Hélio Romão de Paula
era filho de mãe paulistana e pai carioca, tinha três anos quando
mudou junto de sua mãe e de sua irmã mais velha para a Bela Vista e 14
quando foi para a Barra Funda de onde não mais se afastara. Desde
menino já tinha paixão pela música tornando-se membro da banda
musical do colégio.
A paixão pela música
o levou a dança de onde já na infância apontava traços de que seria
um expoente nesta arte o que se tornou realidade com o passar dos anos,
desenvolvendo sua malandragem do samba no pé , pelos salões de
gafieira da cidade contagiando a todos com seu estilo revolucionário.
Por se destacar nos
dois segmentos, acabou formando discípulos da sua arte e nos anos 70
saído do Garitão que era na época uma das casas mais famosa da
cidade, teve a oportunidade de exportar para o mundo através de seu
grupo musical "CHIC SAMBA SHOW” a música popular brasileira
acompanhada da dança. O grupo era composto por seis músicos e um time
de mulatas que abrilhantavam cada espetáculo.
Por ser um líder nato
e ter idéias a frente do seu tempo, foi em 1951, menino ainda, que fez
contato com o samba pela primeira vez, recriou junto com Sr Inocêncio
Tobias o antigo Grupo Carnavalesco Barra Funda, fechado desde 1939,
agora com o nome de Cordão Carnavalesco Camisa Verde e Branco que
ganharia o carnaval comemorativo do IV Centenário da cidade de São
Paulo. No início, muitos foram os problemas para transformar o sonho em
realidade: a repressão da polícia, os maus tratos, a falta de verba, a
falta de espaço físico e tantos outros... Entretanto, essas
dificuldades foram minimizadas porque junto com os baluartes
acreditaram, cultivaram e trabalharam com o mesmo empenho e amor ao
samba.
Foi sua pró atividade,
carisma e imensa facilidade em lidar com as pessoas, que fez com que seu
Inocêncio o colocasse para ser seu braço direito no desenvolvimento
das atividades no cordão fazendo assim com que ele se tornasse o
primeiro diretor de harmonia e mestre de cerimônia de São Paulo.
Como na ocasião para
que não houvesse problemas no desenvolvimento das atividades
carnavalescas, cada cordão deveria colocar em prática algum projeto
social, o Sr. Inocêncio pediu para criar no espaço São Paulo Chic
algo que fosse extensão do cordão, foi aí que surgiu a primeira roda
de samba de São Paulo que acontecia toda segunda–feira . Foi a partir
daí que começaram a surgir os universitários de vários lugares da
cidade e incorporam-se ao projeto que se tornou um sucesso.
A partir daí, o samba
tornou-se uma atividade cultural que estava derrubando fronteiras, pois
com o tempo foram surgindo solicitações de palestras em universidades
atraindo assim cada vez mais estudantes interessados em conhecer um
pouco deste segmento cultural que até então era desconhecido.
Foi em fevereiro de
1973 que junto de um grupo de universitários da USP que eram:sua esposa
Maria Helena, Aníbal Vaz, Elisa, Marcos dos Santos,entre outros, que em
reunião em sua casa na Rua Albuquerque Lins decidiram fundar uma escola
de samba diferente, segmentada a este novo formato de público que
estava se tornando uma nova geração de sambistas que acreditavam na
cultura de raiz popular.
Foi assim que nasceu a
Tom Maior[1], escola que foi por ele presidida no seu primeiro ano,
muitas expectativas foram depositadas neste novo nicho, pois a vontade
de construir uma escola de samba nova em um espaço elitizado que era o
Sumaré.
Alguns anos se passaram
até o falecimento do Sr. Inocêncio e as atividades continuaram, porém
lideradas pelo seu filho Carlos Alberto Tobias o Totô como por ele era
chamado,juntos formaram uma grande parceria faziam com que o Camisa
Verde não perdesse suas características.
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