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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.S. VAI-VAI - CARNAVAL 2011
Enredo: A música venceu

Carnavalescos
Autor: Alexandre Louzada

INTRODUÇÃO

Ao escolher contar a vida de João Carlos Martins em forma de enredo, o Vai Vai enaltece um dos mais festejados intérpretes da música erudita em nossa história contemporânea.

Prestar essa homenagem é revelar este extraordinário pianista e maestro, motivo de orgulho, exemplo de determinação, superação e coragem para a grande massa popular que atinge um desfile de Escola de Samba, bem como é a nossa contribuição cultural para o Brasil e o mundo.

Mostramos sua trajetória de glórias como se fosse uma sinfonia e seus movimentos, permeada pela emoção que revela a cada parte o “allegro”, o “andante”, o “adágio” e o “largo”, valendo-se ainda de outras modalidades da música clássica para contar a história, paixões, vitórias e dissabores vividos por este grande artista brasileiro.

Na verdade, é uma sinfonia inacabada, pois a cada dia, João Carlos Martins nos surpreende com sua força de vontade e talento, nos brindando com belas apresentações acompanhado de suas orquestras.

Pisamos a avenida, como quem adentra ao palco de um teatro sob o brilho feérico da ribalta. Cada cantar, cada passo, cada batida, altos e baixos, são notas e tons de uma partitura que se compõe agora em forma de samba, bem mais do que isso, é nossa emoção, nosso coração pulsando, com a mesma garra, o mesmo espírito de luta para superar todo e qualquer obstáculo, é nosso orgulho dizer que a música venceu!

SINOPSE

Vai! Vai! Divina música, encantar minha escola, inspirar seus poetas com sua poderosa energia; vai e escreve assim, este enredo em partitura, nos leva em sons nessa aventura, a encher o ar de melodias.

Traz do Olimpo, a chama que fulgura, a carruagem de luz que acende a mente dos artistas, tange a lira do delírio da festa mágica da alegria e com seu néctar, vem ungir os pés desses sambistas.

Faz ecoar no vento aos quatro cantos, esse canto em samba e poesia, que percorre em branco e preto, as teclas da história de um artista, que ao piano trilhou o seu destino e dele fez assim a sua lida, com mãos de dedos mágicos e divinos, que pôs-se a tocar sua luta pela música e pela vida.

Torna esta avenida o palco, a pauta onde se compõe a sinfonia, em notas que se juntam a contar uma vida e seus movimentos, a saga das mãos de tantas conquistas. Mãos de menino, pequeno príncipe em seu pequeno mundo, de brincadeiras e sonhos; no “allegro” da terna infância, pés e mãos a dividir paixões: bola e piano, pés no chão, mãos à obra, razão e emoção, uma que o faz pisar a terra, outra que toca o céu e o coração.

Que se faça resplandecer hoje, esse seu universo mágico e brilhante, do planeta bola e de tantas estrelas cintilantes, que reluzem inspirações a mente, que refletem nas mãos ávidas, carentes, a vontade de aprender sempre mais.

Descortina a odisséia triunfante, ante a obstinada sede de vencer, como clave de sol a raiar a aurora, como notas a passear na escala, “andante” a brilhar sua aura suave, a voar como ave por esse mundo afora.

Nas asas da liberdade, faz então a viagem, como o som, em velocidade que se propaga pelo ar, nas trilhas que se abrem através dos continentes, ascendendo ao auge como vésper no amanhecer radiante, na cena aberta dos palcos da vida itinerante.

Persegue o sonho, seu caminhar errante, nas terras do norte distante, a tropeçar na saudade, na pedra posta em seu caminho, que atrás da bola, sua alma de eterno menino, leviana e súbita o fez cair ao chão, na armadilha do destino, rompendo esse elo divino que unia seu mais precioso sentido à sua mais pura emoção.

Revela-se então, a sofrida trajetória, do idílio ao avesso de tormenta, no “noturno” “adágio” que se apresenta, num pesadelo inclemente, a batalha implacável contra a mão indolente e a vontade titã que pulsa no coração ardente, clamando com a força de um gigante a acender a chama da paixão que avante, transpõe a muralha imponente pra música vencer novamente.

Nesse “poema sinfônico”, como frenética “rapsódia” a desafiar-se constante, inventa formas na superação a cada instante, erguendo a alma do artista; ante ao corpo doente e nas “tocatas” da vida, segue seu rumo adiante, na “fuga” do seu destino atroz, de cada nota, uma lágrima que ao teclado escorre, na expressão feroz do suor, do sofrer contido, a banhar seu rosto sob as luzes da ribalta, onde a dor ecoa como “dó sustenido”.

