O Chefe da polícia
Pelo telefone manda me avisar
Que na carioca tem uma roleta para se jogar
(Trecho da Música “Pelo Telefone” - Donga e Mauro de Almeida)
Salve a negritude, salve as mães baianas, salve o samba!Negras e mestiças heranças musicais que vinham da Bahia floresciam no coração dessa gente. Brava gente. Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, mãe de santo, mãe do samba, viu em seu quintal nascer, este que veio a ser, a representação de nosso país. Dias eram as festas sempre com muita gente, fartura de sorrisos, alegria e muito batuque. Dos terreiros para o vinil, “Pelo Telefone” manda nos avisar, o samba pede passagem para a cultura popular.
Do centro da cidade para os morros, e dos morros para a rádio, o samba bem alto vimos tocar. Do Caxangá saíram estrelas, Pixinguinha a brilhar, e o Sinhô como Rei do Samba se consagrou. Deixa falar a turma do Estácio, deixa tocar um samba bom, samba de malandro, que se espalhou e muito rápido transformou o jeito de se sambar: surgiam as Escolas de Samba. Gente bamba. Nessa noite iremos caciquear, são tantos nomes que se citássemos, injustiças iremos cometer, gente bamba desconhecida, que mesmo perseguida, o batuque não deixou morrer.
O samba é brasileiro, e na terra da garoa, sob influência do Batuque de Pirapora, o samba floresceu. Samba do trabalhador, Adoniran, pura expressão da cultura de um povo, urbano e sofrido, que mesmo oprimido pelo samba lutou. Novos tempos, novos ventos, a censura vi de perto meu samba mudar. Calar? Jamais, o batuque corre em nossas veias, e uma nova era eu vi florescer. Tomavam conta das rádios de todo Brasil, era samba de qualidade, de gente que até então, era novidade. Vi Clara e vi Martinho, tinha o tal do Cartola e também Nelson Cavaquinho. Do Fundo de Quintal mais estrelas saíram para brilhar. E nesse tempo todo, não podemos esquecer, de quem lutou para ser, o veículo de comunicação, desse povo que sofreu, mas sempre recorreu, a um grande apresentador, o nosso Moisés da Rocha, militante e locutor. Nessa noite queremos cantar, o samba que é mais que popular, o samba que pede passagem, a essa linda homenagem, a pessoas que nunca iremos esquecer, essa gente que em nossos corações, nunca irão morrer. Quem não gosta do samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé.
|