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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. DOM BOSCO - CARNAVAL 2010
Enredo: Do Fascínio dos Deuses Para a Mão do Mestre-Sala... Um Leque de Emoções, na Odisséia dos Esplendores

O Grêmio Recreativo
Autor: Robson Silva

 

Introdução

Na folia hoje estou e percebi que cada vez que a temperatura sobe você se abana com gestos suaves e encantadores, com uma paixão que existe por mais de três mil anos, numa história de fascínio, encanto e sedução.

Eu abanei grandes deuses e deusas, reis e rainhas, príncipes e princesas, marqueses e marquesas, condes e condessas, imperadores e imperatrizes. Perfumados de flores, em diversas cores, coberto de ouro ou em seda fina, represento o luxo e o requinte de grandes palácios, impérios e reinados.

Da realeza ao plebeu participei da sociedade, refresquei grandes autoridades. Não sou de mentira sou a mais pura verdade! Mandei mensagens, para o primeiro amor e nas mãos de beldades já espalhei muito vento, celebrando grandes momentos ao longo dos tempos. Cumprimentos, reverências, saudações e gestos nobres. Sou diferente á cada cultura, estou presente em várias nações.

Porém inventaram o ventilador que até facilitou más não tem tanto esplendor.

E na minha existência, no glamour da luz da lua, no frescor dos raios do sol, nas areias da praia abanei a musa nua. Muitas vezes sou visto nas ruas ou no abano de algum pileque... Você me conhece? Ora! Eu sou o leque! E nas mãos do mestre-sala minha arte não se cala, De plumas, de pano ou de pena me transformo em poema, fascinação é meu dilema e te convido a viajar. O leque do tempo está aberto e a DOM BOSCO  esplendorosa vai passar

PARTE I - O FASCÍNIO DOS DEUSES

Na antiga Ásia conta uma lenda Síria que em 365 a.C. no povoado de Jandaígo a deusa Zaiandá ordenava seus servos a matar um pavão por noite para que o sol nascesse na manhã seguinte. Certa vez os servos a desobedeceram e mesmo assim o sol nasceu pela manhã mais forte e irradiante. Ferida em sua vaidade e com sentimento de culpa a deusa distribuiu aqueles preciosos leques para o povo pobre e nunca mais sacrificou os pavões.

Já na Antiga Grécia contam que cupido arrancou as asas do deus Zéfiro para abanar a amada deusa Pisché.

Enquanto na China em Chiam num baile de máscaras a encantadora filha de um mandarim sentindo muito calor, ao tirar sua mascara e se abanar começou a ser imitada por outras chinesas, originando assim o gracioso leque.

Essas lendas nos trazem hoje o fascínio que se transformou em realidade com o passar dos tempos. 

PARTE II - NOS PORTAIS DO ORIENTE OU NA NOBREZA DO OCIDENTE: O LEQUE NA EPOPÉIA DAS ÉPOCAS

Oriundo das mais remotas civilizações, difundido na China, refinadas obras de arte nas mãos de populosos artesãos chineses, símbolo de dignidade e poder o leque se espalha pelas nações fazendo parte do vestuário e da cultura. Passou a ser usado no Japão, em reverências à nobreza, damas e cavalheiros. No Oriente usavam-se formas floridas, coloridas e arredondadas, em danças ou festividades. Era comum encontrar leques de palma, bambu, de jade, de seda, enfim um universo de variações conforme a ocasião. No inicio a causa era o calor, más adiante o leque foi revelando o seu esplendor. No Egito, leques com hastes de bambu abanavam Cleópatra e com a mesma audácia, se dava no harém de Salomão.

Na Grécia abanar a amada em seu sono era gesto de amor intenso do recém-casado. Na África os leques foram confinados nos ilês de Orixás enfeitando as paredes nas festas que saudavam as Yabás (deusas africanas). Marcando sua trajetória durante os séculos XVII e XVIII o leque simbolizava o poder e o status de quem era abanado ou se abanava.

MARQUESAS, IMPERATRIZES, CONDESSAS, PRINCESAS, RAINHAS... O LUXO DA SOCIEDADE... NO REQUINTE DA BELA ÉPOCA.