Mas o amante indomável da música, cisma, segue a cumprir sua saga, qual “Dom Juan” a seduzir em sons, corações e ouvidos e na sua mente, a obra de Bach, a chama que não se apaga a consumir todos os seus sentidos, ainda que perfeição de outrora, jaz agora nas veias que correm nos seus dedos enrijecidos.

Viver e sofrer é a rima, a sina, o sonho, a “sonata”, solo de seu instrumento, sua guerra fria ao teclado, entre o querer e o poder, compasso do destino, tempo, longo e longe, que o leva distante, à sorte, sortilégio cigano, derradeiro golpe, que cessa, interrompe.

E num acorde interminável a melodia estanca, se arrasta torturante e triste, quando já não se ouve som, onde já não há movimento, como quem ainda ampara a frágil chama. No limiar das cinzas, renasce a fênix, luxuriante à mente ao se iluminar incandescente onde a paixão se ergue, se inflama e abre suas asas como um sorriso “largo”, com a força e vontade de um adolescente, que revive, rebrilha, como rei, régio, regente!

A saga das mãos continua a nos ensinar uma lição de vida, um exemplo de força e talento. Hoje a Vai Vai é uma orquestra a tocar esta sua sinfonia, obra prima, viva, notas da vida que seu destino escreveu, neste palco iluminado esta “cantata” clama:

DIVISÃO SETORIZADA

Abertura – “Presto”

Nessa abertura, invocaremos todo o panteão de deuses do Olimpo, os quais presidem e inspiram a todos os artistas, como nascedouro do talento, dádiva divina lançada sobre os seus eleitos. Um cortejo espetacular segue a carruagem do deus Apolo, patrono das artes e traz as “pitonisas” visionárias do futuro e outras divindades ligadas à música, como um prenúncio do futuro promissor de João Carlos Martins como músico, uma verdadeira dádiva dos céus!

1º Movimento – “Allegro”

Mostramos nesta parte, o despertar do pianista João Carlos Martins, ainda na sua infância, sua determinação em se tornar um grande músico, sua paixão pelo futebol e o universo das grandes estrelas da música clássica, destacando-se o grande mestre Johann Sebastian Bach, que influenciou diretamente a sua carreira. Enfocaremos as épocas e estilos que notabilizaram esses grandes artistas eruditos.

2º Movimento – “Andante”

Neste setor, revelamos João Carlos Martins como o grande nome a despontar no mundo da música, e suas memoráveis apresentações nos grandes palcos pelo mundo afora. Ressaltaremos sua trajetória de sucesso, que se inicia internacionalmente num festival para jovens pianistas em Porto Rico, a consolidação de sua carreira nos Estados Unidos e Canadá, bem como suas incursões de grande expressão pela Europa e também pelo Oriente.

3º Movimento – “Adágio”

Esta parte é mostrada como um “noturno”, o pesadelo vivido por João Carlos Martins após sofrer um acidente em Nova York, numa partida de futebol, em seus raros momentos de lazer que acabou por romper os ligamentos de sua mão direita. Através de uma visão lúdica, mostraremos o sofrimento físico e a sua luta titânica para superar esta lesão e voltar a tocar piano novamente.

“Intermezzo”

Ainda sofrendo seqüelas de sua tragédia, João Carlos Martins retoma sua carreira, dando um exemplo de superação. Nesta parte, mostramos essa força de vontade e sua rápida incursão pela política, atuando como secretário de cultura de São Paulo, onde realiza tombamentos de áreas de preservação ambiental, bem como a recuperação de importantes teatros da cidade, como o TBC e o Oficina.

4º Movimento – “Largo”

Após se decepcionar com a corrupção da política brasileira, onde fora arrolado em um escândalo e posteriormente inocentado, retoma a sua carreira internacional; é quando, numa viagem à Bulgária, para concluir seu projeto de gravar toda a obra de Bach, ele sofre um atentado que cessa de vez os movimentos de sua tão castigada mão. Quando tudo lhe parecia perdido, entre “fugas” de sua verdadeira vocação, ele encontra a luz no fim do túnel e assim passa a estudar regência, renascendo para a música como fênix das cinzas, tornando-se o grande maestro de hoje.

É o nosso “Gran Finale”, onde motivados por sua força interior, sua capacidade de superar as adversidades, nos juntamos para formar uma imensa orquestra de fãs, regidos por ele na certeza de que mais uma vez, “a música venceu”.

 


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