O Bloco Carnavalesco Afro de Nagô traz
para este carnaval um tema cultural focalizando fatos ocorridos durante
a escravidão negra no Brasil.
Cansados de sofrer as tormentas impostas
pelos brancos, senhores e feitores dos quais recebiam tratamento
totalmente desumano nos troncos, as vezes até a morte.
Começou a fervilhar nas mentes dos negros
um forte desejo de liberdade, um desejo que crescia dia e noite, a cada
castigo que sofria, a cada dor que sentia e aos poucos os negros
entendiam que só havia um jeito de alcançarem a liberdade tão sonhada.
Seria através da conquista, e para isso
teriam que se unir em torno desse ideal, eis que um certo dia, com
força, coragem e valentia, um grupo de negros tomou uma grande decisão e
com força da união se rebelaram contra seus opressores; derrubavam
troncos, partiram correntes e embrenharam-se nas matas sem deixar
qualquer vestígio para quem tentasse persegui-los.
Este aconteceu em um engenho de Porto
Calvo no estado de Alagoas, este fato assombrou a Capitania de
Pernambuco.
O grupo de negros fujões, revoltados e
ousados, não sabiam que se instalariam na Serra da Barriga e que ali
naquele instante estavam iniciando a fundação, a criação da mais
impressionante comunidade de escravos fugitivos que existiu em nosso
país, nasce ali o Quilombo dos Palmares, onde se falavam os dialetos
africanos como o Bantu, o Gegê e o Nagô.
Tamanha foi a organização que o Quilombo
dos Palmares sob vários líderes resistiu por várias décadas aos ataques
dos que eram contrários á liberdade dos negros.
O maior expoente, o mais marcante líder
que comandou o Quilombo dos Palmares foi um grande rei (Zumbi dos
Palmares).
Aclamado pelo povo de Palmares como deus
da guerra, a odisséia de Palmares terminou com a derrota de Zumbi, que
foi morto e teve sua cabeça decapitada e exposta em praça pública no
povoado do Recife. Como os negros acreditavam que ele era um verdadeiro
deus, nas suas preces não paravam de orar "oia Zumbi... Zumbi oia...
volta pra nos libertar"
Zumbi dos Palmares, símbolo da luta, da
resistência, da negritude contra a escravidão e pela liberdade e
lembrado hoje pelo Bloco Afro de Nagô, com orgulho e respeito.
Zumbi dos Palmares, o Deus da Guerra!
Mataram um rei, mas um Deus é imortal, ele sempre estará presente em
nossas memórias, enquanto houver lutas por preconceitos raciais ou em
busca da real liberdade social dos negros do Brasil.
|