Acessório indispensável durante a idade média e período colonial, no ato de se abanar, o leque passou a ser símbolo de elegância, requinte e sedução além de transmitir mensagens com os seus variados manuseios: o leque aberto significava “estou à disposição”, fechado “não quero conversa”, em forte abano “quero-te muito” e assim por diante. A Europa presenciou a beleza e o charme deste tão gracioso objeto. Grandes beldades como a Rainha Elisabeth, Catarina de Medicis, Rainha Margôt e outras se abanaram com essas preciosas e refinadas obras de arte finas e delicadas, ornadas com fios de ouro e incrustadas de pedras preciosas. Grandes produções de artesãos com ouro, jade e marfim, pinturas fabulosas, bordados finos, enriqueciam os leques dessa época. Na corte de Luiz XIV o leque era obrigatório até para os cavaleiros que acompanhavam a família real. Há uma dança de origem francesa, o minueto aonde os cavaleiros conduziam a dama pelo leque. Até mesmo as prostitutas que rondavam os palácios reais, tinham leques de cor escura, para esconder a face, perante suas rivais.

O leque chega ao Brasil no século XIX, com D.João VI, onde os costumes da corte logo foram adotados pelas mulheres em geral. Surgem os leques comemorativos, que se intensificam no reinado de Dom Pedro I e Dom Pedro II. A época colonial foi sem dúvida o maior manifesto visual dos leques em todas as cortes.

PARTE III - A ARTE DOS LEQUES NO MUNDO MODERNO

Em meados das décadas de 1920 e 1930 o leque passa a ser utilizado como simples objeto popular. O leque de outrora passou a ser uma preciosidade nostálgica vista apenas em algumas manifestações culturais, peças de teatro e filmes As formas delicadas passam a ser confeccionadas com tecidos baratos e são importados da Ásia para o mundo. Agora invadem as praias com formatos coloridos de clima tropical. Passam a ser produtos de marqueting para muitos lançamentos. O uso dessa peça tão nobre passa a ser popular e banal. O leque invade os cassinos e os cabarés, traz no glamour das noites quentes o abano em poderosas socialight´s e irreverentes dragqueen´s. Sua trajetória também tem sua passagem no mundo da moda contemporânea em alguns trajes de grandes estilistas no lançamento de tal coleção, onde a modelo abria o leque para os fotógrafos... Que luxo,hein!

Passam a ser enfeite de festas temáticas numa variedade impressionante de cores e materiais, sendo alvo em exposições, palestras e grandes eventos.

Surgem os ventiladores, mas sabemos que é apenas um passo da tecnologia e jamais vai substituir à magia, a poesia, a elegância e a importância da simbologia do requintado leque que ao invés de eletricidade necessita apenas da vontade humana que ocasiona emoções em sua trajetória.

PARTE IV - A ARTE SEM RASCUNHO E SEM DISFARCE, NO MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA!

Até hoje nas arquibancadas dos desfiles é normal ver leques com os sambas-enredo das agremiações e quem diria que depois de transitar pela vasta história da humanidade o leque ainda é marco de luxo na festa de momo. E quanta irreverência!

Eis que surge nos audaciosos desfiles de fantasias os belíssimos leques de pluma, técnica essa que foram adotadas pela Beija-flor e Portela no Rio de janeiro em áureos desfiles nas décadas de 1960. Logo mais todas as escolas aderiram essa técnica, pois escola emplumada significava sempre o visual mais rico. Inspirado no minueto francês surge o mestre-sala que se torna um guardião do símbolo maior de uma agremiação “O Pavilhão” ostentado pela porta-bandeira. Eles desfilavam como divinos bailarinos do samba e no início também traziam leques reverenciando com glamour a exuberante porta bandeira. Hoje o leque foi trocado por bastão, mas alguns mestres-sala ainda fazem o uso do leque para dançar.

Está aberto o leque de emoções nesse tempo de folia. Dom BOSCO traz um leque de sedução e poesias para encantar o folião na passarela. Esplendoroso abre-se o leque de Itaquera mostrando que viemos pra emocionar.

 


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