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		Na cerimônia do nascer da auroraCantam os sabiás quando o sol visita as janelas
 Renovando o amor a cada manhã
 Pérola da alvorada de domingos
 E neste...Vamos tirar o Brasil da gaveta!
 Para conhecer, de norte a sul, a paixão
 Que traz luz à alma
 Fazendo lembrar da terrinha
 Das lenhas, o cheiro do café
 Do mato, as coisas simples
 Do coração, a essência
 
		Em todos os cantos do país há vidaMuitos “brasis” em milhares de “causos”
 “Rolando” nas bocas de Joãos, de Marias, de Josés...
 Eu sou apenas mais um...
 Pés descalços, asas fortes, ligeiras
 Como um canário
 O sonho, a vontade e a benção do meu pai
 A coragem de voar, de tocar o céu
 Na bagagem, esperança e fé
 E ao longe, um mundo que me espera
 
		Lida, Multidões, arranha-céusCidade grande...capital
 E o pão de cada dia, de horas sem fim
 Veio com a luta, de trabalho duro...
 E a recompensa das mãos calejadas
 É o vibrar das violas
 O som ingênuo do meu interior
 A malícia dos meus acordes autênticos
 Enfeitados com o repertório que admiro
 A trilha sonora do brasileiro audaz
 Orgulhoso das raízes
 De árvores frondosas, robustas
 Cujos frutos adoçam o paladar das novas gerações
 
		Por fora e por dentroCresci e evolui, ouvindo de tudo
 Chorosas violas, pandeiros malandros, sanfonas faceiras
 Canções de flechas envenenadas com destino certo:
 Um coração gigante
 Esplêndida colcha de retalhos firmes
 Coloridos de arte, genuinamente popular
 Que me aquece e que me protege
 Da ventania ainda que passageira
 Ou do frio seco que vem de fora
 Invernando os sentidos dos desprotegidos
 Gente de visão turva, audição equivocada
 Sem tato e sem gosto
 
		Entretanto, não sou um delesTenho selo de qualidade
 Boneco do mais puro barro
 Madeira de lei que não enverga
 Semente que brota em qualquer lugar
 Na terra, nas ruas... nos palcos
 Curioso por natureza – teimoso
 Artista por vocação – brasileiro
 De sangue e de glórias
 De ordem e progresso
 
		Indignado com a cena políticaLuto e rio diante da crise
 Faço piada do cotidiano brindando em bares
 Xingo a mãe do juiz com o gol anulado
 Vibro com a seleção, no entanto, vaio também
 Choro no lugar mais alto do pódio
 Prestigio o cinema nacional com seu grande momento
 E fielmente acompanho as tramas das novelas
 Ouço musicas em silêncio
 Ou no agito das baladas
 No asfalto, no morro... nas favelas
 E no interior minha vida continua...
 Mas não menos antenada
 Filho do mesmo seio
 Gente simples que vai ...
 Gente boa que vem...
 Assim como eu...
 Da pátria amada, o mais garrido
 Do solo...o Sr. Brasil!
 
		SINOPSE DE APOIO 
		A idéia do enredo é que o próprio 
		homenageado narre sua vida e que o samba sendo feito na primeira pessoa 
		do singular torne isso evidente. 
		Na cerimônia do nascer da auroraCantam os sabiás quando o sol visita as janelas
 Renovando o amor a cada manhã
 Pérola da alvorada de domingos
 
		Todos os dias até o nascer do sol, a 
		natureza se incube de proporcionar um espetáculo emocionante, 
		principalmente nos interiores do Brasil. E diferente do urbano, o “homem 
		do interior”, sempre prestou a devida atenção a esses pequenos detalhes 
		de grande beleza. Completando este ritual, nas manhas de domingo, além 
		do canto habitual dos pássaros aparece Rolando Boldrin com sua musica, 
		suas historias e seus amores, retratando fielmente este cenário. E 
		neste...Vamos tirar o Brasil da gaveta!Para conhecer, de norte a sul, a paixão
 Que traz luz à alma
 Fazendo lembrar da terrinha
 Das lenhas, o cheiro do café
 Do mato, as coisas simples
 Do coração, a essência
 
		E o próprio homenageado se encarrega de 
		convocar os amantes da cultura genuinamente popular e brasileira, de 
		todos os cantos do país, a colocar pra fora sua paixão pelo que é nosso, 
		pois um povo rico é um povo que tem memória. 
		Em todos os cantos do país há vidaMuitos “brasis” em milhares de “causos”
 “Rolando” nas bocas de Joãos, de Marias, de Josés...
 Eu sou apenas mais um...
 
