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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S.E.S. T.U.P. - CARNAVAL 2010
Enredo: Da Vila Nova da Constituição ao Brasil Caipira... Os Parceiros do Rio Bonito; TUP Conta Piracicaba na Avenida!

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

A TUP que brilhar com a bela história da cidade de Piracicaba, levando para a avenida do samba a glória da cultura caipira. A história de um povo maravilhoso que construiu com o bandeirantismo a formação de uma cultura que é uma das mais sólidas do Brasil, umas das que mais influenciou e influencia o modo de ser e a mentalidade do brasileiro.

Tem a sua força em seus "causos", em seu jeito de lutar pela tradição de sua terra, feito com a voz e suor de tropeiros que ocupam a margem direita do Rio Piracicaba, depois a esquerda, e fizeram das bases de uma gente cabocla a cara do Brasil. Donos de fortuna cultural de brancos e índios.

Piracicaba tem sua história ligada ao rio que leva seu nome. Uma história que se confunde com a do desenvolvimento do Estado.

Em 1766, o capitão-geral de São Paulo, Dom Luís Antônio de Souza Botelho Mourão, encarregou Antônio Corrêa Barbosa de fundar uma povoação na foz do Rio Piracicaba. No entanto, o capitão povoador optou pelo local mais apropriado da região, a margem direita do salto, a 90 quilômetros da foz, onde habitavam os índios Paiaguás e onde haviam se fixado alguns posseiros.

Em 1º de agosto de 1767, era fundado oficialmente seu povoado, que seria ponto de apoio para as embarcações que desciam o Rio Tietê e daria retaguarda ao abastecimento do Forte de Iguatemi, na fronteira com o Paraguai.

A agricultura era o principal fator de desenvolvimento do povoado e nela se destacavam a cultura e os engenhos de processamento da cana-de-açúcar, que em pouco tempo levariam à transformação do povoado em freguesia. Em 1784, a freguesia foi transferida para a margem esquerda do rio, logo abaixo do salto, onde terras melhores favoreciam sua expansão.

Em 1836, a pequena freguesia passou a se chamar Vila Nova da Constituição. Em 1877, por petição do então vereador Prudente de Moraes, mais tarde primeiro presidente civil do Brasil, o nome da cidade foi oficialmente mudado para Piracicaba: lugar onde o peixe pára.

Na virada do século, Piracicaba tornava-se a maior produtora de açúcar da América Latina. Marcante na história de Piracicaba foi a constituição de algumas de suas prestigiosas instituições de ensino. Piracicaba chegava aos anos 50 com um complexo agroindustrial desenvolvido, quando passou a ser conhecida como "A Capital do Açúcar". Além disso, a criação do Pró-Alcool, em 1975, deu um grande impulso às usinas e destilarias, historicamente fortes na região, promovendo o desenvolvimento do parque industrial voltado para o setor.

A TUP VAI ENALTECER A CULTURA CAIPIRA E HOMENAGEAR ANTONIO CANDIDO, QUE IMORTALIZOU A IMPORTÂNCIA DESSA CULTURA COM SEU LIVRO "OS PARCEIROS DO RIO BONITO"

Um livro considerado um dos maiores clássicos da sociologia brasileira - Parceiros do Rio Bonito, de Antonio Candido, publicado originalmente em 1964. Desde então, a obra é referência para estudiosos da cultura brasileira. Sua inovação reside na análise de um grupo social até então tradicionalmente marginalizado na sociedade: o caipira.

Parceiros do Rio Bonito é fruto da tese de doutorado de Candido pela Universidade de São Paulo (USP) - uma pesquisa sobre a poesia popular chamada cururu, definida pelo autor como "dança cantada do caipira paulista".

Por sua ligação com a literatura, Candido conseguiu dar "vida" ao trabalho de pesquisa antropológica, dividido em três partes com análises de diferentes aspectos do grupo estudado. A primeira apresenta o cotidiano de um caipira tradicional e sua formação rústica durante a expansão paulista no século 18 (período de fixação do homem no interior). Na segunda parte, Candido analisa a vida dos caipiras da cidade de Bofete e, na terceira, procura entender a desintegração dessa cultura diante da modernização brasileira. Além disso, uma parte complementar do livro apresenta a vida familiar do caipira e aborda temas como casamento, batizado, educação e estrutura familiar.

