenha sido a mais cantada da música popular brasileira, principalmente na voz da mineira Clara Nunes.
 
Em águas claras nas cachoeiras brilha o reino de Oxum, deusa do amor e da beleza. Trazendo todo o seu ouro, sua riqueza e nobreza, aparece em nosso desfile com sensualidade e soberania, anunciando o arco íris de Oxumaré num bailar de profunda beleza.
 
Nas águas do mar e pelas grandes festas do litoral brasileiro, chegou à Rainha Iemanjá, linda sereia que brinca na areia. Oferecendo todo o azul do mar e sua força sobre as águas, a mãe dos orixás baila com as baianas mães do samba e com seus devotos a entregar-lhe oferendas.
Saudando as crianças, e as festas de São Cosme e Damião (Erês) não poderiam faltar o doce sorriso tão essencial para a resistência da história do futuro da comunidade.
 
Nanã, saudamos no firme bailar com Obaluauê em nome da vida e da saúde e que assim seja para toda a nação Barbarense.
 
Iluminados pela paz de Oxalá, puros como a Lavagem das escadarias do Bonfim, outra festa ritual em louvor e busca de purificação e prosperidade para todo o mundo. E com a proteção de todos os orixás se faz assim nosso afro enredo.
 
Além de ter sido o candomblé, a fonte principal de águas claras para o surgimento do samba brasileiro e por sua vez das escolas de samba, a música ritual seguiu influenciando compositores de várias classes dá como exemplo da parceria de Vinicius de Moraes com Baden que trouxe vários elementos da sonoridade africana ao samba carioca na década de 60, intitulado os AFRO-SAMBAS, lançando sucessos como Berimbau, canto de iemanjá e trouxe a música Canto de Ossanha, mais tarde sendo sucesso na voz de Elis Regina.
 
Entre tantos nomes da música popular brasileira entregues ao soar do batuque do terreiro e seus orixás citamos Dorival Caymmi, Clara Nunes, Paulo Cesar Pinheiro, Maria Bethania, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Margareth Menezes, Daniela Mercury entre tantos outros que cantavam e cantam lindamente aos orixás com grande respeito e devoção.
 
Rita Ribeiro que nasceu no Maranhão em 1966 em meio ao som do Tambor de crioula (outro ritmo do culto africano) no auge de sua carreira se popularizou com seu trabalho intitulado TECNOMACUMBA, resultado de uma intervenção cultural. O show nasceu nas casas na zona sul carioca e virou um fenômeno independente da mídia. Rita fez diversas temporadas de grande sucesso e levou o espetáculo para casas de shows entre as mais sofisticadas ganhando diversas premiações como melhor show, depois de sete anos de espetáculos consecutivos, lançando CD e DVD com composições de grandes nomes brasileiros exatamente como os citados acima.
 
A sonoridade religiosa africana ultrapassa os terreiros de macumba e ganha as ruas em nosso Brasil de miscigenação. Nos jogos de capoeira, nas festas folclóricas mais populares que engrandecem o carnaval, nos afoxés e os blocos afros que também engrandecem o valor da música afro-religiosa com alegria e um discurso político (YLE AIYE, FILHOS DE GANDHY, OLODUM, por exemplo) denunciando preconceitos e acrescentando detalhes valorosos da cultura e beleza negra.
 
Aqui em São Paulo vem na ginga de fé dos Afoxés que abrem caminhos no desfile das escolas de samba assim como o Afoxé Ominibú e o nosso Filhos de OYÁ, fundado em 2010 para enaltecer o valor da fé candomblecista do povo do Itaim Paulista.
 
Hoje com a bandeira da liberdade e da democracia, levamos nosso orgulho para exaltar o som do batuque que nos gerou. A tradição vem em primeiro lugar com todo axé no meu ritual.
 
SOMOS GARRA, COMUNIDADE E ORGULHO NEGRO NESTE CARNAVAL, RUMO À VITÓRIA.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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