"São nos pequenos frascos que estão as melhores fragrâncias e os piores venenos” (Dito Popular)
Introdução
A essência da vida consiste em transformar ou converter realidade tudo que acreditamos ser benéfico ao universo humano. Diante disso, procuramos expelir toda e qualquer substancia que possa alterar ou destruir nossas funções vitais. Excretar também tudo aquilo que corrompe moralmente; excluir a maldade e a malignidade. Expelir a má intenção e a interpretação maldosa, malévola, enfim a pessoa de má índole.
I Parte
O veneno na História
A milenar herança cultural, espetacularmente magnífica, transporta-nos a fantástica terra dos faraós, em que se utilizava drogas potentes como ópio (veneno) e o bálsamo (perfumado) para eternizar (mumificar) o corpo dos importantes do Egito. Lá se descobriu o veneno, e de um modo empírico descobriu-se também um antídoto para sua cura, ainda que não a tempo de salvar o mais rico faraó que se tem conhecimento na historia, o jovem Tutankhamon, nem a mais famosa das rainhas, Cleópatra. Os egípcios, no entanto, não conheciam a arte que existia na Índia e permanece até hoje: os famosos encantadores de serpentes que com sopros em gaitas e flautas transformam o poder fatal da serpente naja em uma dança de beleza impar, tornando dócil o animal sagrado. Nem sempre o homem utiliza a sua inteligência para o bem comum. As vezes, a prepotência e arrogância ditam as regras: basta nos lembrarmos das milhares de vitimas das câmaras de gases mortíferas de Hitler e das vitimas das cidades de Hiroshima e Nagasaki que destruídas pelos Estados Unidos da América, através das bombas atômicas, mostraram ao mundo que as seqüelas deixadas por esta crueldade é um veneno sem cura e que mudou drasticamente a História para sempre.
II Parte
A Natureza dialética
É notável como o sistema defensor da natureza é potencializado ao simples toque de perigo: os animais ofídios, anfíbios, aracnídeos, apideos, equinodermos, artrópodes, enfim os peçonhentos são as representações ideais do venenifero aos humanos. Os animais desencadeiam sua defesa vital, podendo ser por presas (cobra), bolsa (sapo), ferrão (abelhas), aguilhão (escorpião), caniços (ouriço do mar) entre tantos outras formas de defesa.
III Parte
Cultura Indígena
A sabedoria acumulada por nossos ancestrais indígenas nos mostra que a natureza apresenta uma certa dualidade: de onde sai o veneno, também aparece a cura! As plantas venenosas que ora se extrai o veneno para as zarabatanas e as flechas, como armas necessárias para a caça e sobrevivência, porém, a força desse veneno é diluída frente aos conhecimentos e sustentáculos dos Xamans e Tchauas das tribos indígenas.
IV Parte
O veneno se multiplicando no cotidiano
“O veneno está nos olhos de quem vê, está na boca de quem fala, no ouvido de quem escuta e no coração dos que não amam”. (Provérbio Chinês)
O veneno é algo que o mundo conhece profundamente, a ponto de ter se transformado num símbolo utilizado em músicas, filmes, novelas, desenhos animados, gírias do dia-a-dia. São venenos reais as drogas licitas (cigarros, bebidas alcoólicas, remédios farmacêuticos, etc.) e as ilícitas (maconha, cocaína, êxtase, heroína, etc.) o lixo radioativo e tóxico e a língua ferina das vizinhas faladeiras.
V Parte
A cura
“O que arde cura, o que aperta segura” (dito popular)
Nossas expectativas e perspectivas são que nossas esperanças e persistências resultarão na certeza da cura. As provas concretas disso foi a obra do Doutor Vital Brasil, médico voltado para a saúde pública, graças ao seu zelo, afinco, dedicação ao combate da peste é que lhe foi designado a administração do Instituto Butantã. O idealismo do doutor foi além da produção de soros e vacinas: alegava que o coração tem razões que a cabeça não pode compreender. Afirmou ainda que é possível acreditar em um mundo melhor, na beleza do sorriso, no potencial do ser humano e no bem da Ciência. Também se preocupou em desenvolver pesquisas que são reconhecidas mundialmente.Hoje, tendo por principio o desenvolvimento de pesquisas cientificas e tecnológicas, os trabalhos realizados e a qualidade dos imunobiológicos produzidos ali espelham a competência dos discípulos do mestre, que no seu centenário faz o renome do Instituto, permitindo assim o desenvolvimento de novas iniciativas, integrando a pesquisa e a produção de imunobiológicos á difusão cultural. Acreditando nessa cultura e no potencial de nosso Carnaval é que envenenaremos o Anhembi, não com veneno mortal, mas um veneno benigno, sublime, caridoso, de alma limpa, de um poder prazeroso, emfim um DOCE VENENO.