		Lembra que a arte vigorosa e pulsante não 
		está apenas nas capitais, e sim, espalhadas em todos os cantos do país. 
		E sua complexidade, encontra-se nas entrelinhas dos milhares de casos 
		que ele mesmo faz parte, assim como qualquer brasileiro. 
		Pés descalços, asas fortes, ligeirasComo um canário
 O sonho, a vontade e a benção do meu pai
 A coragem de voar, de tocar o céu
 Na bagagem, esperança e fé
 E ao longe, um mundo que me espera
 
		O homenageado utiliza-se de metáfora para 
		narrar a sua partida para cidade grande – a realização de um sonho – 
		fala da sua determinação, coragem e falta de recurso, mas no entanto, 
		não esquece que teve o principal, a benção do seu pai (momento decisivo 
		e crucial na sua vida), que encheu sua mala de fé e esperança. 
		Lida, Multidões, arranha-céusCidade grande...capital
 E o pão de cada dia, de horas sem fim
 Veio com a luta, de trabalho duro...
 E a recompensa das mãos calejadas
 É o vibrar das violas
 O som ingênuo do meu interior
 A malícia dos meus acordes autênticos
 Enfeitados com o repertório que admiro
 A trilha sonora do brasileiro audaz
 Orgulhoso das raízes
 De árvores frondosas, robustas
 Cujos frutos adoçam o paladar das novas gerações
 
		Descrição da cidade grande, no caso, São 
		Paulo, destino daqueles que buscam oportunidade de trabalho. O 
		homenageado lembra que através do esforço, da luta, do trabalho duro 
		conseguiu sobreviver. E o acalanto nas horas difíceis foi o som puro, 
		sem maldade, que saía da sua viola, fazendo-lhe lembrar da sua terra. E 
		este é o repertório que ele admira e que se encaixa muito bem ao perfil 
		do brasileiro corajoso, que deixa sua terra, mas não esquece as suas 
		raízes, musicas que por sua força e autenticidade, conseguem se 
		perpetuar através de gerações. 
		Por fora e por dentroCresci e evolui, ouvindo de tudo
 Chorosas violas, pandeiros malandros, sanfonas faceiras
 Canções de flechas envenenadas com destino certo:
 Um coração gigante
 
		Descrição do seu crescimento artístico e 
		musical através do convívio antropofágico com outros artistas, 
		resultando nas suas predileções e seu ecletismo cultural. 
		Esplêndida colcha de retalhos firmesColoridos de arte, genuinamente popular
 Que me aquece e que me protege
 
		Seu gosto musical é variado, porém sólido 
		e coerente com sua verdade, e isso lhe conforta. 
		Da ventania ainda que passageiraOu do frio seco que vem de fora
 Invernando os sentidos dos desprotegidos
 Gente de visão turva, audição equivocada
 Sem tato e sem gosto
 
		Crítica aos brasileiros que se deixam 
		contaminar pela cultura dos enlatados estrangeiros e pelo modismo “pop” 
		em detrimento ao que é genuinamente nacional. 
		Entretanto, não sou um delesTenho selo de qualidade
 Boneco do mais puro barro
 Madeira de lei que não enverga
 Semente que brota em qualquer lugar
 Na terra, nas ruas... nos palcos
 Curioso por natureza – teimoso
 Artista por vocação – brasileiro
 De sangue e de glórias
 De ordem e progresso
 
		Valoriza a auto-estima do brasileiro (nem 
		tudo que é bom vem de fora), sua originalidade e arte multifacetada, 
		ancoradas na sua vocação e persistência, mesmo diante de crises. 
		Indignado com a cena políticaLuto e rio diante da crise
 Faço piada do cotidiano brindando em bares
 Xingo a mãe do juiz com o gol anulado
 Vibro com a seleção, no entanto, vaio também
 Choro no lugar mais alto do pódio
 Prestigio o cinema nacional com seu grande momento
 E fielmente acompanho as tramas das novelas
 Ouço musicas em silêncio
 Ou no agito das baladas
 No asfalto, no morro... nas favelas
 E no interior minha vida continua...
 Mas não menos antenada
 Filho do mesmo seio
 Gente simples que vai ...
 Gente boa que vem...
 Assim como eu...
 Da pátria amada, o mais garrido
 Do solo...o Sr. Brasil!
 
		Uma exaltação ao povo brasileiro, 
		mostrando situações comuns e peculiares da sua vida cotidiana e da sua 
		arte, que feita com amor e verdade tem o poder de alcançar diversas 
		localidades e classes sociais. E este perfil único, encontra a 
		ilustração perfeita, na obra do filho mais garrido deste solo, o sr. 
		Brasil, Rolando Boldrin.   |