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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. INDEPENDENTE TRICOLOR - CARNAVAL 2015
Enredo: Bravos à luta!

O Grêmio Recreativo
Autores: André Rodrigues/Wellington Kirmeliene/Willian Tadeu e João Marcos

EXPLANAÇÃO:

Meu nome é Shaka Zulu. Tenho uma origem nobre, que remonta ao tempo em que Orunmilá foi criado por Olodumaré.
Orunmilá assistiu e testemunhou desde a formação das galáxias até o
surgimento dos seres humanos. Quando percebeu que estes estavam perdidos e
desorientados, sem saber como conduzir o seu viver no Aye, mandou seus
mensageiros para o mundo. E quem segue os ensinamentos dos mensageiros traz
em si uma chama guerreira que jamais se apagará.
Eu segui estes ensinamentos e me tornei um guerreiro. Sofri com a seca e a
fome, fui renegado pelos meus semelhantes, chamado de Shaka (que era o nome
que os zulus davam a um parasita). Mesmo assim, nunca deixei de lado o meu
sonho de ser rei da minha gente.
Servi como guerreiro no reino e ganhei experiência na guerra. Descobri a
força da adaga no combate homem a homem. Quando meu pai morreu, assumi o
comando do clã. Fiz meus guerreiros dançarem sobre espinhos para endurecerem
a sola dos pés. Assim fui construindo o meu império, um legado que ficou para a
eternidade.
Vejo a mesma força guerreira naqueles que guerrearam e se expressaram,
lutaram pela liberdade e por seus direitos. Gente da mesma linhagem, com a
mesma cor de pele, gente que também seguiu os ensinamentos dos mensageiros
de Ifá. Gente que cruzou o mar e chegou para revolucionAar o Brasil.
Ousaram lutar pela liberdade a todo custo, desafiando o governo que os
escravizava através da tirania. Até Quilombos criaram para resistir e poderem
escolher seu próprio destino.
Libertos, mostraram o seu valor. Seja nas artes em geral - escrevendo,
esculpindo, dançando, dominando a sétima arte- seja no esporte ou na luta política
por direitos civis, transformaram o Brasil num país plural. Espalharam sua cultura e
costumes, celebrando a coroação de suas vitórias, coroando a atitude.
Neste carnaval, todos eles se juntam na dança dos guerreiros, aquela que
os meus descendentes ensinaram ao mundo: o Indlamu. Chegou a nossa hora.
Vestidos para a guerra, com os ensinamentos gravados em nossa essência,
celebramos a nossa vitória,história e raiz.
Bravos, à luta!

Porque um povo que não ama e não preserva
Suas formas de expressão mais autênticas
Jamais será um povo livre.
Plínio Marcos

 