A TUP CONTA OS "CAUSOS" TRADICIONAIS E AS LENDAS DO POVO DE PIRACICABA: GENTE QUE TANTO INFLUENCIOU O IMAGINÁRIO BRASILEIRO...

Veja alguns exemplos dessa riqueza:

Lendas e crendices infantis de Piracicaba
Fonte: Livro:
Autoria: Waldemar Iglésias Fernandes

Se perder alguma coisa, tem que judiar do diabo

CRENDICES DA VIDA INFANTIL

1) Quando aparecem manchas brancas nas unhas: vai se ganhar dinheiro.
2) Quando o pedaço de pão cai no chão, não se deve apanhá-Io mais: pertence às almas. A não ser que se lhe dê um beijo.
3) Quando cai um dente deve-se jogá-Io no telhado. Nasce outro.
4) Quando se tem um terçol, chega-se a um companheiro e, com a mão, faz-se várias vezes o gesto de como quem passa o incômodo para o olho do outro. Diz-se: "passe pra você, passe pra você ... "

NÃO PRESTA

5) Beber água com o rosto voltado para o sol.  Deixa a boca torta.
6) Pular por cima de uma criancinha nova. Ela não cresce mais.
7) Mexer em fogo à noite. Faz urinar na cama .
8) Mexer em ninho de tico-tico. Faz nascer sardas no rosto.
9) Falar um nome muito feio. Nossa Senhora vira o rosto por três dias.
10) Apontar as estrelas com o dedo. Faz nascer verruga nele.
11) Andar de costas. A mãe morre.
12) Expor criancinha nova ao espelho. Ela não aprenderá mais a falar.
13) Urinar numa fogueira. Faz secar a urina.

PARA ACHAR O QUE PERDEU

14) Enfia-se um pauzinho no cu do Diabo.

(Lembra, o autor,  que, na sua infância, as crianças o faziam, espetando um graveto na terra do quintal. E só davam  "alívio" ao demo, retirando o pauzinho de lá, quando achavam o objeto perdido.)

O TÚMULO DO PADRE GALVÃO

Uma das mais caras e acalentadas lendas de Piracicaba é a que se refere ao túmulo do Padre Galvão, no Cemitério da Saudade. Vigário da Cidade até o ano de 1898, o padre Galvão Paes de Barros foi, a seu tempo, uma das personalidades mais influentes e queridas de Piracicaba, temido por políticos e amado pelo povo. Quando faleceu, seu corpo foi conduzido por grande multidão ao Cemitério da Saudade. E seu túmulo foi construído conforme o traçado do local, naquela época.

Aconteceu, no entanto, que o Cemitério foi reformado e, quando das reformas, muitos túmulos foram retirados de seus lugares, remexidos. O do Padre Galvão, porém, foi deixado no lugar onde se encontrava, em respeito à sua história. Intocado, fugiu aos novos enquadramentos de túmulos e de sepulturas.  Mas a imaginação popular criou a lenda. Passou, o povo, a contar que o túmulo não saíra do lugar porque, no dia em que o padre ia ser enterrado,  o caixão  caiu exatamente no lugar onde ainda se encontra e não houve força humana capaz de erguê-lo para lhe dar sepultamenbto em outro terreno. A partir da invenção, o túmulo do Padre Galvão se tornou lugar de romaria e de orações, uma lenda piracicabana

NHALA SECA

A cidade de Piracicaba é marcada por diversas histórias, lendas e mitos que enriquece nossa cultura e o nosso saber. São relatos cujo conteúdo versa a problemática humana e cujas fantasias convidam a penetrar no universo do maravilhoso, do encantamento, onde há solução desejado pelo leitor ou pelo ouvinte.

Entre as histórias há o conto da Nhala Seca. Diz a lenda que, há muito tempo atrás, morreu uma senhora que era muito ruim e maltratava os escravos.

Por várias vezes, ela foi enterrada e desenterrada no cemitério sem que o seu corpo sofresse qualquer deteriorização.

Algumas pessoas, começaram a dizer que era “Nhala Santa” e outras diziam que era a “Nhala Seca da barraco”, como ela ficou conhecida mais tarde.

A “Nhala Seca”, vivia no Morro do Enxofre e aparecia, altas horas da noite, para assustar as pessoas e também atirar pedras na mesmas.

