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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S. TOM MAIOR - CARNAVAL 2006
Enredo: Em grandes sertões veredas, o elo perdido se achou... Piauí a terra do sol me encantou, com Frank Aguiar o rei do forró eu vou

Carnavalescos
Carnavalesco: Marco Aurélio Ruffinn


Em Grandes Sertões Veredas, o “Elo Perdido” - momento mágico da Evolução que dividiu as espécies, se achou pelas mãos da Missão Científica Franco-Brasileira, em 1971.

Chefiada pela antropóloga paulista Niède Guidon, anunciou a presença humana em cavernas do Piauí há mais de 50.000 anos.

O lugar da descoberta é a Serra da Capivara que pertence ao município de São Raimundo Nonato, bem no meio do sertão do Piauí; que entre veredas e grotões abriga um dos sítios arqueológicos mais ricos do planeta e o maior acervo de pinturas rupestre do continente. Tal fato coloca o Piauí no centro do mundo científico, e questiona a teoria clássica sobre o povoamento do continente americano, que data o surgimento do homem, na região, há 30.000 anos. E cria uma nova teoria, que diz que o homem primitivo veio de outro lugar, provavelmente da Antártida navegando pelos oceanos em grandes blocos de gelo até alcançar as Américas.

Piauí, Berço da nossa existência !

Dando luz à nossa ancestralidade, as descobertas revelam um Brasil Pré-Histórico que pouco conhecemos, onde há 85 milhões de anos atrás viveram nossos ancestrais, remanescentes de um mundo onde magníficos animais transitavam, primeiro os monstruosos dinossauros e depois, há milhares de anos, a chamada Megafauna: mastodontes, tigres-dentes-de-sabre, ursos e preguiças gigantes.

É um dos tesouros mais importantes do mundo, e como forma de preservação, em 1979 é criado o Parque Nacional da Serra da Capivara, por obra e esforço de Niède Guidon e sua equipe. Em 1991 é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco .

Na realidade, todo o estado do Piauí é um grande tesouro arqueológico, que emergiu do fundo do mar.

.........Certo beato nordestino profetizou.

“O sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão !”

Profecia que na realidade, já aconteceu.

O mar virou sertão!

A ciência comprova, a terra do sol emergiu do fundo do mar!

Foi no período Pré-Cambriano.

A caatinga do nordeste brasileiro e que abrange o atual estado do Piauí, já esteve várias vezes submerso em água salgada, isso há 225 milhões de anos.

O mar se foi, mas ficaram restos de seres que ali viveram e formações geológicas típicas de fundo do mar – evidências que estão por toda parte, principalmente na região de Piripiri e Piracuruca que abriga o atual Parque Nacional das Sete cidades.

Como um mundo de pedras, as Sete Cidades sempre constituiu um fascinante desafio à imaginação humana.

Formada por sete grupos de formações geológicas, milenares, esculpidas pela erosão e pelo vento, em pleno cenário ecológico, que só em entrar em seus limites sente-se um ar místico, sagrado.

As marcas e sinais deixados nas pedras por povos que viveram há aproximadamente 190 milhões de anos, despertou o imaginário popular para o extraordinário, criando mitos e lendas fantásticas.

Contam que os romanos já navegaram por estas bandas e aportaram na região, em busca da lendária Insula Septem Civitatum – Ilha das Sete Cidades.

A Cidade Petrificada hipnotiza pela grandiosidade da energia enigmática, que para o historiador austríaco Ludwig Schwennhagen foi um antigo Império Fenício.

Já o francês Jacques Mabieaou diz que foi um grande golfo visitado por vikings escandinavos.

Indícios apontam a presença da civilização Atlante, que teria navegado para cá após a submersão da Atlântida – Cidade Perdida.

Fatos e lendas constituíram um mundo encantado cheio de mistérios e inspiraram, em 1968, o escritor Erich Von Däniken em seu best-seller “Eram Os Deuses Astronautas”.

Segundo antigos manuscritos, esta terra de encantaria, ainda abrigou uma antiga civilização, onde o poderoso Deus Sol, era o Deus Pai - fecundador da vida humana; desta civilização, possivelmente, ficou a expressão: Piauí a Terra do Sol!

 

........E sob este mesmo sol, que doura a pele e ilumina a vida, é que se fez história !