SINOPSE

Ergo meu escudo no ar!
Pinturas tribais estampam nele a minha raiz e identidade. O escudo é defesa,
resistência contra a agressão, reação contra a opressão.
É noite de festa. Há um canto negro seguindo a força do batuque. Os tempos se
entrelaçam e ressurge a dança da sagração dos guerreiros, o INDLAMU. Corpos se
contorcem ao luar. No peito, uma chama conduz os guerreiros independentes...
Bravos, à luta!
Sou Shaka Zulu, irmão de cor de muitos guerreiros que pela história se
agigantaram e venceram os preconceitos de seu tempo.
Olodumaré, o deus supremo, ao ver as injustiças do passado, presente e futuro,
deu a Orunmilá, senhor do destino, uma missão: da fumaça que marca o trânsito entre os
dois mundos, ganham vida guerreiros do passado e do presente, os mensageiros de Ifá.
Enfileiram-se para descer e semear o bem na humanidade àqueles que trazem na pele a
beleza da diferença e a força transformadora da sociedade.
Assim a vida em mim foi soprada!
As chagas do destino marcaram minha trajetória. Enfrentei a seca e a fome e fui
renegado por meu povo. Um parasita, um verme: Shaka. Hoje a história grava este nome
com honra e glória, o valor que lhe dei... sou zulu! Shaka Zulu! De guerreiro a rei! Fiz cada
soldado dançar sobre espinhos para endurecer a sola dos pés. Pelo povo, tudo! Ergueu-se
um império que resistiu à dominação... o povo unido, lição que a humanidade jamais
esqueceu!
E com a chama guerreira que marcou minha trajetória, hoje venho contar a
história de lutas e glórias de meus irmãos.
Se, um dia, os elos da opressão ceifaram seus sonhos e amarraram suas
liberdades, as marcas que ficaram são, igualmente, elos. O que une dois chãos imensos
separados por um oceano é intocável, não prende nossos corpos e não atrofia nossas
virtudes.
Somos unidos pelas correntes invisíveis da africanidade, evocada em cada
tambor, cantada em cada clamor, ungida em cada fervor. África, alvo da cobiça e
exploração, teus filhos não tinham alma aos olhos do conquistador, que buscava
classificar a humanidade pela cor. Levados para o além-mar, aquele Brasil distante,
resistiram com seus escudos fisicos, psicológicos, simbólicos...
E agora os vejo... Salve Anastácia, guerreira-negra-mulher, dos lindos traços que a
mordaça escondeu, mas da voz que jamais se calou, ecoando até a atualidade! Salve
Chico Rei, que hoje não será preciso o pó de ouro nos cabelos para comprar a alforria! Viva
o sonho de liberdade que se refugiou no meio das matas, no alto dos montes ou dentro
dos sertões... quilombos, quilombolas... Zumbi! Se a princesa “fez do trono um quilombo”
ao assinar a Lei Áurea, estamos irmanados na construção de um mundo livre. Os
guerreiros da liberdade serão entronizados no grande trono quilombola da
Independente!
A igualdade de direitos dá sentido à liberdade. A conquista de espaços na
sociedade marcou importantes vitórias. Embora a importância desta batalha deva ser
reconhecida em cada anônimo, alguns expoentes servem de exemplo, por superarem o
preconceito em suas respectivas áreas, muitas vezes tradicionalmente consagradas às
elites brancas em seu tempo.
A disputa esportiva é um espaço em que os atletas estão despidos de qualquer
distinção social. Neste certame entre iguais, se sobressaem o trabalho e o talento. Muitos
negros fizeram história no esporte brasileiro. Entre tantas estrelas, sem dúvidas a maior
marca na identidade nacional foi deixada por Pelé, herói de negros, brancos, amarelos,
mestiços... ídolo do Brasil, de humanos, da humanidade!
Em tantas áreas, consagraram-se guerreiros numa acepção do termo que vai
além do sentido fisico: são guerreiros na alma! Na literatura, Lima Barreto, negro, tanto
retratou os humildes em obras geniais; Aleijadinho, que era exímio na arte de esculpir
como Mercedes Baptista, no balé; Mário Gusmão, o anjo negro da Bahia, que levou aos
palcos sua militância, como a música do Olodum – salve Olodumaré! – vem levando uma
mensagem de resistência pelo mundo afora.
O povo se vê na tela do cinema, brilhando, mostrando sua face ao mundo. É a
marca do artista em sua mais pura expressão, e Grande Otelo, com seu talento, é a síntese
da força do negro e do povo brasileiro! A grande vitória do talento!
Como é carnaval, nosso ritual termina numa grande festa que reune folguedos
com traços afro-brasileiros. A indlamu, que vive até hoje no coração da África do Sul,
transforma-se num cortejo carnavalesco afro-tropical, a recriação zulu-brasileira das
manifestações que, em canto e dança, deram sentido à vida através da imaginação.
Venham ver – os shakas estão na rua! É a celebração da vitória de um povo
coroado!
São reis e rainhas em seus reisados, folias, maracatus e congadas... os corpos que
dançam, carregam milhões de cópias de seu DNA. E é este DNA, que lhes dá a cor da pele
e os traços do rosto, o código da vida a se miscigenar. Desde o primeiro humano nascido
na África, ele está lá, gravando a herança de Mama África em toda a humanidade. Ácido
que não corrói, ácido que resiste e marca, escrita que nenhum opressor apagará.
Viva o DNA que escreveu esta história! Viva a resistência que trouxe a vitória! Viva
a África, mãe de todos nós!


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