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		Tudo começou quando os 
		irmãos Sérgio (baterista) e Samuel Reoli (baixista) se juntaram ao 
		guitarrista Bento Hinoto, todos pertencentes a classe média de Guarulhos 
		para formar a banda Utopia, um grupo com pretensões de tocar um Rock 
		sério faziam covers de bandas de rock nacional. Certa vez numa festa, o 
		público pediu para que cantassem uma música do Guns and Roses, como 
		nenhum dos integrantes sabia cantar a letra, pediram para que alguém da 
		platéia viesse fazer o vocal, foi então que Dinho (Alecsander Alves) 
		subiu no palco e deu um show a parte. De imediato começou a fazer parte 
		da banda. O último a entrar na banda foi Júlio Rasec (tecladista), cuja 
		irmã namorava um primo de Dinho. Com esta nova formação o Utopia passou 
		a fazer covers dos Titãs, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, e de 
		muitos outros, além de cantarem composições próprias todas sérias. 
		Entretanto nas horas 
		vagas faziam um trabalho paralelo, compondo músicas hilárias sem nenhuma 
		ambição, um dia entraram num estúdio para gravar uma fita com estas 
		composições cômicas, apenas e tão somente para guardarem de lembrança, 
		esta fita acabou caindo nas mãos do dono de um estúdio (Rick Bonádio, 
		que viria a ser produtor e empresário da banda). Rick então produziu uma 
		fita demo com este novo trabalho, e apresentou-a a João Augusto, 
		produtor de marketing da gravadora EMI-Odeon. 
		A princípio João 
		Augusto descartou toda e qualquer possibilidade de gravação, mas seu 
		filho Rafael, na época com 16 anos (hoje baterista da banda Baba 
		Cósmica) escutou a fita e adorou. Rafael levou a fita para o colégio 
		onde estudava e em poucos dias ela tornou-se um grande sucesso entre os 
		alunos sendo disputada à unhas e dentes pelos mesmos. Mas graças aos 
		intermináveis pedidos de seu filho, João Augusto acabou contratando a 
		banda, que agora passava-se chamar Mamonas Assassinas. 
		Em pouco mais de três 
		semanas os Mamonas terminaram de compor seu disco de estréia (até então 
		só havia quatro músicas prontas). Foram precisos apenas nove meses para 
		que aqueles rapazes se transformarem no maior fenômeno da indústria 
		fonográfica brasileira. O primeiro e único disco da banda vendeu mais de 
		dois milhões de cópias. 
		Praticamente todas as 
		faixas fizeram sucesso: "Robocop Gay", "O Vira", "Pelados em Santos", 
		"Sabão Cra-Cra", "Shopping Centis", "Mundo Animal", entre outras. Em 
		seus shows, os Mamonas apareciam vestidos de personagens infantis da TV, 
		como He-Man, Chapolim Colorado, Robim (Sem o Batman), Robocop Gay, 
		presidiários, coelhinhos, etc. Eles eram maravilhosos, pulavam pelo 
		palco fazendo gestos e caretas, brincadeiras que o público adorava. Suas 
		músicas bem-humoradas, no limite da obscenidade, caíram como uma luva 
		entre os públicos adolescentes e infantil. 
		O carro do ano de 95 
		não foi um modelo importado de última linha, mas sim uma humilde 
		Brasília amarela, tornando-a famosa graça a faixa "Pelados em Santos". A 
		letra desta música contém dados autobiográficos de seu autor, o 
		vocalista, Dinho: Chuchuzinho e Pitchulinha eram apelidos que ele dava a 
		sua ex-namorada Mirela. A Brasília amarela era da avó da moça, e Santos 
		era o local onde a família passava as férias de verão. Mas, não era 
		fácil os dois pombinhos se amarem "Pelados em Santos" sob o olhar 
		vigilante e onipresente do pai da menina. 
		O sucesso dos Mamonas 
		começava a ultrapassar fronteiras. A canção "O Vira" estourou em 
		Portugal, e o grupo marcou uma turnê de shows e entrevistas naquele 
		país. Mas infelizmente, o destino não quis assim. No dia 02 de março de 
		1996, após um show em Brasília o grupo embarcou num jatinho com destino 
		a São Paulo. Estavam todos ansiosos para regressarem a Guarulhos, sua 
		cidade natal, para descansar um pouco, pois no sábado seguinte 
		embarcariam para Portugal. Por volta das 23:35 hrs daquela noite 
		fatídica, o avião que os transportava chocou-se contra a Serra da 
		Cantareira, Zona Norte de São Paulo. Todos os ocupantes morreram na 
		hora: os cinco Mamonas, um ajudante de palco, um segurança, o piloto e o 
		co-piloto. O velório, que foi realizado na Assembléia Legislativa de 
		Guarulhos, trouxe mais de cem mil pessoas em uma única noite. Uma 
		verdadeira legião de fãs dando adeus aos seus ídolos. 
		Os Mamonas Assassinas 
		não só revitalizaram a música brasileira, mas principalmente nos 
		mostraram que ainda é possível fazer pessoas de todas as idades se 
		sentiram mais felizes. É por isso que nós do G.R.C.E.S. Os Bambas, 
		queremos agradecer ao s cinco Mamonas - Dinho, Bento, Sérgio, Júlio e 
		Samuel pelo simples fato de terem existido, e prestar esta justa 
		homenagem. 
		
		Há coisas inesquecíveis e marcantes em 
		nossas vidas, sem dúvida alguma, o cometa da alegria chamado Mamonas 
		Assassinas é uma delas. Mas o sonho não acabou, jamais te esqueceremos. 
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