JUSTIFICATIVA DO ENREDO
Falar do Nordeste é falar do Brasil, de
raízes e de tradições. Falar do Nordestino é falar de uns povos
sofridos, guerreiros e extremamente apaixonados por sua origem!
Falar dessa gente é falar de conquistas,
de festividades, de alegria e de muita fé. Enfim é falar de coisas boas,
de musicalidade, de festas tradicionais, de muita conquista e de muita
religiosidade.
APRESENTAÇÃO
É com muito axé que a Brinco da Marquesa,
apresenta para o carnaval 2010, o enredo Sou Cabra da Peste, Salve os
Reis do Meu Nordeste. O nordeste de Lampião, de Maria Bonita, de Luiz
Gonzaga de Padim Padre Ciço, das festas maravilhosas e de muita fé dos
romeiros.
Temos muito orgulho, de levar para a
avenida, essas pessoas fantásticas, guerreiras e de muita perseverança.
SINOPSE DO ENREDO
O Brasil jamais seria o Brasil se não
fosse o povo nordestino. Essa gente que contribui em muito para a
formação de nosso povo, de nossa cultura e de nossas conquistas. A
influência nordestina está presente em todos os momentos de nossa vida.
O nordestino já nasce sabendo que sua vida
não vai ser fácil, seja pela sua origem humilde, pela falta de
investimento social por parte do governo, pela seca que assola essa
encantadora região e prejudica a agricultura, a pecuária e o
desenvolvimento do sertão.
Sabedor dessas imensas dificuldades ele
começa a lutar pela sua sobrevivência tendo que ser forte, um verdadeiro
"Cabra da Peste", vendo suas vidas ser controlada pelo Coronéis da
região, que abusam da situação financeira e transformam gente humilde em
escravos da miséria. Essa gente segue lutando pela sobrevivência e de
tempos em tempos aparece um líder capaz de regimentar pessoas para fazer
valer os seus direitos e manifestar sua indignação com o descaso e a
exploração do povo nordestino.
Dentre muitos líderes o maior deles que
realmente representa a saga do povo nordestino é Virgulino Lampião, O
Rei do Cangaço, que juntamente com sua mulher Maria Bonita, formou um
bando que durante muitos anos enfrentou a resistência do Governo Federal
e dos Coronéis da região, lutando, guerreando e mostrando sua indignação
contra o sistema explorador. O bando era forte, conhecedor das
caatingas, preparado para enfrentar o sol forte, a seca e as investidas
das volantes (polícia da região). Até os dias de hoje Lampião é
reverenciado pelo povo nordestino que soube entender a revolta que
invadia seu coração e a vontade de melhoria para o povo nordestino.
Outro fator que impressiona na conduta de
vida de Lampião era sua fé, sua religiosidade e amizade e respeito pelo
Padre Cícero, o qual chamava pelo nome de "Meu Padim Pade Ciço". Padre
Cícero é o símbolo da fé do povo nordestino, fé capaz de movimentar
milhares de romeiros todos os anos na certeza que crendo e rezando vai
chover no meu sertão. Padre Cícero também demonstrou diversas vezes seja
em sermões, em reuniões com autoridades da época sua indignação com
desrespeito com o povo nordestino. Padre Cícero chegou a ser ameaçado
pela Igreja Católica que era contrária às suas manifestações e
solidariedade ao bando de Lampião. Outra contribuição importante do
bando de Lampião foi a musicalidade, seu jeito único de dançar
arrastando as precatas no chão, fazendo a poeira subir e cantando modas
tradicionais da região.
O nordestino já nasce com musicalidade
correndo nas veias, pois já cresce ouvindo o xote, o xaxado, o forró, o
baião e tantos outros ritmos característicos do sertão nordestino.
Referência de musicalidade nordestina o maior ícone é Luiz Gonzaga, o
Lua, o Rei do Baião, um pernambucano nascido na cidade de Exu, que
trouxe, o ritmo do sertão nordestino para as grandes capitais Rio de
Janeiro, São Paulo, Minas Gerais enfim o Brasil inteiro conhece e
aprecia esse ritmo impressionante.
Outra característica marcante na vida do
nordestino é sua fidelidade às festas tradicionais da região, entre ela
está a Folia de Reis, A Congada, O Frevo, O Maracatu e o Boi-Bumbá.
Festas que crê em dias melhores, que vai chover, que vai dar muito
feijão com farinha e rapadura.
Enfim nossa escola pretende homenagear
essa gente guerreira, sofrida capaz de enfrentar as maiores
adversidades, sem perder a fé, a crença e a devoção de realizar festas
maravilhosas demonstrando respeito e orgulho por suas tradições. Essa
gente que contribui decisivamente para a formação cultural de nosso
Brasil. Por isso ressaltamos e apresentamos ao público presente e aos
senhores jurados o nosso enredo: "Sou Cabra da Peste, Salve os Reis do
Meu Nordeste".
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