Resplandece a noite da
folia, como quem clareia, trazendo a luz que ilumina
a alegria, a "Deusa", radiante como o Sol que
brilha, que nos aquece e incendeia, faiscante de
esplendor.
Lança seu vôo, pássaro
encantado! Nos conduz em suas asas, reluz seu sonho,
segue a trilha do horizonte, tece a imaginação, faz
a sua viagem fantástica; leva o nosso coração,
entrelaça a poesia; faz do canto, o contar dessa
história, e do seu samba uma canção de amor.
Abra o "Portal da
Amazônia", rasga o céu, a "tenda da chuva", que
alimenta a infinda luta, das águas e índios a se
enfrentar: Do mar que quer sempre ser rio, do rio
que insiste em ser mar. Revela essa terra encantada,
enraizada por seu nome de palmeira; bacabeira, verde
selva, “verde” aos olhos desconhecidos, “madura”,
agora ao se mostrar por inteira.
Vem contar que é face
primeira, que os americanos beijaram de amor
ardente, na aurora da "Tribo Brasileira", que por Ti
se fez raiar. Modela em barro a sua história, por "Cunanís",
"Maracás", "Aristés" e "Aruãs"; resplandece do ocaso
a civilização indígena, escava da terra o passado e
dê vida
Traz à luz os seus
segredos lendários, dos relatos de épocas distantes,
que foste a terra do sol à pino, brilhante, de
tesouros escondidos, traços pela mata engolidos,
mistério que o tempo apagou.
Faz lembrar que foste
Brasil, no anteontem de Vera Cruz, a “terra à vista”
por Vespúcio, a fúria de um rio que a enfrentou. Que
vistes os "grandes olhos de cobiça" de além, a ser
tentada por tantos, portanto ao tempo foste terra de
ninguém.
Mostre assim, que a
sua força está no chão, no ar, nas águas, na
natureza; que és a grandiosa nação. Vem refletir a
face escura, que um dia a selva conheceu, da
caravana vinda de longe, das terras de areias
brancas, que como semente ao vento, se lançou no
ventre verde da sua mata e que em suas entranhas
cresceu. Faz ressuscitar o que jaz na mente.
Por tudo isso, és a
terra mais morena, de toda a amazônica paisagem, és
cabocla, és mistura, és miragem; africana no batuque
do “Quilombo do Curiaú”; no tempero, és brasileira,
terra de múltiplas cores, de cheiros, de sons, de
sabores; acima de tudo és verde, és fértil, és
promissora.
És a terra dos
encantos, de uma viagem fantástica, iluminada de
sol, mundo, da linha que enlaça e nos leva ao redor
do planeta, numa ciranda, feito uma dança que gira,
que mexe até onde a imaginação alcança.
E nesse caleidoscópio
mágico, o carnaval traz a história contra a
história, onde o real e a fantasia se misturam. E
nessa mescla, em forma de festa, canta “parabéns à
você” nessa passarela que a Falcão desfila, a sua
floresta, que semeou e fez crescer; criando uma raiz
de amor que ao som do batuque, traz um verso e faz
brotar seu universo, num poema escrito em samba, no
coração da Falcão do Morro.