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		O PRIMEIRO CONTATO 
		
		Vindos de diferentes partes da África, 
		viajando em péssimas condições, consigo não trouxeram nenhuma bagagem e 
		nem se que ingredientes culinários, chegando ao Brasil na metade do 
		século XVI, os africanos aqui sofreram toda espécie de dominação e 
		exploração, domínio este que os índios relutaram em aceitar, travando 
		inúmeras batalhas com os colonizadores, não se deixando escravizar. 
		
		Justamente por serem um povo sofrido, o 
		martírio já começava em sua terra natal, quando eram transportados nos 
		Navios Negreiros para serem escravizados na América em condições 
		sub-humanas, sobretudo eles tinham uma crença, cultura e tradições que 
		fizeram com que superassem tudo na etapa de uma nova vida. 
		
		Na África, a religião predominante é o 
		Candomblé tendo seus deuses, popularmente conhecidos como Orixás. Foi 
		com as oferendas aos Orixás que tivemos o nosso primeiro contato com a 
		culinária africana. Sendo assim cada orixá teria a sua comida 
		específica. Nas festas da religião africana acreditava-se que oferecendo 
		comida aos Deuses, todos teriam sorte e seus caminhos se abririam para o 
		bem espiritual e material, inclusive comer desses alimentos também 
		constitui uma forma de receber Axé, que é a transmissão de Força e 
		Recriação, baseada na Lei de que tudo que dispomos na Natureza, devemos 
		a ela devolver. E assim, aos poucos os africanos começaram a nos mostrar 
		seus costumes, crenças e as suas tradições. As danças africanas, era o 
		que mais se destacava durante os rituais nas senzalas. 
		
		A EVOLUÇÃO 
		
		Quando chegaram à casa grande das fazendas 
		de café e dos engenhos de açúcar, as negras foram para a cozinha tendo 
		de adaptar seus hábitos aos ingredientes da colônia, na falta de inhame 
		usavam mandioca, carentes das pimentas usavam azeite de dendê e assim 
		por diante. Quando o porco ou o gado era abatido, somente as carnes 
		nobres eram separadas para o consumo dos senhores, enquanto a carcaça e 
		as vísceras eram dadas aos escravos, assim sendo, a senzala virou um 
		enorme caldeirão de mistura dos temperos e ingredientes nativos, daí 
		surgindo diversos pratos. 
		
		Anos depois, graças a criatividade dos 
		habitantes da senzala, junto com a pimenta malagueta, quiabo e o 
		azeite-de-dendê, começava a evolução da culinária africana no Brasil, 
		surgindo então iguarias atualmente muito apreciadas, tais como o mocotó, 
		sarapatel, feijoada entre outros. 
		
		Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel 
		através da Lei Áurea, abolia de uma vez por todas a escravidão no 
		Brasil, acabando portanto com um período de sofrimento, humilhação e 
		vergonha. Porém dando início a era mais ativa do "Preconceito Racial", 
		que infelizmente ainda existe nos dias de hoje. 
		
		A COMERCIALIZAÇÃO 
		
		Na Bahia no fim do século 18 dada 
		abolição, os negros começaram a comercializar suas iguarias, vendendo de 
		porta em porta o que cozinhavam, os que praticavam esta atividade eram 
		chamados escravos de ganho, iniciando assim uma nova forma de fazer 
		cozinha, vindo com ela o Caruru, o Acarajé, o Vatapá, o Xinxim de 
		galinha e a Canjica... 
		
		Hoje em dia a feijoada é conhecida em todo 
		o mundo como o prato típico brasileiro, tão enraizado à nossa cultura 
		que tem direito a ser servido em dois dias da semana: Quarta-Feira e 
		Sábado, pessoas de todo o mundo se deliciam nos tabuleiros das baianas, 
		em todo Brasil que servem, caruru, mungunzá, bobó de camarão, vatapá e 
		acarajé. Além do famoso Restaurante Axé, que com suas filiais espalhadas 
		em todo país é um ícone da comercialização da culinária afro-brasileira 
		no país. 
		
		A Mocidade Unida da Mooca vem agradecer ao 
		povo africano e enaltecer, que antes do sucesso, vem o choro, e que 
		depois de muito trabalhar e lutar pela liberdade, onde quer esteja e 
		seja, você um dia poderá ser eterno à memória do amanhã. Nosso muito 
		obrigado aos negros e africanos que tanto colaboram para a nossa 
		cultura, e que servem nos dias de hoje como exemplo de garra, 
		perseverança e dignidade, ao povo brasileiro. 
		
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