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        Todos
        os anos, no dia 2 de fevereiro, a cidade de Salvador, capital da Bahia,
        realiza uma bela e colorida procissão de barcos em homenagem à
        Iemanjá, a rainha das águas. Os pescadores depositam no mar flores e
        presentes, pedindo sorte e uma pescaria farta. Ela é uma das divindades
        do candomblé, uma das religiões de origem africana que se desenvolveu
        no Brasil. 
        Nossa
        cultura recebeu grande influência dos escravos trazidos da África.
        Assim como Iemanjá, muitos outros deuses, como Oxum, Xangô, Oxalá,
        Oxossi e Exu, passaram a fazer parte da vida de todos nós, e não
        apenas dos adeptos desta religião afro-brasileira. Chamadas de Orixás,
        palavra de origem Iorubá que significa divindade, fazem parte da
        cultura brasileira, com seu significado místico e simbólico, seus
        rituais, festas, comifas, cores e símbolos. Cada Orixá tem sua
        história, sua personalidade e domina um aspecto da realidade. Como
        nós, os orixás têm sentimentos: amam, sofrem, ficam tristes ou
        alegres e todos estão ligados às forças da natureza, como a água, o
        ar, a terra e o fogo. 
        Em
        equilíbrio, essas forças movem o nosso destino. O espaço habitado
        pelos Orixás chama-se Orum, o mundo dos homens chama-se Aiê e o grande
        pai responsável pela criação de todas as coisas é Olorum. Hoje em
        dia, os Orixás estão presentes não apenas nos rituais religiosos, mas
        em festas populares, no carnaval, na dança, na música, integrando
        também muitos outros aspectos da nossa cultura, como as artes
        plásticas, o cinema, o teatro, a moda e a gastronomia. 
        Entre
        os dezesseis Orixás mais cultuados no Brasil, sete são os mais
        populares entre nós: 
        Exu
        é o senhor dos caminhos, mensageiro entre os deuses e o homem e por
        estar mais próximo da realidade humana é considerado o Orixá das
        causas materiais. Iemanjá é a rainha dos mares, protetora da família
        e mãe de todos os Oixás. Ogum e o Orixá guerreiro, deus do ferro e da
        guerra. Xangô é dono da justiça, do trovão e das pedreiras. Oxum é
        a rainha dos rios e de todas as águas doces, do ouro e do amor. Iansã
        é a deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos
        raios. Oxossi é o protetor das matas, dos animais da floresta e dos
        caçadores. 
        Através
        do tempo, esses personagens tão ricos em beleza, poderes místicos e
        lindas lendas integraram-se tão profundamente à alma brasileira, que
        apesar de suas raízes africanas, tornaram-se parte do Brasil, como se
        aqui tivessem surgido, fazendo parte do nosso dia a dia. Quantas vezes
        ouvimos as expressões comuns aos Orixás africanos na boca de nosso
        povo? Quantas vezes nos despedimos de amigos ou parentes desejando-lhes
        Axé ou um sincero "Que Oxalá te acompanhe". Esta é a prova
        de que as divindades africanas tornaram-se tão brasileiras como as
        figuras do nosso próprio folclore e por isso no Carnaval 2011 o
        Caprichosos da Zona Sul vem render suas homenagens aos 7 Orixás mais
        populares do Brasil, pela beleza de seus personagens e sua importância
        na cultura brasileira. 
          
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