Desenvolvendo-se, um dos grandes episódios da narrativa do nosso país: a consolidação do Estado do Piauí – uma grande epopéia marcada por lutas e sangue.

Antigas terras das capitanias do Maranhão, Ceará, Itamaracá, Pernambuco, Bahia e Ilhéus; o Piauí tem sua história iniciada com a chegada de destemidos vaqueiros, oriundos da Casa da Torre da Bahia, que em expedições entraram pelo sul do estado, no século XVII, em busca de terras para o gado.

.........Era o alvorecer da “Civilização do Couro” !

Custe o que custar, a ocupação das terras não foi um ato pacífico, pelo contrário, devasso.

Sem dó nem piedade, escravizou, baniu, execrou a presença indígena da região.

Como um rio que corre do interior para o mar, assim foi a colonização.

O Capitão Domingos Afonso Mafrense, também conhecido como Domingos Sertão, fundou trinta fazendas de gado, tornando-se o mais eminente colonizador da região.

Da prosperidade de uma de suas fazendas nasceu o primeiro povoado, elevado à categoria de freguesia em 1696. Que sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória originou a primeira Vila - a Vila da Mocha; tão logo, a primeira cidade e por conseqüência a primeira Capital do Piauí – Oeiras, a Cidade dos Sertões de Dentro. Foi nela que se passaram os primeiros episódios da vida social e política dos piauienses.

Após a morte de Domingos Afonso Mafrense suas fazendas foram legadas, por vontade própria, aos padres da Companhia de Jesus; daí a forte influência católica da cidade, que se espalhou por todo o estado.

Em 1852 é fundada Teresina – “A Menina dos Olhos Verdes”, para ser a Capital do Estado do Piauí. Conta a tradição, que seu nome deriva de uma homenagem carinhosa à Tereza Cristina, Imperatriz do Brasil.

E assim se fez história................

.....E continua-se fazendo, através do povo que carrega nas mãos a arte de transformar o fio, de moldar a argila, lapidar a pedra, trançar a palha, esculpir a madeira e trabalhar o couro.

Revelando através do artesanato sua cultura.

Que também está no gosto gostoso da cajuína, no bom paladar do capote.

“ O meu boi morreu

O que será de mim

Manda buscar outro menino

Lá no Piauí ” !

No bumba-meu-boi, que é autentico do Piauí.

No folclore regional.

Em seu povo, o fortalecimento da riqueza cultural !

Um povo que atravessou a seca e que venceu a fome.

Numa trajetória de sofrimentos e incertezas, mas glorificada pela força do trabalho e a vontade de vencer.

..............Já dizia Euclides da Cunha, em sua obra maior, Os Sertões:

 “O sertanejo é, acima de tudo, um forte”.

 E com esse espírito, lá pelas bandas do Sertão de Dentro é que nasceu um menino. Filho do povo e autêntico representante da cultura piauiense.

Tinhoso e danado de bom, só pensava em ser igual ao ceguinho da budega – tocador de violão.

Era Frank Aguiar, menino que construía instrumentos musicais com lata, plástico e tudo que achava perdido na casa da Vó Maria. Ele sonorizava o desejo incontido de musicar a vida, e começou ali, a compor sua história, com notas de amor e escalas de dedicação.

Ganhou violão.

Inspirado por Luiz Gonzaga o Rei do Baião.

Quando tocava, encantava o coração !

Não demorou muito para desvendar os mistérios do teclado, ele já tinha jeito de músico, para a alegria da mãe dona Zulmira.“Vida de artista é difícil, seu pai velho Chico já dizia”.

Ninguém segura este moço, que desimbesta a fazer da estrada da vida um trajeto de vitória.

Retirante, saiu de sua terra natal Itainópolis, para alcançar os palcos da vida em São Paulo.

E não faltaram pedras na estrada.

Frank foi juntando tudo e com tantas pedras construiu uma fortaleza de conquistas.

Este cabra é decidido como ele só !

Caminhou e não se cansou.

Voou alto como um carcará e resistiu a tudo como um mandacaru.

Chegou longe, chegou até aqui !

Um arco íris de sucesso surgiu no céu musical do Brasil e Frank Aguiar, alcançou o estrelato.

Em seu ritmo musical ousou, criou, reinventou o forró e arrastou multidões.......

Agora chega de contar histórias, pois todo mundo quer aroxar.......

Toque o fole sanfoneiro .

O Rei do forró é Frank Aguiar !


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