Outra lenda é do Rio de Piracicaba. Em noites enluaradas um moça de pele branca e apessegada, sem nome, despido, acariciava o Rio com seu corpo. Suas águas eram calma e por longas noites se ouvia o canto triste e afinado da moça. Um dia, um pescador notou a ausência do filho, um moço forte e espadaúdo. Toda a natureza compartilhou sua sorte. Ele encontrava-se com a moça. Vive o casal dias felizes. Até que o Rio, morto de ciúme e enfurecido, se modifica, se petrifica, tornando-se escuro, de tristeza infinita, abalando toda aldeia e os pescadores.

Um dia, retornou a moça ao Rio e ele não se agüentando mais, não querendo compartilhar com ninguém o seu imenso amor, aprisionou a jovem em suas pedras. E o rapaz, em luta feroz com o Rio, morre na esperança de liberta-la. Desde então há um respeito muito grande com o Rio e sua lenda.

Muito interresante também a lenda da cobrona. Dizem existir enterrada embaixo da cidade de Piracicaba, uma imensa cobra, que, pelas proporções constatadas, é maior do Mundo. Sua cabeça está no subsolo do largo da igreja da Catedral e o seu rabo vai parar na Rua do Porto onde deságua o Rio Piracicaba. No final do Mundo ela vai sair debaixo da terra para engolir todas as pessoas.

A cruz na beira da estrada, pode-se ler no livro Digressões em torno do Folclore de Hugo Pedro Carradore da editora franciscana.

A cruz é encontrada por todos os caminhos do Brasil. É sempre a marca da morte, mas cada uma dela tem a sua história. É sinal de reverência, para o respeito e até para o medo.
Em Piracicaba, um “caipiracicabano” do bairro do Pau Queimado, explicou a origem da cruz na estrada:

“Quando arguém morre de morte matada ou mesmo de morte morrida, sua arma (alma) fica rondando o lugar donde morreu. Daí os parentes e os amigos põe uma cruiz pra afugenta o capeta, que vem em busca da arma (alma) do desgraçado”.

Uma outra curiosidade se encontra no cemitério da Saudade em Piracicaba. É só dar uma volta dentro do cemitério para ver as velas acessas para as lamas ou algum objeto no túmulo, como chupetas, fitas, flores, etc

Talvez um túmulo milagroso, guardando os restos de alguém que responda aos pedidos e orações dos habitantes.

Na semana Santa comemora a tristeza, ressurreição de Cristo, há o culto às almas, através de velas, grupos de pessoas que rezam e cantam pelas almas do purgatório. Também a representação dramática da Paixão de Cristo no Engenho Central perto do Rio Piracicaba, onde tem arquibancada para o publico assistir a encenação.

Nos bairros ainda preservam o costume da malhação do Judas no sábado de Aleluias.

Nas famílias com descendências de italianos, o almoço familiar de Páscoa, com a troca dos ovos de chocolate, e o bacalhau, etc. O coelho da páscoa tem o sentido de vida que se renova, devido a ressurreição de Jesus Cristo e os ovos também contém a simbologia da vida latente.

Enquanto existirem seres pensantes em nosso planeta, as histórias sobre seres fantásticos continuarão sendo repetidos de geração em geração. História que desafiam nossa imaginação, às vezes nos divertindo, ou assustando, que vivem e são misteriosamente mantidas vivas na memória do povo ou resgatada através de peças de teatros em nossa cidade.

Assim os contadores de histórias, artistas, músicos e poetas poderão buscar fontes e caminhos para sua arte nas lendas e personagens do imaginário popular, fazendo as pessoas a refletir, rir, chorar, ficar assustadas, cada um com a sua emoção.

Sandra Maria Vacchi – profª de História da rede pública da educação de SP

Rio de lágrimas

(Tião Carreiro, Piraci e Lourival Santos)

O rio de Piracicaba
Vai jogar água prá fora
Quando chegar a água
Dos olhos de alguém que chora

Lá no bairro onde eu moro
Só existe uma nascente
A nascente dos meus olhos
Já brotou água corrente
Pertinho da minha casa
Já formou uma lagoa
Com lágrimas dos meus olhos
Por causa de uma pessoa

Eu quero apanhar uma rosa
Minha mão já não alcança
Eu choro desesperado
Igualzinho a uma criança
Duvido alguém que não chore
Pela dor de uma saudade
Eu quero ver quem não chora
Quando ama de verdade.

É isso aí, minha terra tem Palmeiras! Lá vem a TUP guerreira com muito samba no pé e muita cultura boa pra contar a TUP vai honrar a tradição caipira e levar Pircacicaba à avenida para os aplausos do Brasil!

 


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