Princípio dos tempos.
Sob o manto azul que a terra, o sol e a lua, o casal do Cosmos, lança
suas irradiações ao aprazível Monte Olimpo, lugar maior de todos os
deuses. Monte Olimpo de Zeus deus dos deuses. Senhor soberano de todas
as fontes de energia. Rei do Olimpo.
Criador impecável de
Vênus, deusa do amor e a mais bela da Grécia. E, de Vulcano, deus do
fogo e de fortes emoções. Da união desses dois deuses, nasceu Eros ou
Cupido, menino que se especializou em provocar o mais desejado e
paradoxal dos sentimentos: o amor. Com suas flechadas, transformava seu
atingido em tresloucado amante. Um dia porém, o feitiço virou contra o
feiticeiro, ao partir para flechar Psique, atordoado com sua beleza,
tropeçou e, se espetou com a flecha que lhe destinara. Ferido de amor,
acabou se apaixonando por Psique, sendo ao mesmo tempo correspondido por
ela. Estava assim descoberta, a Divina Sedução do amor.
O amor de mil faces e
mil emoções.
O amor que não tem dia
e não tem hora.
O amor que é o desejo
de possuir o que é bom.
O amor que está sempre
desejando o belo.
O amor que vive a
criar maquinações.
O amor que é virtuoso
e poeta.
O amor que nos conduz
ao conhecimento da beleza absoluta.
O amor dos gestos mais
simples aos mais sofisticados.
O amor do mas, porém,
todavia, contudo, talvez e quem sabe.
E é nessa escalada de
sentimentos e emoções fortes, que atravessaremos o túnel do tempo da
história, montados na carruagem grega dos sonhos, vivendo um mundo de
prazer e de paixão. Prazer e paixão que Adão e Eva só conheceram pelo
sacrifício e sofrimento do pecado original. Amor e pecado que formaram
juntos para sempre, um laço de pecado e castigo. Condenados a viver fora
do Paraíso, trouxeram consigo os primeiros símbolos do amor em forma de
pecado: a cobra e a maçã. Entretanto, outros foram surgindo e permanecem
indestrutíveis e cheios de sentimentos: o coração pintado de vermelho, e
as rosas vermelhas sempre presenteadas e imbuídas de muita paixão, amor
ou sensuais interesses.
Mas, não só as rosas
vermelhas simbolizam o amor. Um amor em forma de flor atravessa os
tempos é a flor do amor-perfeito, para um amor mais que perfeito.
Associada ao amor romântico, duradouro, amor para toda vida.
Mas, para que todos
esses sentimentos se tornem realidade, as vezes necessitamos até da
ajuda de uma força maior espiritual. Em se falando de religião, não
poderíamos esquecer da Índia de vários deuses, onde Krishina o
iluminado, conhecido como o deus do amor, formou com Radha, o casal
indiano símbolo do amor perfeito.
Da terra dos deuses e
dos incensos passamos para os sonhos musicais do amor na música clássica
onde Chopin e George Sand compuseram juntos os noturnos de paixão
eterna.
No teatro, duas
famílias preferiram a guerra entre si a reconhecer o amor arrebatador de
seus filhos, Romeu e Julieta. Razão porque, tiveram que viver esse amor,
unidos pela morte no túmulo da felicidade. Dos palácios de Romeu e
Julieta, passamos aos palácios imperiais do Brasil antigo, onde duas
paixões fulminantes atravessam os tempos da nossa história.
A primeira da escrava
que virou sinhá: Chica da Silva. A pérola negra de sensuais linhas e
africanos modos, que conquistou o coração do primeiro contratador de
diamantes do império, o português Dom João Fernandes.
A segunda de Dom Pedro
I, com seu régio uniforme de gala, com o peito a faiscar de medalhas,
aparece a sorrir, heróico, e belo, diante da atordoada e deslumbrada
Domitilia de Castro, e sem mais demora, tomou-lhe ardentemente as mãos,
e colocou-lhe à boca um devorante e sôfrego beijo: nascia ali a Marquesa
de Santos.
De um império
apaixonante passamos a um triângulo amoroso que atravessa os tempos na
história do carnaval: as paixões fulminantes de Pierrô - Colombina e
Arlequim. História essa que uma cantiga de carnaval antiga, traduz o
resultado final de tanto amor: "Um pierrô apaixonado que vivia só
cantando, por causa de uma colombina acabou chorando".
Mas no mundo infantil,
também temos exemplo de amor e paixão, como no filme Aladim e a lâmpada
maravilhosa, onde Aladim e a Princesa Jasmine, sob as bênçãos do gênio
místico e sedutor, ficam felizes para sempre.
Não menos sedutor mas,
tão místico quanto, também é o exemplo de amor entre o cabra-macho
capitão Virgulino de personalidade marcante e destemida e a corajosa e
cheia de vontade Maria Déia, que formam até hoje ó símbolo do amor
bandido: Lampião e Maria Bonita.
Entretanto, não com
modos tão rudes e coragem destemida mas, com modos mais singelos, e ao
som da viola que anima e consola, temos o amor brejeiro de Chico Bento e
Rosinha esses "namoradim" da revista em quadrinhos tão lida e festejada.
Festejada, exuberante e contagiante, como a explosão de amor de uma
torcida pelo seu clube do coração, num verdadeiro exemplo do amor no
esporte.
Como o da Torcida
Jovem sempre leal e dedicada ao seu time do coração o Santos Futebol
Clube, onde e quando ele estiver seja como for. Portanto, enquanto
existirem dois corpos, dois olhares, dois corações apaixonados, ou até
mesmo alguns motivos, haverá sempre um momento de prazer, em que dois
lábios trêmulos e cheios de vontade, murmurarão apaixonados: Eu Te Amo.
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