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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. FLOR DE VILA DALILA - CARNAVAL 2007
Enredo: Ô Abre Alas, Que a Flor Vai Passar

Carnavalescos
Carnavalesco: Comissão de Carnaval

 

PROPOSTA

A Escola de Samba Flor de Vila Dalila entra no túnel do tempo, e evoca um passado belo e majestoso. É a magia da folia que anuncia os antigos carnavais, onde o salão era um reino em que a alegria, o canto e a dança empolgavam a multidão. As marchinhas que hoje, infelizmente, são pouco executadas comandavam os quatro dias de animação.

Desenvolvimento do Tema

Tudo começou com a irreverente Chiquinha Gonzaga. No ano de 1899 quebrou o tabu da influência da polca e música francesa no Rio de Janeiro escrevendo para o cordão Rosa de Ouro a marchinha “Ô Abre Alas”, a primeira música composta especialmente para o Carnaval. A música de cadência simples e compassada, foi a responsável por inúmeros de futuros sucessos que ficariam conhecidos no Brasil, inclusive atravessando fronteiras. Mais tarde, a partir dos anos 30, por causa da influência das big bands de jazz, apareceram melodias alegres (para fluir nos ouvidos com facilidade) e letras com boa dose de picardia (não raro valendo-se do duplo sentido), as marchinhas guardavam um espírito tipicamente brasileiro, tendo funcionado muitas vezes como uma crônica musical da situação do país.

“O teu cabelo não nega” (1932) foi primeiro sucesso dos concorridos salões, na letra, o autor Lamartine Babo chamava a atenção da simpatia dos portugueses pelas mulatas brasileiras. Cinco anos depois, Jararaca criava “Mamãe eu quero” , que nasceu de uma brincadeira sua com crianças, um sucesso na voz de Carmem Miranda.

As “Pastorinhas” (Noel Rosa e Braguinha-1938) era também apelidada de “A Estrela Dalva”, porque coincidentemente era interpretada por Dalva de Oliveira, entre outros Braguinha também compôs junto com Almirante “Touradas em Madrid”, inspiração na guerra espanhola, na qual a Catalunha tanto se destacara, misturando coisas de lá com as do Brasil, isto em 1939.

No outro ano, “A Jardineira”, cuja frase “a camélia caiu do galho” logo se tornou popular e foi aplicada com bom senso de humor no política, principalmente quando alguém era destituído de um cargo. Nos anos 40, o carnaval de salão atingia seu ápice, digno das melhores festas do mundo, não havia uma cidade brasileira que não promovesse um baile de carnaval, “A-la-la-hô” (1941) de Nássara e Haroldo Lobo, tornou-se a marcha-súplica dos foliões, pois o calor e a sede eram a tônica dos salões, e assim também as fantasias de árabes, sheiks e odaliscas começaram a fazer sucesso. A safra de boas marchinhas começava diminuir, mas a empolgação não. No embalo das marchas temáticas, o “Pirata da Perna de Pau” (1947), do já citado Braguinha, avisava que elas ainda sobreviviam. As expressões “olho de vidro” e “cara de mau” tinham um inocente apelo sensual de chamar a atenção das mulheres. Mas elas deram o troco. Em 1952, a pobreza da discutida Era Vargas era retratada com sensibilidade em “Lata d’água” (Luiz Antonio e J. Junior), onde lavar roupa se tornava um meio de subsistência. Um ano depois, a própria desilusão dos problemas brasileiros desaguou em “Cachaça” (Mirabeau, Castro e Lobato).

Em 1960, os problemas financeiros do país e as acusações de corrupção ao governo de Juscelino Kubitschek, inspiraram Homero, Ivan e Glauco a compor “Me dá um dinheiro” famosa marcha na voz de Moacyr Franco. Sete anos se passaram e com a ascensão do samba enredo as marchas entraram em um período de escassez. “Máscara Negra”surgiu para manter a tradição, a música de melodia triste, mas marcante, foi um verdadeiro presente de Zé Kéti e Pereira Matos, exaltando as figuras do palhaço, pierrô, arlequim e colombina. Em 1970, na mesma linha de “Máscara Negra” aparece “Bandeira Branca” (Max Nunes e Laércio Alves), que explodiu nas rádios na voz de Dalva de Oliveira.

Os ritmos populares sempre merecem carinhosa atenção e a nossa proposta é que eles não sejam esquecidos. A Flor de Vila Dalila resgata os salões de carnaval, e o próprio palco deste desfile A VILA ESPERANÇA. Seu carnaval foi e é tão tradicional que também virou tema, na marcha de Ari Madureira e Adoniran Barbosa (1968) “Vila Esperança, foi lá que eu passei o meu primeiro carnaval...” O bairro era sinônimo da própria festa onde o misto de fantasias sob chuva de confete e serpentina arrepiava o folião.

Eis ai nossa mensagem, e que estas músicas tão valiosas permaneçam sempre em nossa memória.

 


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